Aclarações necessárias sobre a Lei de Ajuste Cubano após pausa nos trâmites dos programas de residência

A Lei de Ajuste Cubano continua em vigor, não pode ser modificada sem o Congresso dos EUA e não está afetada pela pausa nos trâmites de parole humanitário e reunificação familiar, que é temporária.

Imagem de referênciaFoto © Flickr / ICE

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A Lei de Ajuste Cubano (CAA) continua em vigor e não pode ser modificada sem a intervenção do Congresso dos Estados Unidos, esclareceu em uma publicação recente de suas redes sociais o jornalista Wilfredo Cancio Isla.

A preocupação despertada na comunidade cubana pela recente suspensão dos trâmites de residência para beneficiários do parole humanitário (CHNV) e do programa de reunificação familiar (CFRP) levou o jornalista radicado nos Estados Unidos a esclarecer a questão com base em seu conhecimento sobre o funcionamento da administração, do governo e da política desse país.

Em sua análise, Cancio Isla desmentiu rumores e ofereceu chaves essenciais para compreender o alcance real dessa medida administrativa, abordando em profundidade o entrelaçamento legal e o contexto em que ocorreram as recentes decisões da administração de Donald Trump.

Em datas recentes, o Serviço de Cidadania e Imigração dos Estados Unidos (USCIS) ordenou uma pausa indefinida na tramitação de solicitações de residência de beneficiários do CHNV e CFRP.

Esta decisão obedeceu a uma revisão interna dos procedimentos para garantir a transparência e viabilidade desses programas, segundo os comunicados oficiais.

Não obstante, é necessário esclarecer que a medida não impede que os solicitantes continuem enviando seus pedidos, embora seu processamento ficará suspenso até novo aviso.

Cinco pontos-chave do assunto, segundo Wilfredo Cancio Isla

1. A Lei de Ajuste Cubano (CAA) continua em vigor e não pode ser suspensa pelo presidente.

Cancio Isla destacou que a CAA foi codificada na Lei Helms-Burton de 1996, o que significa que só pode ser modificada ou eliminada pelo Congresso dos EUA. Para que isso ocorra, três condições devem ser atendidas: uma mudança democrática em Cuba, eleições multipartidárias e a libertação de todos os prisioneiros políticos.

2. O ajuste de status sob a CAA não foi afetado.

Os cubanos que tenham ingressado nos EUA com um documento I-94 e outras solicitações de benefícios migratórios - que não sejam derivados de programas emitidos por ordens executivas do presidente Biden - e que atendam aos requisitos estabelecidos, podem continuar solicitando a residência permanente sob a CAA sem restrições.

3. O processamento de solicitações de perdão humanitário e reunificação familiar está suspenso, mas não cancelado.

A medida afeta exclusivamente o andamento dos processos em tramitação, sem que isso implique a eliminação dos programas. Espera-se que o USCIS emita um parecer em um prazo de até 100 dias.

4. As pessoas que já solicitaram o ajuste de status devem aguardar.

Aqueles que solicitaram a residência através do parole humanitário (CHNV) ou do programa de Reunificação Familiar (CFRP) terão seu processo atrasado, mas não perderam sua elegibilidade.

5. Tentativas anteriores de revogar a Lei de Ajuste Cubano (CAA) falharam.

Na administração de Barack Obama, houve uma tentativa de eliminar a CAA através de pressão da mídia, sem sucesso, devido à sua codificação na lei americana.

Facebook / Wilfredo Cancio Isla

Impacto na comunidade cubana

A decisão do USCIS gerou preocupação entre os beneficiários dos programas de parole e reunificação familiar, mas é fundamental ressaltar que os procedimentos sob a CAA continuam em andamento.

Como explicou Cancio Isla em sua análise, a medida não representa uma ameaça à existência da CAA, mas sim uma revisão específica de certos programas migratórios implementados pela administração de Joe Biden.

Recomenda-se aos imigrantes cubanos que se mantenham informados por meio de fontes oficiais e veículos de comunicação confiáveis, evitando cair na desinformação gerada por rumores ou interpretações equivocadas sobre o alcance da suspensão.

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