Miguel Díaz-Canel Bermúdez fez um apelo aos cubanos para fortalecer a preparação militar e "potencializar a concepção da guerra de todo o povo" para enfrentar supostos ataques dos Estados Unidos.
"Este ano será de intensa preparação para a defesa e iremos coordenar todos os momentos em que teremos atividades. Precisamos fazer isso com muita sistematicidade", orientou Díaz-Canel.
Sus declarações foram esta quarta-feira, no Posto de Direção do Conselho de Defesa Provincial de Havana, no âmbito do Exercício Estratégico Bastión 2024, um evento liderado anualmente pelo Exército, com o objetivo de "preparar o país para a defesa".
Díaz-Canel afirmou: "Estamos no meio de uma situação que quase é real, porque estamos submetidos a uma política da nova direção do governo dos Estados Unidos que é totalmente hegemônica, intervencionista, que trata Cuba com desprezo. Já começamos a ver suas primeiras ações contra a revolução."
Ele se referia à decisão de Donald Trump de revogar a saída de Cuba da lista de países patrocinadores do terrorismo, uma das ordens executivas que o presidente assinou no seu primeiro dia na Casa Branca, neste segundo mandato.
O Exercício Bastión 2024 foi inaugurado por Raúl Castro, que aos 93 anos voltou a assumir um papel mais visível em eventos públicos.
Este chamado a se preparar para "a guerra de todo o povo" ocorre em um contexto marcado pela tragédia em Holguín, onde 13 pessoas, incluindo nove recrutas, perderam a vida em um acidente em um armazém de munições.
Também chega em meio a uma profunda crise econômica e política em Cuba, onde cresce o desânimo na população, a apatia social e a falta de participação nas convocatórias do regime, em todos os níveis.
Díaz-Canel culpa o governo dos Estados Unidos pela situação tensa vivida na ilha devido ao aumento da pobreza, da inflação, dos apagões e da falta de alimentos.
Afirmou que a Administração Trump está lhe fazendo uma "guerra econômica a Cuba", apesar de que todos os problemas do país vêm ocorrendo, e se intensificando, há mais de 60 anos.
Perguntas frequentes sobre a preparação militar e a situação em Cuba
Por que Díaz-Canel convoca os cubanos a se prepararem para "a guerra de todo o povo"?
Díaz-Canel fez este apelo em resposta ao que considera ameaças dos Estados Unidos, após a decisão de Donald Trump de revogar a saída de Cuba da lista de países patrocinadores do terrorismo. O governo cubano busca fortalecer a preparação militar em meio a crescentes tensões políticas e econômicas.
O que é o Exercício Estratégico Bastión 2024?
O Exercício Estratégico Bastión 2024 é um evento militar anual organizado pelo Exército cubano para preparar o país para a defesa. Este exercício inclui manobras militares e práticas de tiro com a participação de estudantes e forças armadas, em um contexto de tensões com os Estados Unidos.
Como a situação econômica de Cuba afeta a preparação militar?
Cuba enfrenta uma profunda crise econômica com escassez de alimentos, apagões e uma inflação crescente. O regime cubano utiliza a preparação militar como uma estratégia para desviar a atenção desses problemas internos, culpando os Estados Unidos pela situação através do embargo econômico.
Qual é a resposta de Díaz-Canel às políticas de Trump em relação a Cuba?
Díaz-Canel qualificou as ações de Trump como "arrogantes" e parte de uma "guerra econômica" contra Cuba. O mandatário cubano acusa o governo dos Estados Unidos de criar condições difíceis na ilha, enquanto mantém uma postura de resistência e preparação para enfrentar essas políticas agressivas.
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