Expulsam duas migrantes cubanas da Rússia

Antes de serem deportadas, as duas cubanas foram transferidas para um centro de detenção temporária.

Migrantes cubanasFoto © Serviço Federal de Marshal da Rússia

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As autoridades russas deportaram duas migrantes cubanas que residiam ilegalmente na cidade de Nizhnevartovsk, localizada a quase 3.000 quilômetros a leste de Moscou, conforme informou o departamento de imprensa do Serviço Federal de Alguaciles da Rússia na região de Janti-Mansisk.

De acordo com o relatório oficial - citado pela imprensa russa - as migrantes da ilha haviam excedido o período legal de permanência de três meses permitido na Rússia.

A identidade das mulheres e a data exata de sua chegada ao país não foram especificadas.

As autoridades determinaram que as estrangeiras violaram as normas migratórias russas ao se estabelecerem ilegalmente em Nizhnevartovsk, por isso “foram colocadas à disposição das autoridades policiais e enviadas à força para Cuba”.

Antes de serem deportadas, as duas cubanas foram transferidas para um centro de detenção temporária.

"Os agentes, para garantir o procedimento estabelecido pelos tribunais, levaram as infratoras para o posto de controle do outro lado da fronteira estadual e as entregaram aos guardas fronteiriços. De lá, as mulheres cubanas voltaram para casa", concluiu o comunicado oficial.

Até o fechamento desta nota, outros detalhes do caso não foram divulgados.

Aumento da cifra de cubanos deportados da Rússia

Apesar de os cubanos poderem entrar na Rússia sem a necessidade de visto por um período de até 90 dias, muitos enfrentaram desafios legais e administrativos no último ano, que resultaram em detenções e deportações.

Em maio de 2024, dez cubanos foram detidos e deportados após uma operação na feira de Rodina, em Kazan, sob acusações de violar as normas de permanência e realizar atividades laborais sem as devidas permissões.

Previamente, em abril de 2024, foi relatado um aumento nas expulsões de migrantes cubanos após um atentado terrorista perto de Moscovo.

Nem as autoridades russas nem as cubanas divulgaram números oficiais sobre a quantidade de cubanos em situação irregular ou expulsos. A opacidade também envolve os centenas de cubanos que foram recrutados como mercenários para participar da invasão russa à Ucrânia, um tema sobre o qual tanto Havana quanto Moscou mantêm silêncio.

Endurecimento das leis migratórias na Rússia

No início deste mês, foi divulgada a implementação de um novo registro de pessoas controladas na Rússia que inclui todos os estrangeiros que se encontram ilegalmente no país, segundo informaram fontes oficiais.

Este registro será utilizado para verificar os estrangeiros antes de seu emprego, inscrição de filhos em instituições educativas, registro de propriedades ou trâmites matrimoniais, explicou Vladimir Shkunov, administrador do grupo de Facebook “Rússia para Cubanos”.

O registro estará disponível para empregadores, instituições educacionais e outras entidades, permitindo-lhes verificar o status legal dos migrantes antes de oferecer serviços ou emprego.

Este regime legal se aplica a estrangeiros e apátridas que se encontram ilegalmente na Rússia (por exemplo, aqueles cujo visto de residência temporária expirou ou cujo visto foi cancelado). Aplica-se a partir do momento em que o migrante se registra no controle de pessoas.

O regime de expulsão prevê a imposição de proibições.

Os migrantes inscritos no registro não podem abrir um negócio, comprar imóveis e transporte, contrair matrimônio ou mudar de residência sem a permissão da autoridade de migração. Os funcionários supervisionarão o cumprimento dessas proibições.

Também será implementado o controle estatal na área da migração. Por exemplo, a verificação de documentos e o registro obrigatório de impressões digitais do migrante serão possíveis. Uma pessoa pode ser internada em uma instituição especial por 48 horas e, por ordem judicial, por um período mais longo.

Se excluirá do registro de pessoas controladas nos seguintes casos: saída da Rússia; aquisição de motivos legais para permanecer no país; cancelamento ou reconhecimento de uma decisão ilegal que serviu como motivo para sua inclusão no registro; morte.

O Governo da Federação Russa determinará o procedimento para inserir informações no registro e as regras para fornecer informações sobre a inclusão ou exclusão delas.

Segundo Alexander Gorovoy, primeiro vice-ministro do Interior da Federação Russa, atualmente há 670.000 migrantes estrangeiros em situação irregular na Rússia. Mais da metade dessas pessoas são mulheres e menores de idade.

Gorovoy indicou a meios russos que têm até 30 de abril de 2025 para regularizar seu estado legal. A partir de 1º de maio, aqueles que não tiverem cumprido com esse processo deverão deixar o país.

“Após verificar isso através de nossos registros especiais e confirmar que não ocorreram infrações que afetem a ordem pública, regularemos o status legal desses cidadãos estrangeiros. Caso contrário, será exigido que deixem o país”, disse Gorovoy em entrevista à emissora de rádio Komsomolskaya Pravda.

O funcionário também mencionou que no ano passado, 9,5 milhões de estrangeiros visitaram a Rússia, um aumento de 4,5% em relação a 2023. Desses, 9,3 milhões de pessoas deixaram o país.

Atualmente, na Rússia vivem 6,3 milhões de imigrantes, dos quais 80% são originários dos países da Comunidade de Estados Independentes (CEI).

A implementação dessa medida está alinhada com a assinatura de uma lei em agosto de 2024, pelo presidente russo Vladímir Putin, que estabelece obrigações específicas para os estrangeiros que desejam residir na Rússia.

Esta legislação, publicada no portal de informação legal do Estado, também detalhou os mecanismos para a expulsão de estrangeiros em caso de violações à legislação local.

Estas disposições buscam aumentar o controle sobre a permanência de estrangeiros no território russo e obrigá-los a legalizar seu status migratório.

Perguntas frequentes sobre a deportação de cubanos da Rússia e o endurecimento das leis de imigração

Por que as autoridades russas deportaram as migrantes cubanas?

As migrantes cubanas foram deportadas por exceder o período legal de permanência de três meses permitido na Rússia, o que constitui uma violação das normas migratórias do país. Elas estavam residindo ilegalmente na cidade de Nizhnevartovsk, o que levou à sua detenção e posterior deportação para Cuba.

Quais medidas a Rússia implementou para controlar a migração ilegal?

A Rússia implementou um novo registro de pessoas controladas que inclui todos os estrangeiros que se encontram ilegalmente no país. Este registro será utilizado para verificar o status legal dos migrantes antes de oferecer serviços ou emprego, e aqueles inscritos enfrentam restrições significativas, como a proibição de abrir negócios, comprar propriedades ou se casar sem autorização.

Quais são as consequências para os migrantes registrados como ilegais na Rússia?

Os migrantes ilegais na Rússia enfrentam restrições como a impossibilidade de abrir negócios, comprar propriedades ou mudar de residência sem autorização. Além disso, podem ser internados em instituições especiais por um período determinado e estão sujeitos a um controle estatal mais rigoroso, incluindo a verificação de documentos e o registro de impressões digitais.

Como a nova legislação migratória na Rússia afeta os cubanos?

Apesar de que os cubanos podem entrar na Rússia sem visto por 90 dias, muitos enfrentam desafios legais e administrativos que resultaram em detenções e deportações. A nova legislação aumenta o controle sobre sua estadia e obriga os estrangeiros a legalizar seu status, o que representa um desafio adicional para os migrantes cubanos que buscam se estabelecer na Rússia.

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