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O governo dos Estados Unidos está preparando o primeiro voo de deportação de imigrantes para Cuba no segundo mandato do presidente Donald Trump, que pode ocorrer já nesta quinta-feira.
Meios e jornalistas de Miami afirmaram nas últimas horas que a administração Trump retomaria em breve os voos de deportação de cubanos, que, com frequência mensal, vinham sendo realizados desde abril de 2023, por acordo entre o governo dos Estados Unidos e o regime de Havana.
O portal de notícias Café Fuerte antecipou, citando fontes não oficiais, que um voo com cubanos passíveis de deportação sairia de Miami rumo à capital cubana nesta quinta-feira, o primeiro desde que Trump voltou à Casa Branca, no dia 20 de janeiro.
O último voo fretado pelo Departamento de Imigração e Controle de Alfândega (ICE) com destino a Cuba ocorreu no dia 19 de dezembro, com 42 cubanos que ingressaram de forma irregular nos EUA.
Em total, foram registrados 21 voos de deportação durante a Administração do democrata Joe Biden, com 978 imigrantes cubanos devolvidos.
Nas últimas semanas, os agentes do ICE prenderam imigrantes cubanos com ordem final de deportação, durante as operações de controle migratório implementadas pela administração Trump para conter a imigração ilegal no país.
O jornalista Wilfredo Cancio Isla afirmou que o inédito nessas operações é que, além de cubanos com ordem de deportação por infrações migratórias e casos concluídos em tribunais de imigração, também foram incluídas pessoas inelegíveis por terem cometido crimes graves e que já cumpriram penas severas nos EUA.
Café Fuerte citou o caso de um cubano residente nos Cayos da Flórida, que foi preso nesta terça-feira durante uma operação do ICE e transferido para um centro de detenção em Marathon. De lá, foi levado para o Centro de Detenção de Krome, no sul de Miami-Dade, e pode ser deportado para Cuba em breve.
Segundo fontes da família informaram ao site de notícias, o homem é um emigrante do êxodo de Mariel, em 1980, saiu de Cuba com sete anos e não tem nenhum parente ou casa que possa acolhê-lo lá.
Univisión também reportou nesta semana o caso de Álvaro Fernando Medina Melo, um cubano de 38 anos residente na Flórida que estava em liberdade condicional com um formulário I-220A e foi detido por oficiais do ICE após comparecer à sua quarta consulta de rotina nos escritórios de Miramar, no condado de Broward.
CiberCuba relatou nas últimas semanas detenções de imigrantes cubanos em situação irregular que estão sujeitos à deportação, conforme informaram as autoridades migratórias.
Durante as operações realizadas nos estados da Flórida, Texas e Arizona, foram presos dezenas de cubanos com graves antecedentes criminais, com ordens de deportação pendentes ou enquanto tentavam entrar ilegalmente no território americano.
Em meio à crescente preocupação entre os migrantes cubanos nos Estados Unidos, advogados de imigração asseguraram que “há uma probabilidade muito grande” de que os cubanos que entraram por meio dos programas de parole humanitário e CBP ONE, e estão há menos de dois anos no país, possam ser deportados pela administração Trump.
Em contrapartida, os especialistas afirmam que aqueles que possuem o formulário I-220A não correm o risco de deportação se tiverem processos abertos perante as autoridades migratórias.
A maior quantidade de cubanos deportados pelo ICE foi registrada durante o primeiro mandato presidencial de Trump (2017-2021), quando 3.385 pessoas foram devolvidas, na sua maioria, aquelas que chegaram de forma irregular aos EUA e perderam suas opções de asilo (I-220B). Enquanto isso, Barack Obama enviou de volta a Cuba 341 cubanos e George W. Bush, 416, segundo números computados por Café Fuerte.
Estatísticas oficiais do ICE apontam que 42.084 cubanos têm ordem final de deportação, que estão sob regime de liberdade supervisionada nos EUA devido a que o governo de Cuba se recusa a recebê-los.
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