O Tribunal Municipal Popular de Diez de Outubro celebrou um julgamento penal contra dois trabalhadores da refinaria Ñico López, em Havana, acusados do crime de descumprimento do dever de preservar bens em entidades econômicas do Estado.
De acordo com uma publicação do Canal Habana em seu perfil do Facebook, realizada nesta quarta-feira, os acusados não seguiram os procedimentos estabelecidos para o descarregamento de combustível de um navio para os tanques de armazenamento, o que provocou um derrame de 280 mil litros de gasolina tipo B-90.CAP.

As perdas econômicas, segundo o meio oficial, são estimadas em mais de 5 milhões de pesos cubanos, um valor significativo em meio à profunda crise econômica que o país enfrenta.
As autoridades não revelaram as identidades dos acusados nem a sentença imposta, embora tenham informado que o caso está em fase judicial.
“Mais detalhes nas próximas edições do Habana Noticiario”, concluiu a breve nota oficial, sem especificar possíveis responsabilidades de supervisão, nem apontar qualquer outro responsável ou mencionar os danos ao meio ambiente.
Nos comentários, vários internautas concordaram que um fato de tal magnitude não pode recair unicamente sobre os dois operários julgados, pois certamente contavam com supervisores, pessoal administrativo e diretores que também deveriam responder.
Outros destacaram que dirigentes como o destituído ex-ministro da Economia, Alejandro Gil, estiveram implicados em situações muito mais graves, e no entanto o regime não agiu com a mesma severidade.
No âmbito do Exercício Nacional de Prevenção e Enfrentamento ao Crime, iniciado na segunda-feira, o regime cubano prometeu punições severas e julgamentos exemplares por crimes graves em instituições estatais.
En este sentido, o governante cubano Miguel Díaz-Canel pediu respostas “contundentes” diante de delitos cometidos em centros do estado, como roubos, atos vandálicos e corrupção.
Como parte dessa cruzada, nesta terça-feira, surgiu o caso de um jovem cubano que foi condenado a sete anos de prisão por criticar publicamente a Díaz-Canel.
A sentença, proferida em Santiago de Cuba, gerou preocupação entre ativistas e organizações defensoras dos direitos humanos, que enxergaram na decisão um sinal de repressão política disfarçada de sanções penais.
Este miércoles também foi notícia que a exintendenta de Puerto Padre, em Las Tunas, recebeu sete anos de prisão por delitos relacionados à corrupção administrativa.
O veredicto foi apresentado pela mídia oficialista como uma demonstração do compromisso do sistema judicial com a “legalidade socialista”, sem mencionar responsabilidades estruturais ou institucionais.
Perguntas frequentes sobre o julgamento dos operários da refinaria Ñico López e a gestão de crises em Cuba
Por que os operários da refinaria Ñico López foram processados?
Os trabalhadores da refinaria Ñico López foram julgados por não seguirem os procedimentos estabelecidos para a descarga de combustível, o que resultou em um derramamento de 280 mil litros de gasolina. Esta negligência não apenas causou perdas econômicas significativas, mas também agravou a crise energética em Cuba.
Quais são as consequências econômicas do vazamento de gasolina na refinaria Ñico López?
O derramamento de gasolina na refinaria Ñico López resultou em perdas econômicas estimadas em mais de 5 milhões de pesos cubanos. Isso representa um golpe significativo para a economia do país, pois ocorre em um contexto de crise econômica e escassez de recursos energéticos.
Quais medidas o governo cubano tomou para enfrentar problemas energéticos similares?
O governo cubano adotou um regime especial de contingência elétrica que contempla apagões planejados e sustentados por mais de 72 horas se o Sistema Electroenergético Nacional não conseguir atender à demanda. No entanto, essas medidas não abordam os problemas estruturais que afetam o sistema energético do país.
Qual é o impacto desses incidentes na população cubana?
A população cubana sofre com apagões prolongados e a perda de serviços básicos como água potável e refrigeração de alimentos. Isso aumenta a frustração e o descontentamento social, uma vez que as medidas governamentais são percebidas como insuficientes para resolver a crise energética.
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