A jovem espanhola Carolina Márquez compartilhou recentemente no TikTok sua experiência durante uma viagem a Cuba, emocionando milhares de usuários com seu testemunho.
Em sua publicação, intitulada "Momentos que alteraram a química do meu cérebro em Cuba", a jovem incluiu diversas imagens que retratam a pobreza, a escassez e as dificuldades diárias enfrentadas pelos cubanos.
Seu vídeo rapidamente se viralizou em seu perfil @_srtamarquez, acumulando mais de sete milhões de visualizações, milhares de comentários e reações divididas.
Em uma de suas fotos mais comoventes, pode-se ler a mensagem: "Perceber tudo o que temos e às vezes não valorizamos... Chorar de impotência, porque os cubanos não merecem isso. Espero que algum dia possa mudar." Este texto acompanha a imagem de uma menina nas ruas de Trinidad, uma vila colonial que, apesar de sua beleza arquitetônica, reflete as carências do país.
O vídeo gerou um intenso debate no TikTok e em outras plataformas. Enquanto muitos usuários agradeceram a Márquez por mostrar a realidade de Cuba, outros argumentaram que a situação do país é consequência do embargo dos Estados Unidos e não do governo cubano.
Entre os comentários mais destacados, estão os de cubanos dentro e fora da ilha que confirmaram seu testemunho: "Sou cubano e tudo o que ele diz é 100% REAL. Cuba precisa de uma mudança já", afirmou um usuário. Outro escreveu: "Obrigado por refletir a realidade e por ver e dizer quem realmente somos, um povo cheio de carências, mas que ainda assim tem um sorriso".
No entanto, também houve quem defendesse o governo cubano, atribuindo a crise econômica às sanções impostas pelos Estados Unidos. "A pobreza extrema em Cuba não é apenas por causa do comunismo, mas sim pelo bloqueio dos EUA, que já dura mais de 60 anos, cortando o acesso a comida, remédios e recursos", destacou outro usuário.
Uma das dúvidas mais recorrentes entre os comentários foi sobre a possibilidade de os cubanos acessarem as praias de seu próprio país. Várias pessoas perguntaram por que os cidadãos não desfrutam dessas áreas turísticas, ao que Carolina Márquez respondeu: "A maioria não pode ir por falta de dinheiro, distância, transporte público inexistente, muitos não têm carro, e mesmo que tenham, a escassez de gasolina faz com que quase nunca haja".
O impacto deste vídeo continua crescendo nas redes sociais, evidenciando mais uma vez o debate polarizado sobre a situação de Cuba. O que para alguns é uma denúncia necessária, para outros é uma manipulação da realidade. O certo é que a publicação de Carolina Márquez serviu para visibilizar a crise que a ilha enfrenta e gerar consciência sobre as condições em que vive sua população.
Além deste post, onde mostrou a realidade mais dura que vivem os cubanos comuns, também compartilhou outros em suas redes sobre sua estadia como turista na ilha que, segundo ele, será difícil de superar.
O testemunho da turista espanhola Carolina Márquez não é o único que expôs as contradições entre a imagem turística de Cuba e a realidade cotidiana de seus habitantes. Nos últimos meses, vários visitantes relataram experiências semelhantes após sua passagem pela ilha, mostrando como a crise econômica e social do país impacta tanto os cubanos quanto aqueles que chegam com a ideia de desfrutar de umas férias paradisíacas.
Uno de esses casos é o do canadense Jonathon Renko, que ficou preso em Cuba durante um apagão generalizado que afetou toda a ilha. Em seu depoimento para a rede Global News, o turista contou como sua expectativa de descanso foi frustrada pela falta de eletricidade, o deterioramento dos alimentos sem refrigeração e a precariedade nos serviços básicos. Renko alertou outros viajantes para que reconsiderassem seus planos de visitar Cuba até que a crise energética fosse resolvida, um apelo que se soma às crescentes reclamações sobre as condições na ilha.
Outro testemunho semelhante é o da designer uruguaia Mila Miskovic, que viajou a Cuba não como turista, mas com um propósito humanitário. Em seu relato, compartilhou com seus seguidores do TikTok a extrema pobreza que presenciou e como a falta de alimentos e medicamentos a levou a questionar a ideia de passar férias na ilha. “Nunca tinha visto tanta gente passando fome”, afirmou, acrescentando que sob nenhuma circunstância consideraria Cuba como um destino de descanso. Seu vídeo gerou um amplo debate nas redes, com muitos cubanos agradecendo por mostrar uma realidade que muitas vezes é ignorada pelo turismo tradicional.
