Cuba enfrenta mais um dia de apagões em massa devido a um déficit próximo a 1.600 MW

A falta de manutenção nas termoelétricas, a escassez de combustível e a infraestrutura obsoleta agravam a crise. O número de unidades termoelétricas fora de serviço aumentou de ontem para hoje, passando de 10 para 11 unidades desconectadas do SEN.

Apagão em MatanzasFoto © Periódico Girón / Raúl Navarro

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Cuba enfrenta uma nova jornada de apagões em massa devido a um déficit de geração elétrica próximo a 1.600 megawatts (MW).

A União Elétrica de Cuba (UNE) informou em suas redes sociais que o serviço elétrico foi afetado durante as 24 horas do dia anterior, mantendo-se a interrupção até a madrugada de hoje. A maior afetacão registrada foi de 1.713 MW às 19h50, coincidiendo com o pico de demanda.

Captura de tela Facebook / UNE

Às 07:00 horas desta terça-feira, a disponibilidade do Sistema Electroenergético Nacional (SEN) era de 1.360 MW, enquanto a demanda alcançava 2.320 MW, resultando em uma afetção de 997 MW. Estima-se que durante o horário do meio-dia a afetção aumente para 1.450 MW, com maior incidência na região centro-oriental do país.

As principais causas desse déficit incluem falhas em várias unidades termoelétricas: a unidade 3 da Central Termoelétrica (CTE) Santa Cruz, a unidade 3 da CTE Renté e as unidades 1 e 2 da CTE Felton.

Além disso, estão em manutenção a unidade 2 da CTE Santa Cruz, as unidades 3 e 4 da CTE Cienfuegos e a unidade 5 da CTE Renté. Esses incidentes, somados a limitações na geração térmica que representam 422 MW a menos, agravam a situação energética do país.

A geração distribuída também é afetada pela falta de combustível, com 77 centrais fora de funcionamento que contribuem com 536 MW a menos para o sistema. Além disso, 68 MW da usina a combustível de Mariel e 54 MW da patana de Regla estão inativos pela mesma razão, totalizando 658 MW afetados pela escassez de combustível.

Para o horário de pico deste dia, a UNE prevê a recuperação de 80 MW em motores de geração distribuída atualmente inativos devido à falta de combustível, a incorporação de 50 MW com a entrada da unidade 6 da CTE Nuevitas e 68 MW adicionais com a ativação de cinco motores na central a diesel de Mariel.

Com essas medidas, estima-se uma disponibilidade de 1.558 MW em relação a uma demanda máxima de 3.080 MW, o que resultaria em um déficit de 1.522 MW. Se essas condições se mantiverem, o impacto pode alcançar 1.592 MW durante o pico, afetando principalmente a região centro-oriental.

Em comparação com o dia anterior, o déficit apresentou uma leve diminuição, passando de 1.666 MW para 1.522 MW. No entanto, a quantidade de unidades termelétricas fora de serviço aumentou, passando de 10 para 11, o que indica um agravamento na disponibilidade de geração elétrica.

A situação continua crítica, e as autoridades não anunciaram soluções de curto prazo para estabilizar o fornecimento de eletricidade no país.

Captura de tela Facebook / Empresa Elétrica de Havana

Por sua vez, a Empresa Elétrica de Havana informou em suas sobre cortes programados na capital devido ao déficit de geração.

Os clientes associados aos blocos 1 e 2 serão afetados entre as 10:00 e as 14:00; posteriormente, o bloco 4 experimentará interrupções até às 17:00, e o bloco 3 das 17:00 às 20:00.

A crise energética em Cuba tem sido persistente nas últimas semanas, com apagões que superam 20 horas diárias em várias províncias, afetando gravemente a vida cotidiana da população.

A falta de manutenção nas termelétricas, a escassez de combustível e uma infraestrutura elétrica obsoleta são fatores que contribuem para esta crise. As autoridades implementaram cortes programados e priorizaram o fornecimento elétrico em serviços essenciais como hospitais, mas essas medidas não foram suficientes para resolver a situação.

A população demonstra um crescente descontentamento devido às constantes e prolongadas interrupções no fornecimento de energia elétrica, que afetam atividades essenciais como o preparo de alimentos, o uso de eletrodomésticos e a conservação de alimentos. A incerteza sobre a duração desta crise e a falta de soluções eficazes por parte das autoridades agravam a frustração dos cidadãos.

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