Mãe cubana deportada compartilha mensagem pelo Dia das Mães e as redes sociais explodem: “Você é uma guerreira”

A dor que deve sentir Heydi Sánchez, mãe cubana deportada e separada de seu bebê que ainda mama, em seu primeiro Dia das Mães longe da filha, deve ser imensa. As redes sociais a abraçaram.

Heydi Sánchez deve sentir um profundo pesar neste domingo, Dia das MãesFoto © Collage Facebook / Carlos Yuniel Valle e Instagram / Javier Díaz

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Heydi Sánchez Tejeda publicou neste domingo uma mensagem simples, mas emocionante, em comemoração ao Dia das Mães em suas redes sociais; no entanto, o gesto ganhou um enorme peso emocional por ser a sua primeira vez longe de sua filha lactante em uma data tão significativa, depois de ter sido deportada dos Estados Unidos para Cuba.

Longe de sua pequena e sem poder abraçá-la em uma data tão simbólica, a mensagem de Sánchez comoveu muitos usuários que, cientes de sua situação, comentaram sua publicação com mensagens de apoio, fé e solidariedade.

Captura Facebook / Heydi Sanchez

“Feliz dia para você, guerreira valente, muitas bênçãos e que Deus coloque sua mão e te conceda seus pedidos. Temos fé que assim será”, escreveu Ely De La Rosa.

Otras pessoas também se uniram com palavras de incentivo: “Dizer parabéns é uma palavra que hoje não cabe no seu peito, minha vida. Paz, tranquilidade, grande guerreira… e você terá muita felicidade com essa menina”, comentou Maritza Capoye.

“ Muitas felicidades para você, mãe corajosa e virtuosa. Que o Deus dos céus conceda os desejos do seu coração”, expressou Magaly González, enquanto Meyli Silvera acrescentou: “Muitas felicidades, minha menina. Que Deus permita que você esteja com sua pequena em breve”.

Para Heydi, este Dia das Mães tem sido, sem dúvida, um dia de dor e resistência, marcado pela separação forçada e a ausência de sua filha, que, segundo familiares próximos, não para de chorar pela sua mamãe.

Seu caso reflete o drama humano da migração forçada, a separação familiar e o custo emocional que muitas mulheres cubanas enfrentam, que, em busca de um futuro melhor, acabaram longe de seus filhos e sem respostas claras sobre quando poderão se reunir.

O que se sabe sobre o caso desta mãe cubana?

Heydi Sánchez Tejeda, mãe cubana de 44 anos, foi detida sem aviso prévio durante uma consulta de rotina com o ICE em Tampa, Florida, e deportada em 23 de abril de 2025, apesar de estar legalmente casada com um cidadão americano, ter um pedido de visto familiar ativo e não ter antecedentes criminais.

Sua filha, uma bebê de apenas um ano que ainda estava amamentando, ficou sob os cuidados do pai nos Estados Unidos, desencadeando uma onda de indignação pública.

Desde seu retorno forçado a Havana, Heydi vive em uma angústia permanente. Faz várias vezes ao dia o trajeto pelas ruas próximas à casa de seus pais em busca de sinal para fazer videochamadas com sua filha.

Nessas breves conexões, mãe e filha choram juntas, e a pequena tenta acariciar a tela do telefone. “Meu bebê precisa de mim”, implorou a mãe em um vídeo dirigido ao presidente Donald Trump, no qual pedia compaixão para poder se reunir com sua família.

O caso de Heydi provocou uma forte resposta nas redes sociais, onde uma imagem dela chorando desconsoladamente circulou amplamente.

A fotografia foi publicada pelo jornalista Javier Díaz e mostrou o rosto humano de uma política migratória sem rosto, capaz de separar uma mãe que amamenta de sua filha. “No dia em que me tiraram, arrancaram minha alma”, confessou Heydi em uma entrevista.

Desde os Estados Unidos, seu esposo, Carlos Yuniel Valle, denunciou publicamente a forma como sua esposa foi tratada. Nas redes sociais, ele publicou: “Separaram uma menina de sua mãe. Mataram em vida uma mãe, um pai e o futuro de uma menina”. Enquanto isso, a bebê tem recebido atendimento médico devido à ansiedade e ao sofrimento emocional causados pela separação.

O caso também teve repercussão no Congresso dos Estados Unidos. A congressista democrata de Tampa, Kathy Castor, se reuniu com o esposo de Heydi e exigiu uma reunião urgente por razões humanitárias.

Por sua parte, a congressista María Elvira Salazar usou o caso como exemplo da necessidade de aprovar uma reforma migratória compassiva.

A advogada de Heydi, Claudia Cañizares, denunciou irregularidades no procedimento e explica que, embora a mãe cubana tivesse o direito de solicitar um perdão e ajustar seu status por meio de seu marido, o ICE executou sua deportação sem oferecer margem para defesa. Agora, a família enfrenta um processo legal que pode levar anos.

Convertida em um símbolo das famílias migrantes destruídas por decisões administrativas, Heydi Sánchez se apega à sua fé e à solidariedade que recebeu. “Arrancaram minha filha dos meus braços”, repetiu em entrevistas. E desde Havana, a cada dia luta com a esperança de poder abraçá-la novamente.

Perguntas frequentes sobre a deportação de Heydi Sánchez e a separação de sua família

Por que Heydi Sánchez foi deportada para Cuba?

Heydi Sánchez foi deportada para Cuba apesar de estar casada com um cidadão americano e ter uma ordem de supervisão migratória (I-220B) que lhe permitia permanecer temporariamente nos Estados Unidos. A deportação foi realizada após uma consulta migratória de rotina em Tampa, Florida, como parte de políticas migratórias mais restritivas. Apesar de ter cumprido suas obrigações legais e não ter antecedentes criminais, seu caso não avançou devido a uma ordem de deportação anterior e à falta de resolução de seu processo de regularização migratória.

Como a deportação de Heydi Sánchez afetou sua família?

A deportação de Heydi Sánchez deixou sua filha de um ano nos Estados Unidos sob os cuidados de seu pai, Carlos Yuniel Valle, que é cidadão americano. A separação tem sido especialmente dolorosa porque a menina ainda estava sendo amamentada e dependia emocional e fisicamente de sua mãe. O drama familiar gerou indignação e apoio na comunidade cubana e destacou as falhas do sistema migratório americano.

Que ações estão sendo tomadas para reunir Heydi Sánchez com sua família nos Estados Unidos?

O esposo de Heydi, Carlos Yuniel Valle, iniciou uma campanha de coleta de assinaturas para solicitar um permissão humanitária que permita o retorno de Heydi aos Estados Unidos. Além disso, sua advogada está trabalhando na apresentação de pedidos de perdão migratório e na solicitação de uma entrevista na embaixada. Congressistas como Kathy Castor também intervieram, exigindo explicações pela deportação e solicitando medidas humanitárias para reunificar a família.

Como a comunidade cubana reagiu à deportação de Heydi Sánchez?

A comunidade cubana nos Estados Unidos reagiu com indignação e apoio a Heydi Sánchez e sua família. Muitos expressaram sua consternação nas redes sociais, criticando as políticas migratórias atuais e a falta de compaixão demonstrada em seu caso. O apoio incluiu desde campanhas públicas até ações legais para tentar reverter a deportação e reunificar a família.

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