Os cubanos com I-220A não preocupam o advogado de Imigração Willy Allen: "Vão ganhar"

O especialista em Imigração não descarta que esses casos precisem ser "combatidos" na Corte e aconselhou a "apresentar um pedido de asilo robusto". Ele descarta que 100.000 cubanos que entraram com ordem de liberdade supervisionada venham a perder agora sua residência


O renomado advogado da Flórida Willy Allen afirmou em declarações ao CiberCuba que não se preocupa com os cubanos que entraram nos Estados Unidos com um I-220A (ordem de liberdade condicional), concedida a pessoas que foram detidas e liberadas por oficiais de Imigração sob a condição de comparecer a audiências de Imigração no tribunal.

Em uma entrevista concedida a esta plataforma, Allen enviou uma mensagem de otimismo aos I-220A: "Vamos ganhar em um tribunal federal. Apresentem um pedido de asilo forte. Talvez tenhamos que lutar", disse.

A juízo do renomado advogado de Miami, "você não pode agora retirar a residência de 100.000 cubanos que entraram com I-220A", apontou de forma categórica.

O advogado fez essas declarações na mesma entrevista em que afirmou que "é zero" a possibilidade de que sejam detidos ou deportados os beneficiários de parole e reunificação familiar cujos trâmites foram suspensos pelo USCIS esta semana.

Na mesma entrevista, Allen criticou a congressista María Elvira Salazar, que anunciou um projeto de lei para conceder status legal permanente aos cubanos com I-220A. Na opinião do advogado, ela está falando "cascarita de cana".

"Publicamente eu pedi desculpas por ter votado nela duas vezes. María Elvira, que era minha amiga, o que está dizendo é uma falta de respeito a qualquer pessoa pensante. Ela me insulta. Ela sabe muito bem que não é necessário apresentar um projeto de lei. A lei existe desde 1966. Dois congressistas americanos de Miami propuseram a Lei de Ajuste Cubano que foi assinada pelo presidente democrata Lyndon B. Johnson, quando os cubanos eram insignificantes e não tinham nenhum poder. A lei já existe. Chama-se Lei de Ajuste Cubano", ressaltou Willy Allen.

Além disso, acrescentou que o congressista Lincoln Díaz-Balart, "de uma forma brilhante", a incluiu em 1996 na Lei de Democracia para Cuba. "Essa lei já existe. Essa congressista está zombando de nós. Ela não pode propor nada. Está falando besteira. É um insulto", insistiu.

Allen recomenda a María Elvira Salazar que continue fazendo "algo brilhante" que fez no passado, que foi denunciar irregularidades administrativas que concediam status migratório diferente a casais que entravam juntos nos Estados Unidos.

O advogado fez estas declarações em decorrência de que esta semana se tornaram públicas a paralisação dos trâmites no USCIS de cubanos que entraram legalmente nos Estados Unidos por meio do parole humanitário e da reunificação familiar. Em ambos os casos, podem se beneficiar de pedidos de asilo, abrigo familiar e da Lei de Ajuste Cubano, que lhes permite obter o 'green card' (residência) um ano e um dia após estarem nos Estados Unidos.

Desde que assumiu seu mandato, o presidente Donald Trump eliminou o parole, fez desaparecer o aplicativo CBP One, que permitia agendar uma consulta na fronteira para optar por medidas que possibilitassem a entrada nos Estados Unidos; cancelou o TPS (Estatuto de Proteção Temporária), que beneficiava 300.000 venezuelanos; iniciou as deportações para Guantánamo e começou a executar deportações para a Venezuela e Colômbia.

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Tania Costa

(Havana, 1973) vive na Espanha. Ela dirigiu o jornal espanhol El Faro de Melilla e FaroTV Melilla. Foi chefe da edição de Murcia do 20 minutos e assessora de Comunicação da Vice-Presidência do Governo de Múrcia (Espanha).