O Sistema Electroenergético Nacional (SEN) enfrenta mais um dia crítico nesta terça-feira, com afetacões que ultrapassam 1.500 MW e cortes programados em vários blocos da capital cubana.
A situação energética do país permanece grave. Nesta segunda-feira, o serviço elétrico sofreu interrupções durante as 24 horas, atingindo um pico de afetação de 1.801 MW às 20h10, coincidente com o horário de máxima demanda. Esse número superou o previsto devido a um consumo maior do que o planejado, segundo a União Elétrica de Cuba (UNE).
Apagões programados em Havana
A Empresa Elétrica de Havana comunicou um cronograma de cortes para a capital, como medida para enfrentar o déficit. Os apagões estão distribuídos da seguinte forma:
- Bloque 2: das 10:00 às 14:00.
- Bloque 1: das 11:00 às 15:00
- Bloco 3: das 15:00 às 19:00.
- Bloco 4: das 19:00 às 22:00.

Baixa disponibilidade e geração limitada em Cuba
Às 7h00 desta terça-feira, a disponibilidade do SEN era de 1.687 MW, frente a uma demanda de 2.780 MW, o que representa um déficit de 1.136 MW devido à incapacidade de geração. Estima-se que as afetacões possam atingir 1.200 MW durante o horário diurno.
O panorama para o horário de pico, à noite, é ainda mais complexo, pois se espera uma demanda de 3.500 MW, com uma disponibilidade de apenas 1.927 MW, o que geraria um déficit de 1.573 MW. Como consequência, prevê-se um impacto de 1.643 MW nesse período.
Averias, manutenções e falta de combustível
Entre as causas do déficit está a indisponibilidade de várias unidades de geração. Estão reportadas como avariadas as unidades 6 e 8 da CTE Mariel e a unidade 2 da CTE Felton. Em manutenção, a unidade 2 de Santa Cruz, as unidades 3 e 4 de Cienfuegos e a unidade 5 de Renté.
Além disso, 58 centrais de geração distribuída estão fora de serviço devido à falta de combustível, com 307 MW afetados, enquanto 186 MW estão indisponíveis por falta de lubrificantes.
Energia solar, um alívio insuficiente
Os oito novos parques solares fotovoltaicos contribuíram com 1.010 MWh durante o dia anterior. Embora represente uma contribuição importante de energia renovável, ainda é insuficiente para atender à demanda nacional.
As autoridades esperam a entrada em funcionamento parcial de algumas unidades para aliviar a carga durante o pico noturno, como o retorno da unidade 6 da CTE Mariel com 100 MW, e a recuperação de outros 140 MW entre motores de geração distribuída e a unidade 1 de Felton.
Perguntas frequentes sobre os apagões e a crise energética em Cuba
Qual é a principal causa dos apagões em Cuba?
A crise energética em Cuba deve-se a um déficit de geração elétrica que superou os 1.500 MW, provocado por falhas nas centrais termelétricas, manutenções programadas e falta de combustível. Essas limitações têm levado a apagões prolongados e generalizados em todo o país.
Como os apagões afetam a população cubana?
Os apagões afetam gravemente a vida cotidiana dos cubanos, impactando atividades essenciais como o cozimento de alimentos, o uso de eletrodomésticos e a conservação de alimentos. Também afetam serviços básicos e geram um clima de incerteza e desespero entre a população.
Quais medidas o governo cubano está tomando para mitigar a crise energética?
O governo cubano anunciou a incorporação de novos parques solares fotovoltaicos e a recepção de equipamentos doados para a expansão fotovoltaica. No entanto, essas medidas não são suficientes para resolver a crise estrutural do sistema elétrico, que continua sendo afetado por termoelétricas obsoletas e uma falta de investimento adequado.
Quais são os horários dos apagões programados em Havana?
A Empresa Elétrica de Havana comunicou um cronograma de cortes programados, que varia por blocos. Por exemplo, os blocos na capital podem ser afetados em horários diferentes, como das 10:00 às 14:00 para o Bloco 2, e das 19:00 às 22:00 para o Bloco 4, dependendo das necessidades de gestão do déficit.
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