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O governo cubano anunciou em 14 de janeiro de 2025 a "liberação" "gradual" de 553 pessoas condenadas por diversos delitos, no âmbito de um acordo com o Vaticano. No entanto, segundo a ONG Prisoners Defenders, foram liberados sob um regime prisional-domiciliar 198 presos políticos e 94% deles já tinham direito a um regime aberto, liberdade condicional ou liberdade imediata há mais de um ano. Outras organizações, como a Justiça 11J, falam de 180 liberados.
Para a Prisoners Defenders, as excarcelacões ocorreram entre 15 e 20 de janeiro, exceto um caso registrado em 30 de janeiro. No entanto, os liberados não foram colocados em liberdade plena, mas sob estritas restrições. Estas incluem a proibição de sair de suas cidades de residência, limitações para se expressar nas redes sociais ou perante a imprensa e a obrigação de se apresentar regularmente às autoridades judiciais.
Prisoners Defenders denuncia que essas medidas representam uma fraude, uma vez que a maioria dos liberados deveria ter recebido benefícios penitenciários anteriormente. A organização também questiona a transparência do processo, apontando que o regime misturou prisioneiros políticos com criminosos comuns para inflar os números de libertação.
A análise da ONG esclarece que o dado de 553 prisioneiros políticos, fornecido pelo regime cubano após seu acordo com o Vaticano, coincide com as auditorias dos manifestantes pacíficos presos como consequência, unicamente, das manifestações de 11 e 12 de julho de 2021 e dos eventos imediatamente posteriores. Ficaram de fora da contagem outros 378 prisioneiros de consciência que também permanecem em centros penitenciários.
Desde a Prisoners Defenders se perguntam se o regime já completou as liberdades e se o fez liberando prisioneiros comuns, pois estaríamos falando de "uma farsa teatral", insiste em referência ao pacto com o Vaticano supostamente por conta do Jubileu de 2025.
O relatório também destaca que a situação de saúde de muitos dos ex-presos é crítica, com casos de desnutrição severa, condições asmáticas e transtornos mentais sem tratamento adequado. A idade média dos liberados é de 37 anos e 86,36% são homens. Além disso, 98% dos ex-presos estão na prisão desde as protestas do 11J.
Apesar dessas liberações, o número total de prisioneiros políticos em Cuba continua alto, com 1.158 pessoas que seguem sob severas restrições de liberdade, incluindo 442 que agora estão em regime domiciliar.
É importante lembrar que o início das libertações de presos políticos em Cuba coincidiu com o anúncio da administração Biden sobre a retirada de Cuba da lista de países patrocinadores do terrorismo, paralisando-se com a posse de Trump, que no mesmo dia em que chegou à Casa Branca assinou a revogação dessa ordem democrática. No entanto, a Prisoners Defenders aponta que o regime interrompeu as libertações pelo menos um dia antes da posse de Trump, provavelmente porque "programou as libertações" até horas antes da cerimônia de posse do novo presidente republicano.
O preso político mais importante liberado após o pacto com o Vaticano foi José Daniel Ferrer, que em uma entrevista concedida ao CiberCuba esclareceu que está ciente de que a qualquer momento pode voltar para a prisão. Ele já havia cumprido sua pena quando foi liberado sob vigilância e severas restrições. Na verdade, ele já foi convocado a se apresentar à Polícia e ele rejeitou a convocação.
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