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A Empresa de Ómnibus Nacionales (EON) concluiu o ano de 2024 com uma redução acentuada em sua operatividade, mantendo apenas 36% das viagens realizadas em 2019.
Eduardo Rodríguez Dávila, Ministro dos Transportes, reconheceu em Facebook a crise que afeta o setor, embora tenha se destacado o aumento na quantidade de passageiros transportados, que atingiu 8 870 473, número que superou em 1 729 655 o reportado em 2023.
No entanto, esse aumento não reflete uma melhoria real no serviço, mas sim a inclusão de transportes por meio de ônibus alugados e percursos locais, enquanto o transporte interprovincial, sua função principal, continua em crise.
Segundo o titular da pasta, no total são realizadas 150 saídas diárias dentro da Programação Nacional, uma cifra significativamente menor do que antes da pandemia, quando a empresa garantia uma mobilidade muito mais ampla a nível interprovincial.
Entre os principais problemas que afetam a operatividade dos Ônibus Nacionais destacam-se a falta de combustível, o déficit de lubrificantes, as limitações financeiras e a escassez de peças de reposição, apontou o ministro.
A crise financeira impactou a capacidade da empresa de amortizar créditos e manter a frota de veículos em condições adequadas, o que gerou um Coeficiente de Disponibilidade Técnica de 50%, 19% inferior ao de 2023.
Dos 588 ônibus com os quais a empresa conta, 240 permanecem paralisados, e foram registradas 1.453 quebras no ano, um aumento de 553 falhas em comparação com o ano anterior, indicou Rodríguez em sua publicação.
Outro dos aspectos críticos é a pontualidade do serviço, que foi gravemente afetada. Nesse sentido, durante 2024 foram registrados 8.813 atrasos, o que representa uma queda na eficiência do serviço em comparação com 2019, quando a pontualidade supera 98% e os atrasos eram 4.079.
Os problemas na infraestrutura também afetaram a qualidade do serviço. A comunicação deficiente com os passageiros, especialmente em casos de atrasos ou cancelamentos, gerou desconforto e desinformação entre os viajantes, que dependem do transporte interprovincial para se deslocar em um país onde as opções de mobilidade são cada vez mais limitadas.
Apesar do aumento no número de passageiros transportados, os dados refletem que os Ómnibus Nacionales continuam em crise.
A redução de rotas, a falta de manutenção dos veículos e a escassez de recursos transformaram o serviço em uma sombra do que foi em 2019, como reconheceu o titular da pasta.
Em fevereiro passado, Rodríguez desmentiu rumores sobre a paralisação do transporte em Cuba, assegurando a operação contínua dos serviços interprovinciais apesar da crise energética que afeta o país.
Além disso, destacou que, embora tenham ocorrido alguns inconvenientes operacionais, não foram cancelados serviços devido ao déficit na geração de eletricidade no país.
No entanto, nesse mesmo mês, a Empresa de Serviços de Reservação Viajero, em conjunto com o Ministério dos Transportes, emitiu um comunicado oficial no qual anuncia a redução de suas operações e pediu desculpas pelos transtornos que essa medida possa causar.
Informaram a todos os passageiros no país que na sexta-feira, 14 de fevereiro, as agências ofereceram atendimento apenas até às 12:00 do meio-dia, com o objetivo de contribuir para a economia de energia. No entanto, o ciclo de vendas continuou, comercializando os bilhetes para os dias 16 e 17 de março deste ano.
Perguntas Frequentes sobre a Crise do Transporte em Cuba
Por que a Empresa de Ônibus Nacionais reduziu sua operatividade para 36% em comparação com 2019?
A redução na operatividade da Empresa de Ônibus Nacionais se deve à falta de combustível, ao déficit de lubrificantes, às limitações financeiras e à escassez de peças de reposição. Esses problemas impactaram a capacidade de manter a frota de veículos e geraram uma diminuição significativa na quantidade de viagens interprovinciais em comparação a 2019.
Como a crise do transporte está afetando a mobilidade interprovincial em Cuba?
A crise do transporte reduziu as saídas diárias de ônibus interprovinciais e aumentou os atrasos e cancelamentos de viagens. Apesar de o ministro dos Transportes ter assegurado a continuidade do serviço, a realidade é que as rotas operacionais são significativamente menores e a pontualidade do serviço se deteriorou, afetando gravemente a mobilidade dos cidadãos cubanos.
Qual é o papel dos ônibus alugados a particulares no meio da crise de transporte em Cuba?
Os ônibus alugados a particulares têm aliviado parcialmente a crise do transporte em Cuba. O governo alugou veículos estatais a empreendedores privados para que se encarguem de sua reparação e manutenção. No entanto, essa solução trouxe problemas como desorganização, preços irregulares e acesso irregular a combustíveis, o que gerou incompreensão na população.
Por que o setor turístico é priorizado na aquisição de novos ônibus em Cuba?
O governo cubano priorizou a aquisição de novos ônibus para o setor turístico, apesar da crise no transporte público. Recentemente, chegou um lote de ônibus da China destinados ao turismo. Esta decisão gerou críticas, uma vez que o setor público enfrenta um deterioração significativa, e é vista como uma má gestão dos recursos em meio à crise econômica.
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