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Yankiel Justiz Despaigne, um recluso de 36 anos, faleceu no dia 30 de janeiro devido à tuberculose na prisão de Melena del Sur, na província de Mayabeque, conforme denunciou a plataforma independente Cubalex através da rede social X.
De acordo com as informações divulgadas pela organização, Justiz Despaigne morreu em sua cela sem receber atendimento médico adequado, o que gerou novas denúncias sobre a negligência na saúde nas prisões cubanas.
Seu pai, José Manuel Justiz, disse ao meio independente ADN Cuba que seu filho esteve doente por aproximadamente 20 dias, após ter sido diagnosticado com tuberculose, mas não foi transferido para um hospital nem recebeu os medicamentos necessários na prisão.
Apesar de solicitar uma licença extrapenal para levá-lo a um centro médico, as autoridades penitenciárias se negaram, alegando a falta de medicamentos e a necessidade de que a família os fornecesse.
Após seu falecimento, o corpo de Justiz Despaigne foi entregue à família sem que fosse realizada uma autópsia, envolto em um saco de nylon preto, e posteriormente foi cremado.
Cubalex advertiu que a negligência médica nos centros penitenciários é uma prática sistemática que resultou em múltiplas mortes evitáveis.
Segundo a denúncia, os detentos enfrentam condições desumanas de detenção, caracterizadas pela superlotação, insalubridade, desnutrição e escassez de água potável.
A falta de higiene, ventilação e alimentação adequada contribui para a deterioração da saúde dos internos e facilita a propagação de doenças dentro das prisões.
Até o momento, as autoridades cubanas não emitiram declarações sobre o assunto.
Este caso se junta a múltiplos relatos sobre a crise estrutural no sistema penitenciário cubano, onde a precariedade na atenção médica e as condições carcerárias representam uma ameaça constante à vida dos reclusos.
Um relatório do Observatório Cubano de Direitos Humanos e do meio independente elTOQUE revelou que, em 2024, pelo menos 40 reclusos faleceram em prisões cubanas. Nos últimos cinco anos, contabilizam-se 95 mortes sob custódia ou durante ações policiais, além de 287 casos de violência policial não letal.
Por exemplo, em novembro de 2024, foi denunciada a morte de Inoel Rodríguez Rodríguez, um detento de 27 anos com esquizofrenia, na prisão de Ariza, Cienfuegos.
Sua família afirmou que ele foi espancado até a morte por guardas prisionais, embora as autoridades alegassem suicídio.
Em dezembro de 2024, faleceu Manuel de Jesús Guillén Esplugas, preso político de 29 anos, na prisão do Combinado del Este, Havana.
As autoridades informaram que se tratou de um suicídio, mas familiares e organizações de direitos humanos afirmam que ele morreu em decorrência de uma agressão recebida na prisão.
Em janeiro de 2025, foi reportada a morte de Ulises Rodríguez Machado, preso de 73 anos, na prisão Kilo 8 de Camagüey, após ser agredido por um oficial penitenciário.
O Observatório Cubano de Direitos Humanos denunciou tentativas das autoridades de ocultar o incidente.
Essas mortes ressaltam as preocupações sobre as condições desumanas nas prisões cubanas, incluindo superlotação, insalubridade, desnutrição e falta de assistência médica adequada.
Perguntas frequentes sobre negligência médica e condições carcerárias em Cuba
Por que morreu Yankiel Justiz Despaigne na prisão de Melena del Sur?
Yankiel Justiz Despaigne faleceu devido à tuberculose na prisão de Melena del Sur devido à falta de atendimento médico adequado. Não foi transferido para um hospital nem recebeu os medicamentos necessários para tratar sua doença, o que levou à sua morte na cela.
Quais condições de vida enfrentam os presos nas prisões cubanas?
Os reclusos em Cuba enfrentam condições desumanas, caracterizadas pelo superlotação, a insalubridade, a desnutrição e a falta de atendimento médico adequado. Essas condições facilitam a propagação de doenças e o deterioração da saúde dos internos, contribuindo para mortes evitáveis nas prisões.
Como o governo cubano tem respondido às denúncias sobre negligência médica nas prisões?
Até o momento, as autoridades cubanas não emitiram declarações sobre as denúncias de negligência médica e condições desumanas nas prisões. Esse silêncio oficial persiste apesar das críticas internacionais e do aumento de relatos sobre mortes evitáveis no sistema penitenciário cubano.
Qual é o impacto da negligência médica nos presos políticos em Cuba?
A negligência médica contra os presos políticos em Cuba é uma ferramenta de repressão utilizada pelo regime. Muitos presos políticos sofrem de doenças não tratadas adequadamente, o que leva a um agravamento crítico de sua saúde e até à morte. Isso faz parte de um padrão sistemático de violações dos direitos humanos nas prisões cubanas.
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