Organização animalista alerta sobre brutal caso de crueldade contra um filhote em Havana

BAC-Habana denuncia um brutal caso de crueldade em Boyeros: um filhote foi encontrado decapitado. Exigem uma investigação transparente e sanções exemplares contra os responsáveis.


A organização BAC-Habana, um grupo de voluntários que luta pelo bem-estar animal em Cuba, denunciou nesta terça-feira um alarmante caso de crueldade extrema contra um filhote no bairro de Alta Havana, no município de Boyeros, Havana.

Através de uma publicação em sua página de Facebook, a organização informou que um filhote chamado “Coco” foi encontrado decapitado e que sua cabeça e a pele foram abandonadas em frente à casa de sua tutora, Aneyansi, uma residente do local.

Captura Facebook / BAC-Havana

A denúncia foi inicialmente compartilhada no grupo “Mascotas perdidas en La Habana” pela usuária Yen Pérez, e foi acompanhada de capturas de tela de um chat onde Aneyansi confirma com dor: “Me mataram o Coco… se o comeram”.

Dias antes, nessa mesma área, apareceu a pele de um Cocker Spaniel em um lixão, e a BAC suspeita que possa se tratar dos mesmos responsáveis.

A organização destacou que Alta Habana foi identificada como uma zona de risco e lembrou que esse tipo de ato é considerado uma infração muito grave sob o Decreto-Lei 31/2021 sobre Bem-Estar Animal, especificamente em seu artigo 9, que prevê multas de até 4.000 pesos cubanos e possíveis sanções penais, sanções que os defensores dos direitos dos animais consideram como pouco severas.

BAC-Habana comunicou que já está em contato com Yen Pérez e com a família de Coco, e que está reunindo informações para elaborar um dossiê que será enviado às autoridades competentes.

Uma vez completado, o expediente será entregue à Delegação Provincial de Saúde Animal de Havana e à Procuradoria, para exigir o início de uma investigação formal.

A organização também fez um apelo aos moradores do município de Boyeros e das áreas adjacentes para colaborarem com provas concretas (fotos, vídeos ou testemunhos), para não disseminarem rumores e para compartilharem o alerta a fim de ajudar a prevenir novos atos de crueldade.

“Exigimos uma investigação transparente e uma sanção exemplar”, concluiu a organização, formada por estudantes, trabalhadores e cidadãos comuns que dedicam seu tempo ao resgate e proteção dos animais em Cuba.

A denúncia original foi feita pela usuária Yen Pérez no grupo de Facebook "Animais Perdidos em Havana", onde expressou sua indignação e fez um apelo à ação para alertar sobre o caso.

Captura Facebook / Animais de Estimação Perdidos em Havana / Yen Pérez

"Faço esta publicação como um alerta para todos aqueles que vivem perto ou na área de Alta Habana, uma vez que estão ocorrendo estes casos atrozes onde vemos refletida a crueldade, de forma asquerosa, que o ser humano pode alcançar", escreveu.

Pérez relatou que o filhote Coco havia sido resgatado junto com um amigo de uma unidade militar, onde, se não fosse adotado, teria sido sacrificado.

Finalmente, havia encontrado um lar cheio de carinho graças a uma amiga.

"Para meu desgosto e desconforto, hoje fico sabendo de tal atrocidade", lamentou Yen, lembrando também que dias atrás sua amiga já havia relatado o achado da pele de um Cocker Spaniel em um lixo da região.

A jovem pediu para compartilhar a denúncia para alertar a comunidade e evitar novas tragédias: "Demos voz àqueles que não a têm. Exijo justiça por Coco", concluiu.

A impunidade com que atuam aqueles que maltratam animais em Cuba reflete a escassa severidade do sistema jurídico, que deveria dissuadir esse tipo de violência e proteger os mais vulneráveis.

Um exemplo acabou de ocorrer no município de Mayarí, província de Holguín, onde uma jovem identificada como Lourdes Elena denunciou publicamente a morte brutal de sua gatinha Lulita, presuntamente assassinada por vizinhos do edifício onde reside.

A jovem revelou que os supostos autores do ato atroz teriam sido os cidadãos Mabel Rodríguez, Manolo Gutiérrez e Alexander Delgado, este último identificado como presidente do CDR.

“Os residentes confirmam a queda e a agressão; fotografias mostram lesões compatíveis com impacto e maus-tratos físicos”, destacou a publicação de uma organização protetora de animais.

O curioso deste caso é que a tutora de Lulita, ao invés de encontrar justiça, agora enfrenta acusações pelo suposto crime de difamação.

Segundo as informações publicadas pela rede Bem-Estar Animal Cuba (BAC) em sua página do Facebook, Lourdes Elena foi recentemente à Unidade de Polícia de Mayarí para solicitar que fosse aberto um processo contra os supostos responsáveis por lançar seu animal de estimação do terceiro andar e depois espancá-lo até a morte.

No entanto, foi recebida com indiferença, e após mais de quatro horas de espera e um confronto com os envolvidos, terminou sendo acusada de difamação.

Perguntas frequentes sobre a crueldade animal em Cuba

O que aconteceu com o filhote chamado Coco em Havana?

O filhote Coco foi encontrado decapitado no bairro de Alta Habana, no município de Boyeros, Havana. Sua cabeça e a pele foram abandonadas em frente à casa de sua tutora, Aneyansi. A organização BAC-Habana denuncia este ato brutal de crueldade e solicita uma investigação formal das autoridades.

Como está respondendo a comunidade animalista diante desses casos de crueldade?

A comunidade animalista em Cuba, liderada por organizações como BAC-Habana e SPAH, exige sanções mais severas e eficazes para os responsáveis por atos de crueldade animal. Estão utilizando as redes sociais para dar visibilidade a esses casos e pressionar as autoridades para que apliquem a Lei de Bem-Estar Animal de forma efetiva.

O que diz a Lei de Bem-Estar Animal em Cuba sobre esses atos de crueldade?

O Decreto-Lei 31/2021 sobre Bem-Estar Animal em Cuba considera esses atos como infrações muito graves, prevendo multas de até 4.000 pesos cubanos e possíveis sanções penais. No entanto, a aplicação da lei tem sido criticada por sua ineficácia e falta de rigor nas punições.

Quais outros casos recentes de crueldade animal ocorreram em Cuba?

Além do caso de Coco, foram relatados vários incidentes de crueldade animal em Cuba, como um homem cortando um cachorro no Malecón de Havana e a morte de um gato às mãos de uma mulher em Casablanca, Havana. Esses casos geraram indignação e apelos por uma reforma na legislação atual.

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