O advogado da Flórida, especialista em Imigração, Willy Allen, assegurou em declarações à CiberCuba que "a possibilidade de que cubanos que entraram por meio de parole e reunificação familiar sejam detidos e deportados é zero".
Assim se mostrou Allen em uma entrevista com esta plataforma, na qual abordou as consequências da paralisação dos trâmites administrativos dos cubanos que entraram nos Estados Unidos por meio dessas duas categorias migratórias (parole e reunificação).
Em sua opinião, "é duro" que "aqueles que esperaram em uma fila em Cuba" fiquem agora em uma espécie de limbo legal, que ele prefere chamar de "buraco negro".
"Agora eles sofreram mais um golpe. Aqueles que seguiram as regras de esperar são os mais prejudicados. Há uma solução: é esperar. A possibilidade de que eles fiquem frustrados e aguardando, isso existe e será um processo muito mais difícil", disse.
Willy Allen, com uma longa trajetória na Advocacia em Miami, tranquiliza desta forma os mais de 110.000 cubanos que entraram nos Estados Unidos durante a Administração Biden com o parole humanitário, uma autorização para viajar legalmente para os EUA, sempre com o respaldo de um patrocinador financeiro e que possibilita a obtenção de um visto de trabalho por dois anos. Trata-se de uma figura migratória que não existe nem jamais existiu, por exemplo, em países como a Espanha.
A administração Biden paralisou em julho de 2024 o parole ao detectar irregularidades. Embora tenha sido retomado em setembro de 2024, muito poucos cubanos conseguiram entrar nos Estados Unidos por essa via a partir dessa data.
Em 22 de janeiro de 2025, o presidente Donald Trump incluiu a eliminação do parole humanitário entre as 41 ordens executivas que assinou logo após assumir o cargo na Casa Branca.
Esta semana foi divulgado que, em 14 de fevereiro de 2025, Andrew Davidson, funcionário do USCIS (Serviços de Imigração e Cidadania dos Estados Unidos), ordenou a paralisação dos trâmites administrativos que estavam em andamento para pessoas que entraram nos EUA com parole (provenientes da América Latina e Ucrânia) e por reunificação familiar.
Sobre esta última via, o advogado lembrou que esteve paralisada desde 2020, em decorrência dos ataques sonoros à Embaixada dos EUA em Havana, e Biden a reativou em 2022.
Desde que assumiu seu mandato, o presidente Donald Trump eliminou o parole, fez desaparecer o aplicativo CBP One, que permitia agendar consultas na fronteira para optar por medidas que permitissem a entrada nos Estados Unidos; cancelou o TPS (Estatus de Proteção Temportária), que beneficiava 300.000 venezuelanos; iniciou as deportações para Guantánamo e começou a executar deportações para a Venezuela e Colômbia.
A última decisão foi divulgada esta semana e consiste na paralisação dos trâmites que os beneficiários do parole e da reunificação familiar tinham iniciado no USCIS. Ambos podem se beneficiar de casos de asilo, proteção familiar e da Lei de Ajuste Cubano, que lhes permite obter o "green card" (residência) após um ano e um dia de permanência nos Estados Unidos.
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