Administração Trump a imigrantes ilegais: "Se não forem embora, nós os perseguiremos e poderão acabar em uma prisão salvadorenha."

O governo de Trump alerta imigrantes de Cuba, Nicarágua, Haiti e Venezuela sobre a detenção e expulsão caso não deixem os EUA após a revogação do parole humanitário.


O Departamento de Segurança Nacional dos Estados Unidos (DHS) lançou uma mensagem contundente neste sábado aos cidadãos cubanos, nicaraguenses, haitianos e venezuelanos, beneficiários do programa de parole humanitário, cujo status foi revogado e que não conseguiram regularizar sua situação migratória.

En uma publicação na conta do X do DHS, Kristi Noem, secretária da entidade governamental, escreveu: "O presidente Trump e eu temos uma mensagem clara para os criminosos estrangeiros ilegais: 'Saia agora'".

No post, a administração Trump insiste em generalizar e chamar de "criminosos" os imigrantes que chegaram sob o programa de Joe Biden, que permitiu a cerca de 532.000 pessoas ingressar nos EUA e obter um visto de trabalho.

"O mundo está ouvindo nossa mensagem: os criminosos estrangeiros ilegais não são bem-vindos nos Estados Unidos", diz-se na rede social, onde se adverte os migrantes indocumentados que, se não saírem imediatamente dos EUA, poderão enfrentar consequências graves."

O DHS ameaçou com perseguir e prender os beneficiários do parole humanitário que não deixarem o território americano e encarcerá-los. "Podem acabar em uma prisão salvadorenha", alertou, referindo-se ao Centro de Confinamento do Terrorismo (CECOT), a megacárcere de El Salvador visitada esta semana por Kristi Noem, um local onde foram detidos centenas de migrantes venezuelanos deportados pelo governo de Donald Trump.

Este viernes, o DHS começou a enviar uma notificação eletrônica para os migrantes que chegaram ao país sob o parole humanitário, informando que devem sair dos Estados Unidos ou serão expulsos.

O texto enviado a cubanos, haitianos, nicaraguenses e venezuelanos beneficiários do programa alerta que devem sair voluntariamente do país ou enfrentarão detenção e expulsão.

"Você deve sair dos Estados Unidos antes, mas não depois da data de término da sua liberdade condicional. Não sair em tempo pode ter consequências migratórias adversas", diz o documento que chega alguns dias depois de ter sido finalizado o programa pelo qual mais de 532.000 pessoas ingressaram nos Estados Unidos.

A medida insiste que se os migrantes que não obtiveram uma base legal para permanecer no país, e não deixarem os Estados Unidos antes da data de término do parole, começarão a acumular "presença ilegal nos Estados Unidos", a menos que estejam "protegidos de outra forma contra tal acumulação".

"A acumulação de mais de 180 dias de presença ilegal seguida da saída dos Estados Unidos pode resultar em inadmissão se a pessoa retornar e solicitar a entrada dentro de um prazo específico após a saída", referiu o texto.

Centenas de cubanos expressaram sua frustração, medo e rejeição diante da medida, que consideram um golpe baixo para aqueles que entraram legalmente no território americano, com a esperança de reconstruir suas vidas.

Uno dos beneficiários do parole notificados neste sábado foi o jornalista independente e ex-preso político cubano Lázaro Yuri Valle Roca, que enfrenta um risco iminente de deportação.

Valle Roca, que esteve prisional durante quase três anos, saiu do país em junho de 2024, após sua esposa, Eralidis Frómeta, ter realizado na embaixada americana em Havana a possibilidade de obter um parole humanitário.

O opositor, que foi constantemente hostilizado pelo regime cubano, pode ser afetado após o cancelamento dos programas de parole para estrangeiros de Cuba, Haiti, Nicarágua e Venezuela.

Em uma mensagem publicada em seu perfil no Facebook, expressou sua angústia diante da possibilidade de ser deportado e reafirmou sua posição de oposição ao regime cubano.

Perguntas frequentes sobre a revogação do parole humanitário nos EUA.

O que é o parole humanitário e por que foi revogado?

O parole humanitário foi um programa implementado pela administração de Joe Biden que permitia a entrada temporária de migrantes de Cuba, Haiti, Nicarágua e Venezuela por razões humanitárias ou de interesse público. O presidente Donald Trump revogou este programa, alegando que não conseguiu reduzir a migração irregular nem melhorar a segurança nas fronteiras.

O que devem fazer os beneficiários do parole humanitário após sua revogação?

Os beneficiários do parole humanitário devem deixar os Estados Unidos antes da data de expiração de sua permissão. Se não o fizerem, poderão enfrentar detenção e deportação, uma vez que começarão a acumular presença ilegal. Além disso, sua autorização de emprego vinculada a este programa foi revogada.

Quais são as consequências enfrentadas pelos migrantes que não deixarem os EUA após a revogação do parole?

Aqueles que não deixarem os Estados Unidos antes da data de expiração do parole poderão enfrentar processos de deportação acelerada. Além disso, a acumulação de mais de 180 dias de presença ilegal pode resultar em inadmissibilidade se solicitarem a entrada novamente no futuro.

Como a revogação do parole humanitário afeta os cubanos nos EUA?

A revogação do parole humanitário deixa muitos cubanos em um limbo migratório, especialmente aqueles que ainda não cumprem com o requisito de um ano de presença física necessário para se beneficiarem da Lei de Ajuste Cubano. Isso pode colocar em risco sua permanência no país se não tiverem iniciado outros trâmites legais.

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Equipe Editorial da CiberCuba

Uma equipe de jornalistas comprometidos em informar sobre a atualidade cubana e temas de interesse global. No CiberCuba, trabalhamos para oferecer notícias verídicas e análises críticas.

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