Maduro explode na televisão venezuelana e lança um forte insulto a Marco Rubio: Veja por quê

As tensões entre a Venezuela e os Estados Unidos atingiram um novo ponto crítico esta semana, após o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, chamar de "imbecil".


As tensões entre a Venezuela e os EUA atingiram um novo ponto crítico esta semana, depois que Nicolás Maduro chamou em uma intervenção televisiva o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, de “imbécil” três vezes em menos de um minuto.

"Democracia é o que queremos. Democracia é o que estamos construindo. No mundo dizem que não, que é um regime. Por aí aparece o idiota do Marco Rubio ameaçando a Venezuela desde a Guiana. Idiota. Ninguém ameaça a Venezuela, porque esta é a pátria dos Libertadores. Esta é a pátria de Bolívar, idiota", disse o governante sul-americano.

A reação foi em resposta às advertências de Rubio sobre possíveis consequências militares se Caracas agir contra a Guiana no contexto da disputa territorial pelo Esequibo.

“E que isso é um regime, que isso é uma ditadura... Na vida, Marco Rubio nunca viu uma assembleia popular, nunca foi a um bairro, porque eles são da elite corrupta de Miami. Muito corruptos, que odeiam a Venezuela”, acrescentou Maduro.

Acotou, além disso, que Marco Rubio é o "padrinho" de "La Sayona", apelido com o qual o governante se refere à líder oposicionista María Corina Machado.

A reação do líder chavista foi provocada pelas declarações de Marco Rubio a partir de Georgetown, capital da Guiana, onde o secretário de Estado expressou com contundência que uma eventual agressão venezuelana seria respondida com firmeza.

“Se atacarem a Guiana ou à ExxonMobil [...] seria um dia muito ruim, uma semana muito ruim, para eles. Não terminaria bem”, advertiu o diplomata americano.

Marco Rubio: Apoio militar à Guiana e advertência a Caracas

A visita de Rubio à Guiana -acompanhado pelo presidente guianense, Irfaan Ali- teve um alto conteúdo simbólico e militar.

O funcionário da Administração Trump reafirmou o apoio político e estratégico de Washington a Georgetown, em meio a manobras militares conjuntas entre a Marinha dos Estados Unidos e as Forças de Defesa da Guiana.

“Temos uma grande Armada e ela pode chegar a quase qualquer lugar, a qualquer parte do mundo. E temos compromissos vigentes com a Guiana”, disse Rubio.

Também acrescentou que "haverá consequências por ‘aventurerismo’, haverá consequências por ações agressivas”, sem especificar a natureza de uma eventual resposta militar.

Essas declarações foram acompanhadas por novos acordos de cooperação em defesa e segurança, especialmente em relação às instalações petrolíferas marítimas na Zona Econômica Exclusiva da Guiana.

Rubio qualificou as ameaças venezuelanas como parte de “reclamações territoriais ilegítimas de um regime narcotraficante”.

O Esequibo, eixo de uma disputa centenária

A disputa pelo Esequibo, uma região de 160.000 km² rica em petróleo e recursos naturais, remonta à época colonial.

Em 1899, uma sentença arbitral atribuiu o território à então colônia britânica. A Venezuela nunca reconheceu essa decisão e, após a independência da Guiana em 1966, ambos os países assinaram o Acordo de Genebra, que estabelecia uma via negociada para resolver a controvérsia.

Durante os governos de Hugo Chávez e nos primeiros anos de Maduro, Caracas moderou sua posição territorial em busca de apoio político no Caribe.

Mas tudo mudou a partir da descoberta de grandes jazidas de petróleo pela ExxonMobil em águas em disputa em 2015. Desde então, a retórica chavista se radicalizou.

Nos últimos meses, a tensão aumentou com a decisão do regime venezuelano de realizar eleições para governadores e deputados no Esequibo no próximo dia 25 de maio.

O Conselho Nacional Eleitoral incluiu a região nas eleições regionais, embora não esteja claro como essa medida será implementada em um território que não controla.

A resposta da Guiana foi dura. O ministro da Segurança Nacional, Robenson Benn, advertiu que se um cidadão guianense aceitar o cargo de governador do Esequibo proposto por Caracas, “o acusaremos de traição e o prenderemos”.

Além disso, qualquer pessoa que apoiar essa escolha também será considerada traidora.

