Cuba, em sua ânsia propagandística, não perde a oportunidade de fazer o ridículo: Enquanto a produção de açúcar do país enfrenta sua pior crise em décadas, o regime decidiu reinaugurar com pompa e celebração o pavilhão dedicado à agroindústria na ExpoCuba, o maior recinto ferial do país.
Um relatório do Sistema Informativo da Televisão Cubana explicou que a inauguração deste pavilhão na ExpoCuba, que foi afetado por recentes fenômenos meteorológicos, foi uma “indicação da direção do governo cubano”, que, ao que parece, não encontra melhor forma de utilizar os escassos recursos do regime.
A ironia é evidente: o país que durante séculos dependia do açúcar como principal fonte de exportação e riqueza, hoje exibe com orgulho um pavilhão enquanto a produção nacional entra em colapso e o açúcar escasseia até mesmo na cesta básica.
Segundo o relatório televisivo, a reabertura se deve ao "esforço coletivo" de várias empresas nacionais que contribuíram para reparar os danos causados por eventos climáticos na ExpoCuba.
No entanto, nada foi dito sobre a grave crise da indústria açucareira, que em 2023 alcançou uma de suas produções mais baixas da história e que obrigou a importar açúcar para o consumo interno, uma situação impensável em outros tempos.
Além disso, o relatório destacou que o resgate do pavilhão serve para enfatizar a "importância da cana-de-açúcar e seus derivados" diante de crianças e jovens, em uma tentativa de educá-los sobre um setor que o próprio governo levou ao colapso após anos de desinvestimento, fechamento de usinas e más políticas de gestão.
Enquanto isso, os cubanos continuam enfrentando a escassez de açúcar, um produto que outrora era sinônimo de identidade nacional, mas que hoje se transformou em mais um símbolo do fracasso econômico do regime.
O Observatório Tecnológico AZCUBA anunciou em seu perfil na X que a ExpoCuba se “vestiu de luxo” com a reabertura do pavilhão da Agroindústria Açucareira.
Além disso, destacou que até Julio A. García Pérez, presidente do Grupo Azucarero, esteve presente, junto a diretores, trabalhadores e suas famílias.
Enquanto a ExpoCuba exibe os "avanços e a história" da indústria açucareira cubana, a realidade é diametralmente oposta.
A safra de açúcar 2024-2025 em Cuba enfrenta uma de suas piores crises: dos 14 centros previstos para a campanha, apenas seis estavam operacionais em janeiro último, o que resultou na moagem de apenas 25 por cento da cana planejada.
Em declarações ao jornal oficialista Granma, Dionis Pérez Pérez, diretor de Informática, Comunicação e Análise do Grupo Açucareiro Azcuba, informou que, embora os processos alcancem uma eficiência de 90 %, a produção de açúcar é de apenas 21 %, um nível muito abaixo das expectativas.
Este panorama crítico se deve à arrancada tardia e à não incorporação de oito centrais, responsáveis por 75% da dívida produtiva do setor.
De igual forma, a inflação em Cuba continua batendo recordes a cada dia: uma santiaguera compartilhou em dezembro que o preço do açúcar alcançou nessa província oriental de Cuba a cifra de 550 pesos por libra, refletindo o alarmante aumento nos preços de produtos básicos em meio à crise econômica.
Esta situação fez com que a família cubana buscasse alternativas que comprometem a saúde, como o uso de refrescos instantâneos para adoçar comidas e bebidas, em substituição ao açúcar extraído da cana.
O ponto mais crítico dessa problemática é que, atualmente, muitas pessoas são obrigadas a comprar açúcar em plataformas online voltadas para o mercado cubano, onde os preços, de acordo com o fornecedor, variam entre 2 e 4 dólares.
Perguntas frequentes sobre a crise da indústria açucareira em Cuba
Por que Cuba enfrenta uma crise em sua indústria açucareira?
Cuba enfrenta uma crise em sua indústria açucareira devido à falta de investimento, ao deterioramento da maquinaria, à escassez de combustível e às condições climáticas adversas. Esses problemas reduziram significativamente a produção de açúcar, deixando o país incapaz de alcançar os níveis de produção histórica que outrora o colocavam entre os principais exportadores de açúcar do mundo.
Qual é a situação atual da produção de açúcar em Cuba?
Atualmente, a produção de açúcar em Cuba está em um dos seus níveis históricos mais baixos. Na safra 2024-2025, apenas seis usinas de açúcar estavam operacionais, resultando na moagem de apenas 25% da cana planejada. Esta situação crítica reflete um setor em decadência, com uma produção de açúcar que não atinge nem 21% do esperado.
Quais ações o governo cubano está tomando para lidar com a crise do açúcar?
O governo cubano mencionou a necessidade de realizar investimentos no setor açucareiro para melhorar os rendimentos. No entanto, as ações atuais, como o aumento dos preços da cana e a renegociação de dívidas, não foram suficientes para reverter a crise. Mudanças estruturais mais profundas são necessárias para revitalizar a indústria.
Como a escassez de açúcar afeta a economia e a vida diária em Cuba?
A escassez de açúcar teve um impacto significativo na economia e na vida cotidiana em Cuba. O preço do açúcar aumentou drasticamente, chegando a até 600 pesos por libra, o que afeta gravemente a economia familiar, uma vez que o açúcar é um produto básico em todos os lares cubanos. Além disso, a falta de açúcar obrigou os cidadãos a buscar alternativas menos saudáveis para adoçar seus alimentos.
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