Funcionários dos EUA defendem sua autoridade para deter imigrantes em Guantánamo

As autoridades dos EUA defendem a detenção de migrantes em Guantánamo, enfrentando críticas por condições desumanas.

Funcionários em GuantánamoFoto © Captura de vídeo

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As autoridades de imigração e militares dos Estados Unidos defenderam sua autoridade para transferir e manter imigrantes na base naval de Guantânamo, no extremo oriental de Cuba.

Em documentos judiciais consta que migrantes de 27 países estão detidos nessa instalação. Segundo os relatos, até a última sexta-feira, 40 imigrantes com ordens de deportação final estavam na base, citou a agência de notícias AP.

Deles, 23 foram catalogados como "de alto risco" e estão em celas individuais, enquanto o restante está alojado em grupos de até seis pessoas.

Após uma ação da União Americana de Liberdades Civis (ACLU) contra o governo de Donald Trump para evitar a transferência de 10 migrantes detidos nos EUA para Guantánamo, os funcionários responderam.

O Departamento de Justiça argumentou que o Serviço de Controle de Imigração e Alfândega (ICE) tem a competência para manter os migrantes em Guantánamo enquanto sua expulsão continuar sendo viável em um futuro próximo.

Funcionários do ICE e líderes militares garantirão que os migrantes recebam um tratamento digno e acesso a assessoria jurídica, refeições regulares, serviço de lavanderia e atendimento médico.

No entanto, reconheceram que não são permitidas visitas pessoais de advogados e que alguns detidos têm realizado greves de fome ou foram submetidos a medidas de restrição, como algemas e revistas corporais. Além disso, as ligações pessoais estão limitadas a cinco minutos diários e são monitoradas pelo ICE.

Segundo a ACLU, alguns detidos denunciaram condições desumanas, descrevendo sua situação como um “inferno vivente”.

Apesar disso, o presidente Trump manifestou sua intenção de expandir as instalações em Guantánamo para abrigar até 30.000 imigrantes.

Sua administração iniciou transferências para a base no dia 4 de fevereiro, incluindo quase 200 venezuelanos que posteriormente foram deportados para seu país. Atualmente, não há venezuelanos detidos na base, segundo um comunicado da AP.

Lee Gelernt, advogado da ACLU, afirmou que não possuem uma lista completa dos imigrantes detidos nem suas nacionalidades. Os 10 homens implicados na ação incluem sete venezuelanos, assim como cidadãos do Afeganistão, Bangladesh e Paquistão. A próxima audiência judicial determinará o futuro dessas transferências.

Perguntas frequentes sobre a detenção de imigrantes em Guantánamo

Por que os Estados Unidos detêm imigrantes na Base Naval de Guantánamo?

Os Estados Unidos utilizam a Base Naval de Guantánamo para aliviar a pressão sobre os centros de detenção no país, especialmente para aqueles imigrantes irregulares acusados de crimes. A administração de Trump defendeu essa medida como uma estratégia para gerenciar a crise migratória e garantir um local para os imigrantes considerados de alto risco.

Quais condições enfrentam os imigrantes detidos em Guantánamo?

Os imigrantes em Guantánamo enfrentam condições severas: alguns estão em celas individuais, não são permitidas visitas de advogados e as chamadas pessoais são limitadas a cinco minutos diários e monitoradas pelo ICE. Apesar de garantirem que recebem um tratamento digno, houve denúncias de condições desumanas e medidas restritivas como algemas.

Quais são as críticas em relação à detenção de imigrantes em Guantánamo?

A detenção de imigrantes em Guantánamo tem sido criticada por organizações de direitos humanos, que denunciam violações aos direitos fundamentais dos detidos. As críticas se concentram na falta de acesso a assessoria jurídica adequada, condições de detenção desumanas e no isolamento dos imigrantes, o que é visto como uma violação dos padrões internacionais de direitos humanos.

Quais ações legais foram tomadas em resposta às detenções em Guantánamo?

A União Americana de Liberdades Civis (ACLU) e outros grupos processaram o governo de Trump para impedir as transferências de imigrantes para Guantánamo, citando violações dos direitos legais e constitucionais. Um tribunal impediu temporariamente a transferência de certos imigrantes venezuelanos devido à falta de clareza sobre seu acesso à assessoria legal e ao devido processo.

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