Maduro desafia e se vitimiza

O mandatário venezuelano aproveitou seu discurso para incitar contra as ameaças externas: “Este povo, se há algo que tem, é que quando o ameaçam, quando o atacam, se torna mais rebelde”.

O ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, assegurou que as Forças Armadas venezuelanas agirão “com firmeza e determinação” diante de qualquer tentativa de intervenção estrangeira: “Não toleraremos ameaças de nenhum funcionário estrangeiro”, disse.

O próprio Padrino defendeu a legalidade da reivindicação venezuelana: “É insólito que considere ilegítima nossa reivindicação sobre o território Esequibo, considerando que o Acordo de Genebra é o instrumento válido assinado pelas partes envolvidas na disputa territorial”.

A vice-presidente Delcy Rodríguez também se manifestou: qualificou Irfaan Ali como “o Zelenski do Caribe” e acusou Marco Rubio de ser “o minúsculo que ocupa a Secretaria de Estado dos Estados Unidos” que “pretende ameaçar a Venezuela”.

Escalada regional

O recente conflito diplomático ocorre em um contexto de crescente militarização na região. No início de março, uma corveta venezuelana se aproximou perigosamente de uma plataforma petrolífera da ExxonMobil, em um movimento que analistas qualificam como o mais grave em anos.

Enquanto isso, os Estados Unidos e a Guiana continuam a reforçar sua cooperação militar. Os exercícios navais recentes têm como objetivo melhorar a coordenação em cenários de crise.

O frente judicial: O Tribunal Internacional de Justiça

A controvérsia territorial encontra-se atualmente na Corte Internacional de Justiça (CIJ), após a Guiana ter recorrido a essa instância em 2018, após o fracasso das mediações das Nações Unidas. A Venezuela questionou a jurisdição do tribunal, mas participou do processo. Espera-se que, em agosto, Caracas apresente sua última réplica escrita sobre a validade da sentença arbitral de 1899.

Enquanto isso, o Governo de Maduro insiste em manter a tensão viva com ações como a inclusão da Guiana Esequiba no mapa oficial e nos processos eleitorais. Desde Miraflores, a narrativa continua sendo de confronto: "Ninguém ameaça a Venezuela porque esta é a pátria dos libertadores", reiterou Maduro

Perguntas frequentes sobre as tensões entre a Venezuela e os EUA em relação ao Esequibo

Por que Nicolás Maduro insultou Marco Rubio?

Nicolás Maduro insultou Marco Rubio devido às advertências do secretário de Estado dos EUA sobre possíveis ações militares se a Venezuela agir contra a Guiana na disputa territorial pelo Esequibo. Maduro respondeu chamando Rubio de "imbecil" em uma intervenção televisiva, questionando ainda seu conhecimento sobre democracia e rotulando Rubio como parte de uma elite corrupta.

Qual é a posição dos Estados Unidos em relação à disputa do Esequibo?

Estados Unidos, representado por Marco Rubio, apoya firmemente a Guyana na disputa territorial do Esequibo. Rubio deixou claro que qualquer agressão da Venezuela contra Guyana ou contra instalações da ExxonMobil teria consequências graves, reafirmando o apoio político e estratégico de Washington a Georgetown.

O que é o Esequibo e por que é importante?

O Esequibo é uma região de 160.000 km² rica em petróleo e recursos naturais, cuja soberania é disputada entre Guiana e Venezuela. A importância do Esequibo reside em seus recursos naturais, especialmente após a descoberta de grandes reservatórios de petróleo pela ExxonMobil em 2015, o que intensificou a retórica chavista e a tensão na região.

Como a Guiana tem respondido às ações da Venezuela no Esequibo?

A Guiana respondeu com firmeza às ações da Venezuela no Esequibo. O ministro da Segurança Nacional da Guiana alertou sobre acusações de traição para qualquer cidadão que aceite o cargo de governador do Esequibo proposto por Caracas. Além disso, a Guiana reforçou sua cooperação militar com os Estados Unidos para enfrentar possíveis agressões.

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Equipe Editorial da CiberCuba

Uma equipe de jornalistas comprometidos em informar sobre a atualidade cubana e temas de interesse global. No CiberCuba, trabalhamos para oferecer notícias verídicas e análises críticas.

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