As duas faces do turismo em Cuba: luxo para estrangeiros, escassez para os locais
Enquanto turistas como Márquez, Renko e Miskovic denunciam a crise em Cuba, outros viajantes têm destacado a abundância que experimentam nos hotéis dos cayos turísticos, onde as condições contrastam fortemente com a vida nas cidades e vilarejos do país. Um exemplo disso é o caso da turista canadense Debbie Schetagne, que publicou imagens da opulência gastronômica no Hotel Gran Muthu Imperial em Cayo Guillermo. “Alguém se pergunta sobre a escassez de comida... ¡AQUI NÃO!”, escreveu no Facebook ao lado de fotos de mesas repletas de carnes, peixes, queijos e frutas.
Este tipo de testemunhos reflete a disparidade entre a experiência dos turistas que se hospedam em resorts de luxo e a dura realidade dos cubanos que enfrentam a escassez de produtos básicos. Em seu vídeo, Carolina Márquez denunciou essa desigualdade ao mostrar imagens de lojas com prateleiras cheias de um único produto, mas onde só é permitido pagar em moeda estrangeira, excluindo a maioria da população local. Ela também documentou como, em alguns restaurantes, a oferta era tão limitada que os clientes podiam escolher apenas um único prato disponível.
A situação econômica de Cuba tem afetado seriamente a capacidade do país de atrair turistas. Em 2024, a ilha recebeu apenas 1,9 milhões de visitantes até julho, uma queda significativa em comparação com anos anteriores. Embora o governo cubano tenha tentado captar turistas por meio de campanhas publicitárias e novos investimentos no setor hoteleiro, a realidade enfrentada por aqueles que visitam o país — com apagões, problemas de abastecimento e crise energética — está levando muitos a reconsiderar seus planos de viagem.
Turistas como testemunhas de uma crise profunda
O vídeo de Carolina Márquez não apenas expõe sua experiência pessoal, mas também reforça uma tendência crescente: cada vez mais turistas se tornam testemunhas diretas da crise cubana e decidem compartilhá-la nas redes sociais. Seu relato se acrescenta ao de muitos outros viajantes que, ao se aprofundarem na vida fora dos circuitos turísticos, têm documentado a precariedade enfrentada pela população local.
As imagens que Márquez compartilhou no TikTok —prédios em ruínas, lixo acumulado nas ruas, crianças brincando descalças, escassez de alimentos e falta de liberdade de expressão— são um reflexo do que milhões de cubanos vivem diariamente. Seu testemunho, longe de ser um caso isolado, é parte de uma narrativa mais ampla que revela as contradições do turismo em Cuba: enquanto alguns desfrutam de um paraíso de férias, outros descobrem uma realidade que, como ela mesma disse, “alterou a química do seu cérebro”.
Perguntas frequentes sobre a realidade atual em Cuba e o impacto no turismo
Qual é a situação atual em Cuba segundo o testemunho da turista espanhola Carolina Márquez?
Carolina Márquez descreve uma Cuba marcada pela pobreza, pela escassez e pelas dificuldades diárias enfrentadas pelos cubanos. Em seu vídeo viral no TikTok, ela mostrou imagens da realidade cotidiana na ilha, destacando a desigualdade entre as zonas turísticas e as condições de vida dos locais.
Como a crise econômica afeta a imagem turística de Cuba?
A crise econômica deteriorou a capacidade de Cuba de atrair turistas, com uma queda significativa no número de visitantes. Apesar das campanhas publicitárias, os problemas de abastecimento, apagões e a crise energética desestimulam potenciais turistas, criando uma lacuna entre o brilho dos resorts e a dura realidade local.
Que impacto têm os testemunhos de turistas na percepção internacional sobre Cuba?
Os testemunhos de turistas como Carolina Márquez tornam visível a crise em Cuba e geram consciência sobre as condições de vida na ilha. Esses relatos, amplamente compartilhados nas redes sociais, contrastam a beleza turística com a realidade econômica e social do país, influenciando a percepção internacional e a decisão de potenciais visitantes.
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