A crise energética em Cuba continua a se aprofundar, com um déficit de capacidade que já supera os 1.600 megawatts (MW) e afeta gravemente o fornecimento de eletricidade em toda a Ilha.
A situação, que já mergulhou a população em apagões prolongados, reflete um colapso total no Sistema Elétrico Nacional (SEN), que não consegue atender à crescente demanda por energia.
De acordo com o último boletim sobre a situação energética, correspondente a esta quarta-feira, 9 de abril, a afetação foi generalizada e se manteve durante as últimas 24 horas. Às 19h40 de terça-feira, a máxima afetação alcançou 1.631 MW, coincidindo com a maior demanda.
Em uma tentativa de aliviar a situação, o governo cubano tem apostado no desenvolvimento de novas fontes de energia renovável, como os parques solares fotovoltaicos, que geraram 803 MWh no último relatório, um número insuficiente diante da magnitude da crise e da dependência da geração térmica, que representa a maior parte da produção de energia.
A capacidade do SEN continua sem conseguir atender a demanda.
Às 7:00 da manhã de hoje, a disponibilidade de energia era de 1.860 MW, enquanto a demanda alcançava 2.520 MW, o que resultou em uma diferença de 692 MW. Estima-se que, para o horário do meio-dia, a afetacão chegue a 950 MW.
A promessa de que o governo poderia estabilizar a situação com a entrada em operação da unidade 8 da CTE Mariel, que aportaria 70 MW adicionais, parece ser uma medida insuficiente diante do déficit previsto para o horário de pico. Durante essas horas, o déficit deve ultrapassar os 1.470 MW, o que poderia resultar em um corte massivo de energia de até 1.540 MW.

A crise é ainda mais alarmante devido às falhas e manutenções que afetam as principais unidades de geração térmica.
Duas unidades das centrais termoelétricas (CTE) Mariel e Felton estão fora de operação, enquanto quatro blocos de geração das CTE Santa Cruz, Cienfuegos e Renté estão em manutenção.
Além disso, 60 centrais de geração distribuída, que juntas contribuem com 345 MW, estão fora de serviço devido à falta de combustível, enquanto outros 208 MW estão fora de operação por falta de lubrificantes, um problema adicional que reflete a falta de investimento em infraestrutura crítica.
Em Havana, a Empresa Elétrica anunciou interrupções no serviço no seguinte horário:
Aos clientes do bloco 2, no horário de 10:00 às 14:00. Os do bloco 1, das 11:00 às 15:00, a partir desse horário se rotacionará para o bloco 3, que estará afetado até às 19:00. Das 19:00 às 22:00, o bloco 4 será afetado.
A falta de investimentos na indústria energética cubana, combinada com a obsolescência de suas plantas geradoras e a insuficiência de recursos para mantê-las operativas, evidencia a responsabilidade do governo cubano na magnitude da crise.
Apesar das promessas de melhorar a situação energética, o governo tem sido incapaz de fornecer soluções eficazes. Em vez de adotar medidas que favoreçam a eficiência e a diversificação energética, Cuba continua a depender de tecnologias obsoletas e negligencia a manutenção adequada das infraestruturas críticas.
A escassez de recursos e a má gestão governamental transformaram a eletricidade em uma mercadoria cada vez mais escassa, com consequências devastadoras para os cidadãos e a economia do país.
Em uma crise sem precedentes, milhões de cubanos são obrigados a lidar com apagões frequentes, uma realidade que se tornou cada vez mais comum.
A situação gerou um mal-estar generalizado entre a população, que enfrenta não apenas a escassez de energia, mas também a paralisia das atividades econômicas e a deterioração da qualidade de vida.
Nesse contexto, a falta de uma resposta eficaz por parte do governo reflete sua incapacidade de enfrentar os problemas estruturais do país e de oferecer um futuro com fornecimento elétrico estável e seguro.
Com o déficit energético disparado, o regime enfrenta uma de suas crises mais complexas, que evidencia sua ineficiência na gestão de recursos e sua falta de planos a longo prazo para garantir o bem-estar dos cidadãos.
Sem uma solução urgente, a escuridão pode continuar se espalhando por todo o país, deixando milhões de pessoas presos em um ciclo interminável de apagões, pobreza e desilusão.
Perguntas frequentes sobre a crise energética em Cuba
Qual é a magnitude do déficit energético atual em Cuba?
O déficit energético em Cuba atualmente ultrapassa 1.600 megawatts (MW), o que tem levado a apagões prolongados em todo o país. Esta situação reflete um colapso total do Sistema Elétrico Nacional (SEN), incapaz de atender à crescente demanda por energia devido à obsolescência das usinas geradoras e à falta de recursos para sua manutenção.
Quais medidas o governo cubano tomou para enfrentar a crise energética?
O governo cubano tem tentado desenvolver novas fontes de energia renovável, como os parques solares fotovoltaicos, que geraram 803 MWh no último relatório. No entanto, essas medidas são insuficientes diante da magnitude da crise, e a dependência da geração térmica continua sendo o principal desafio. Apesar das promessas de melhorias, o governo tem sido incapaz de fornecer soluções eficazes a longo prazo.
Quais são as principais causas do colapso energético em Cuba?
As principais causas do colapso energético em Cuba são a falta de investimento em infraestrutura crítica, a obsolescência das usinas geradoras e a escassez de recursos como combustível e lubrificantes. Além disso, as falhas e as manutenções nas principais unidades de geração térmica reduziram drasticamente a capacidade de geração do SEN, enquanto a falta de um plano eficaz de diversificação energética agrava a situação.
Como os apagões afetam a população cubana?
Los apagones frequentes em Cuba afetam significativamente a qualidade de vida da população, provocando a paralisia de atividades econômicas e gerando um mal-estar generalizado. Os cidadãos enfrentam a perda de alimentos, dificuldades para estudar ou trabalhar de casa e um impacto direto em hospitais, centros escolares e outros serviços básicos. A falta de soluções eficazes deixou a população em uma situação de incerteza e desespero.
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