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A advogada de imigração Harriet Steele, nascida em Los Angeles, Califórnia, recebeu um e-mail alarmante do Departamento de Segurança Nacional (DHS, na sigla em inglês) que lhe dava sete dias para deixar os Estados Unidos.
A notificação chegou há duas semanas e o mais curioso é que a advogada é cidadã americana. A mensagem afirmava que seu "permissão para permanecer no país" havia expirado.
Inicialmente, Steele pensou que a notificação estava relacionada com o caso de algum cliente, mas descartou essa possibilidade ao verificar que nenhum de seus representados está no país sob o programa de parole humanitário.
O e-mail tinha um tom ameaçador e alertava que seria deportada se não cumprisse a ordem de deixar o país.
O caso de Steele não é isolado. Univisión Miami citou um documento da Associação Americana de Advogados de Imigração (AILA) que alerta seus afiliados sobre o envio desse tipo de e-mails pelo próprio DHS.
Um funcionário da agência federal admitiu que poderia tratar-se de um erro do sistema, apontando que alguns endereços eletrônicos de advogados poderiam ter sido utilizados em trâmites de imigrantes. No entanto, especialistas na área alertam sobre uma possível estratégia de intimidação.
O advogado de imigração Víctor Nieblas alertou que, no atual clima político, erros que antes seriam interpretados como falhas administrativas agora "têm uma conotação diferente". "Estão intimidando os advogados de imigração e não podemos descartar que isso seja uma tática dissuasória", afirmou.
Por sua vez, Harriet Steele se mostrou firme em sua postura de não abandonar seu país natal nem seus clientes. "Continuarei fazendo meu trabalho", assegurou.
O fato ocorre em um contexto de crescente pressão sobre o sistema migratório dos Estados Unidos.
Na semana passada, a juíza do Tribunal de Circuito do Condado de Milwaukee, Hannah Dugan, foi presa por agentes do FBI, acusada de ajudar um imigrante a evitar a captura por agentes do ICE.
Dugan enfrenta acusações federais por obstruir uma operação do ICE e esconder um indivíduo para evitar sua detenção. Foi presa no próprio edifício do tribunal, com a toga vestida, e compareceu a um tribunal federal no mesmo dia.
O endurecimento das políticas migratórias da Administração Trump e sua atuação contra figuras do sistema judiciário e legal levanta sérias preocupações sobre o respeito ao devido processo e aos direitos daqueles que defendem os imigrantes nos Estados Unidos.
Perguntas frequentes sobre o alerta migratória e a situação de Harriet Steele
Por que Harriet Steele recebeu uma ordem do DHS para deixar os Estados Unidos?
Harriet Steele recebeu uma notificação do DHS ordenando que saísse do país, apesar de ser cidadã americana. A comunicação indicava que seu "permissão para permanecer no país" havia expirado, o que foi interpretado como um erro administrativo ou uma possível tática de intimidação contra advogados de imigração.
É comum que cidadãos americanos recebam ordens de deportação?
Não é comum que cidadãos americanos recebam ordens de deportação, como no caso de Harriet Steele. Este incidente tem sido apontado como um erro do sistema ou uma possível estratégia de intimidação contra advogados de imigração, segundo especialistas.
Quais erros administrativos estão afetando imigrantes e advogados nos EUA?
Erros administrativos recentes resultaram no envio de notificações incorretas do DHS a cidadãos, residentes e beneficiários de parole, ordenando que abandonem os Estados Unidos. Esses erros causaram confusão e preocupação entre os afetados.
Que medidas legais podem ser tomadas pelos afetados por estas ordens equivocadas do DHS?
Os afetados por ordens incorretas do DHS podem buscar assistência legal imediata para contestar a validade dessas ordens. É importante documentar toda a correspondência e manter uma comunicação constante com um advogado de imigração.
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