Masivo vaias ao hino dos EUA antes de vários jogos esportivos no Canadá

Pelo menos três eventos esportivos oficiais no Canadá, nas últimas horas, foram marcados por vaias ao hino americano.


Os fãs do Toronto Raptors protagonizaram um barulho de vaias ao hino nacional dos Estados Unidos antes da partida de domingo contra o Los Angeles Clippers, no Scotiabank Arena.

A manifestação coincidiu com a recente imposição de tarifas pelo presidente Donald Trump sobre produtos canadenses, o que gerou um forte descontentamento no país.

Inicialmente, os seguidores da única equipe canadense na NBA aplaudiram a jovem de 15 anos responsável por interpretar os hinos.

Sin embargo, quando começou a cantar The Star-Spangled Banner, o ambiente mudou e os vaias se fizeram notar.

Ao final, a multidão explodiu em louvores ao entoar o hino canadense, O Canada.

Três dos cinco titulares dos Raptors são americanos e não puderam esconder suas reações diante da situação. O ala Garrett Temple, natural dos EUA, reconheceu que os jogadores estavam plenamente cientes do motivo por trás da protesto:

“Sim, claro que percebi. Foi um momento de surpresa, mas depois você entende o porquê”, declarou Temple.

"Há muitas coisas mais importantes no mundo do que o basquete. Afinal, jogamos no Canadá e os cidadãos canadenses têm sua própria visão sobre comércio e tarifas. O que fizeram foi expressar sua opinião", acrescentou

Por sua parte, o canadense Kelly Olynyk, também jogador dos Raptors, destacou o impacto que a medida de Trump está tendo em seu país.

“Obviamente, as tarifas afetam muitas pessoas neste país e a muitos neste estádio. Fiquei triste pela garota que cantava, mas me alegrei que a aclamassem no final”, disse Olynyk.

O partido terminou com vitória para os Raptors por 115-108.

Mais vaias na NHL pela mesma causa

O descontentamento com as novas medidas comerciais de Trump não se limitou ao basquete.

Na noite anterior, na NHL, os fãs do Ottawa Senators e do Calgary Flames também vaiaram o hino dos EUA antes de seus respectivos jogos contra o Minnesota Wild e o Detroit Red Wings.

Em Ottawa, a rejeição se tornou evidente no Canadian Tire Centre quando a artista Mandia começou a cantar The Star-Spangled Banner.

Os assobios foram uma resposta direta à decisão de Washington de aplicar uma tarifa de 25% sobre as importações canadenses, exceto petróleo e gás, que serão tributados em 10%.

O impacto da medida transcendeu o âmbito esportivo.

Em resposta, as províncias da Nova Escócia e da Colúmbia Britânica anunciaram restrições para empresas americanas em contratos públicos e retiraram de venda produtos alcoólicos provenientes dos EUA.

Os vaias ao hino nacional dos Estados Unidos são algo incomum nos eventos esportivos canadenses.

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