O governo cubano anunciou a suspensão da atividade laboral e docente para esta sexta-feira, 14, e sábado, 15 de fevereiro, devido à grave crise energética que o país enfrenta.
“Tendo em conta a situação energética que o país enfrenta e com o objetivo de contribuir para a necessária economia no consumo de energia elétrica para atenuar os impactos sobre a população, decidiu-se suspender durante os próximos dias 14 e 15 de fevereiro as atividades docentes e laborais que não sejam imprescindíveis nas condições atuais”, informou o Ministério do Trabalho e Segurança Social (MTSS).
A nota oficial esclarece que os serviços básicos para a população serão mantidos, e que os trabalhadores afetados pela medida receberão “uma proteção equivalente ao salário da escala do cargo que ocupam, conforme estabelecido no Código do Trabalho”.
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O governo não especificou como essa decisão afetará a 33ª edição da Feira Internacional do Livro de Havana, cuja inauguração está prevista para esta sexta-feira na capital, com a participação de 400 convidados de 40 países.
Um sistema energético colapsado
Nas últimas horas, meios oficialistas divulgaram declarações de Lázaro Guerra, diretor geral de Eletricidade do Ministério de Energia e Minas (MINEM), que alertou que este dia seria particularmente complicado, embora se espere “uma melhoria nas afetações ao serviço.”
Por sua vez, a estatal União Elétrica (UNE) previu para quinta-feira um déficit máximo de 56% da demanda nacional, equivalente a 1.810 MW no horário de maior consumo.
A situação energética é crítica em Cuba: dez unidades termelétricas estavam ontem fora de serviço, seis delas devido a falhas e quatro por manutenção.
Isso significa que metade do total de 20 unidades de produção termoelétrica - que estão distribuídas em sete centrais - está inoperante.
A isso se soma que 59 centrais de geração distribuída e duas centrais flutuantes (patanas) ficaram fora de serviço devido à falta de combustível (biodiesel e diesel).
Uma crise sem solução
O governo cubano tem recorrido nos últimos anos a soluções temporárias para mitigar sua crise energética, mas estas não conseguiram resolver o problema estrutural que o país enfrenta.
Chegaram a alugar até oito plataformas flutuantes de uma empresa turca, uma medida rápida, mas custosa.
"No entanto, cinco dessas infraestruturas deixaram o país no ano passado, tornando ainda mais vulnerável o já deteriorado sistema elétrico nacional", recorda hoje a agência EFE.
Cidades de todo o país têm enfrentado cortes de energia que em alguns casos ultrapassaram 24 horas consecutivas nos últimos dias.
Tampouco La Havana se livrou, cuja empresa elétrica foi obrigada a programar suspensão do serviço de pelo menos seis horas.
A crise energética afeta a ilha, mas se agravou consideravelmente desde o último trimestre de 2024, quando foram registrados dois apagões em massa, um no dia 18 de outubro e outro no dia 4 de dezembro.
Às constantes avarias das obsoletas centrais termoelétricas, que estão em funcionamento há décadas sem um investimento adequado para sua manutenção, soma-se a falta de combustível
Diversas estimativas apontam que seriam necessários entre 8.000 e 10.000 milhões de dólares para modernizar o Sistema Elétrico Nacional, um investimento que está além da capacidade do governo cubano.
Perguntas frequentes sobre a crise energética em Cuba
Por que foram suspensas as atividades laborais e docentes em Cuba?
As atividades laborais e docentes foram suspensas devido à grave crise energética que o país enfrenta. O objetivo dessa medida é contribuir para a economia de energia elétrica a fim de atenuar os impactos sobre a população.
Quais são as causas da crise energética em Cuba?
A crise energética em Cuba se deve a múltiplos fatores, entre eles as avarias em unidades termelétricas, a falta de combustível para a geração distribuída e a obsolescência das infraestruturas elétricas. Isso resultou em um déficit significativo na capacidade de geração de energia elétrica.
Como a crise energética está afetando os eventos culturais em Cuba?
A crise energética está gerando incerteza sobre a realização de eventos culturais, como a 33ª edição da Feira Internacional do Livro de Havana. Não foi detalhado como a suspensão das atividades afetará este evento, que estava programado para começar durante a crise.
Quais medidas o governo cubano tomou para enfrentar a crise energética?
O governo cubano implementou medidas temporárias, como a suspensão de atividades não essenciais e o aluguel de centrais flutuantes de geração de energia. No entanto, essas medidas não resolveram o problema estrutural do sistema elétrico, que exige um investimento significativo para sua modernização.
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