Presidente do Uruguai Luis Lacalle bloqueia o convite de Cuba para a posse de Orsi

O governo recém-eleito de Orsi havia solicitado que fossem convidados todos os países com os quais o Uruguai mantém relações diplomáticas.

Yamandú Orsi (i) e Luis Lacalle (d)Foto © X/OrsiYamandu

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O presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, decidiu não enviar convites aos governos de Cuba, Venezuela e Nicarágua para a cerimônia de posse do presidente eleito, Yamandú Orsi, programada para 1º de março de 2025.

Esta decisão, conforme informou El País Uruguay, se fundamenta na postura crítica de Lacalle Pou em relação a esses regimes, que ele classificou como ditatoriais.

O governo recém-eleito de Orsi havia solicitado que fossem convidados todos os países com os quais o Uruguai mantém relações diplomáticas, incluindo esses três. No entanto, a administração que está saindo decidiu não estender os convites a esses governos.

Esta medida gerou diversas reações no âmbito político uruguaio. Enquanto a coalizão de governo outgoing apoiou a decisão de Lacalle Pou, considerando-a coerente com sua política externa, o Frente Amplio respondeu a respeito.

"O atual presidente não assinou três casos específicos, pelo menos os que sabemos, talvez haja mais. Não é que fiquemos felizes, preferiríamos ter o convite geral", indicou Mario Lubetkin, o futuro chanceler do Uruguai no governo frenteamplista de Orsi.

Apesar da negativa do executivo de Lacalle Pou, Lubetkin apontou que foi enviada uma "nota de convite" aos embaixadores dos respectivos países e imagina que "estão presentes".

Por sua parte, o futuro secretário da Presidência, Alejandro "Pacha" Sánchez, argumentou que "a quantidade de mandatários que virão a esta cerimônia é a maior da história desde a restauração democrática", informou El País Uruguay.

Segundo seu critério, "o governo que vai assumir quer, desde o primeiro dia, estabelecer relações diplomáticas com todos os países, além das visões ideológicas que possam existir sobre o que acontece dentro dos países e das características dos presidentes".

Yamandú Orsi, candidato do Frente Amplio, , marcando o retorno da esquerda ao poder após cinco anos de governo do Partido Nacional.

Orsi, apoiado pelo ex-presidente José "Pepe" Mujica, obteve aproximadamente 50% dos votos, superando o candidato governista Álvaro Delgado.

En seu discurso de vitória, Orsi enfatizou a importância da unidade e da tolerância para construir um país melhor, convocando ao diálogo nacional para encontrar as melhores soluções.

Por sua parte, o presidente cessante, Luis Lacalle Pou, tem mantido uma postura crítica e firme em relação ao governo cubano desde o início de seu mandato em 2020. Em diversas ocasiões, classificou o regime de Havana como uma "ditadura" e condenou as violações dos direitos humanos na ilha.

Em julho de 2021, Lacalle Pou declarou que "Cuba é uma ditadura e quem não quer ver isso terá afinidades ideológicas muito fortes". Essas declarações refletem sua convicção de que a situação em Cuba é evidente e que sua negação responde a interesses ideológicos.

Durante a VI Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) em setembro de 2021, o presidente uruguaio confrontou diretamente o governante cubano, Miguel Díaz-Canel.

Em sua intervenção, Lacalle Pou citou trechos da canção "Patria y Vida", símbolo da oposição cubana, e destacou que aqueles que a interpretam "se sentem oprimidos pelo governo".

Esta postura ha sido reconhecida e agradecida pela comunidade cubana no Uruguai. Em setembro de 2021, grupos de cubanos residentes em Montevidéu se manifestaram para expressar sua gratidão a Lacalle Pou por sua solidariedade e apoio à causa da liberdade em Cuba.

Além disso, em dezembro de 2023, o presidente uruguaio reafirmou seu compromisso com os direitos humanos ao abordar a situação dos migrantes cubanos em seu país. Reconheceu que muitos deles chegam ao Uruguai porque "não têm outra opção", destacando as difíceis condições que enfrentam em sua nação de origem.

Perguntas frequentes sobre a exclusão de Cuba na investidura presidencial do Uruguai

Por que o presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, decidiu não convidar Cuba para a posse de Yamandú Orsi?

O presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, decidiu não convidar Cuba para a posse de Yamandú Orsi devido à sua postura crítica em relação ao regime cubano, que ele qualificou de ditatorial. Esta decisão reflete sua convicção de que a situação em Cuba é uma ditadura e sua negativa em reconhecer regimes que violam os direitos humanos.

Que impacto teve a exclusão de Cuba na política uruguaia?

A exclusão de Cuba da cerimônia de posse gerou diversas reações no Uruguai. Enquanto a coalizão de governo que está saindo apoia a decisão de Lacalle Pou, considerando-a coerente com sua política externa, o Frente Amplio expressou seu desacordo, preferindo um convite geral a todos os países com relações diplomáticas com o Uruguai.

Como reagiu o governo eleito de Yamandú Orsi em relação ao bloqueio de convites para Cuba, Venezuela e Nicarágua?

O governo eleito de Yamandú Orsi respondeu enviando uma "nota de convite" aos embaixadores de Cuba, Venezuela e Nicarágua, demonstrando sua intenção de manter relações diplomáticas com todos os países, além das diferenças ideológicas. O futuro chanceler, Mario Lubetkin, expressou que preferiam um convite geral.

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