Díaz-Canel admite a falta de recursos para treinamento militar em Cuba

Díaz-Canel reconhece a falta de recursos militares de Cuba, mas insiste em preparar o povo para uma possível invasão, sugerindo ações descentralizadas e evitando manobras dispendiosas.


O governante cubano Miguel Díaz-Canel Bermúdez reconheceu nesta quinta-feira as limitações de recursos do país para garantir uma adequada preparação militar, tendo em vista enfrentar uma suposta invasão dos Estados Unidos.

As declarações foram feitas durante uma reunião do Conselho de Defesa Provincial em Mayabeque, no âmbito do Exercício Estratégico Bastión 2024, que começou na quarta-feira e termina esta sexta-feira em Cuba.

"Nas condições que o país enfrenta, não podemos esperar que centralizadamente os recursos cheguem e atendam às demandas. É preciso aproveitar as potencialidades territoriais e que as ações (de preparação militar) sejam realizadas de maneira desconcentrada", afirmou Díaz-Canel.

O mandatário sugeriu evitar manobras militares que impliquem um alto consumo de recursos, argumentando que o governo não está em condições econômicas para sustentar tais esforços.

O Exercício Bastião 2024 é liderado anualmente pelo Exército cubano com o objetivo de "preparar o país para a defesa". Nesta edição, Díaz-Canel instou a fortalecer a "concepção da guerra de todo o povo" e a intensificar a preparação militar em todo o território nacional.

"Este ano será de intensa preparação para a defesa e iremos coordenar todos os momentos em que teremos atividades. Precisamos fazer isso com muita sistematicidade", expressou.

O cenário atual, segundo Díaz-Canel, se desenvolve em um contexto de "agressão política e econômica" por parte de Estados Unidos, a quem ele culpa pelo deterioro das condições sociais e econômicas na ilha.

O mandatário citou as decisões da Administração Trump, como a reincorporação de Cuba à lista de países patrocinadores do terrorismo, como exemplos de políticas que qualificou de "hegemônicas e injerencistas".

Estas declarações chegam em um momento crítico para Cuba, marcado por uma inflação descontrolada, apagões constantes e falta de alimentos que têm aumentado o descontentamento da população, enquanto se registram baixos níveis de participação nas convocações do regime.

O chamado para se preparar para "a guerra de todo o povo" também ocorre após a tragédia em Holguín, onde 13 pessoas, incluindo nove recrutas, faleceram em um acidente em um armazém de munições. Esse fato gerou críticas em relação às condições em que opera o sistema militar cubano.

O Exercício Bastión 2024 foi inaugurado por Raúl Castro, que aos 93 anos tem assumido um papel mais visível em eventos públicos, reforçando a narrativa oficial de resistência frente às "agressões externas". No entanto, o desgaste de décadas de crises continua sendo o maior desafio para a cúpula governante em Cuba.

Perguntas Frequentes sobre a Preparação Militar e Crises em Cuba

O que Díaz-Canel admitiu sobre a preparação militar de Cuba?

Díaz-Canel admitiu que Cuba enfrenta limitações de recursos para garantir uma preparação militar adequada em caso de uma invasão. Isso foi declarado durante o Exercício Estratégico Bastión 2024, onde enfatizou a necessidade de ações desconcentradas devido à falta de recursos centralizados.

Qual é o contexto atual da crise econômica em Cuba?

Cuba está enfrentando uma severa crise econômica e social, caracterizada por inflação descontrolada, apagões constantes e falta de alimentos. Díaz-Canel culpou as políticas dos Estados Unidos, como o embargo, pelo agravamento das condições na ilha, embora os problemas econômicos tenham se intensificado durante seu mandato.

Quais medidas Díaz-Canel propôs para enfrentar a crise em Cuba?

Díaz-Canel propôs fortalecer a "concepção da guerra de todo o povo" e aumentar a preparação militar. No entanto, tem evitado programar manobras que consumam muitos recursos devido à falta de capacidade econômica do país. Não apresentou soluções concretas para os problemas estruturais da economia cubana.

Como a população cubana tem reagido à situação atual?

A população cubana tem demonstrado um crescente descontentamento em relação à situação econômica e às declarações do governo. O descontentamento se manifesta em protestos e críticas nas redes sociais, onde muitos consideram que o discurso do governo está desconectado da realidade e carece de um plano de ação claro.

Qual tem sido a resposta do governo cubano às críticas internacionais?

O governo cubano, liderado por Díaz-Canel, tem culpado as políticas dos Estados Unidos pela situação econômica do país. Classificaram essas políticas como hegemônicas e intervencionistas, especialmente após a reincorporação de Cuba à lista de países patrocinadores do terrorismo pela administração Trump.

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