A Administração de Donald Trump confirmou nesta terça-feira o início das operações de fiscalização contra imigrantes indocumentados sob a direção do novo secretário interino do Departamento de Segurança Nacional, Benjamine Huffman.
A nova fase deste esforço inclui duas medidas chave: a revogação das diretrizes da Administração Biden sobre a aplicação da lei de imigração em áreas “sensíveis” e o fim do que qualificam como abuso do programa de parole humanitário, segundo um comunicado emitido na última hora.
Huffman garantiu que essas medidas buscam dar mais poder aos oficiais de Imigração e Controle de Aduanas (ICE) e à Patrulha Fronteiriça (CBP) para fazer cumprir as leis migratórias e capturar migrantes com antecedentes criminais.
"Os criminosos não poderão mais se esconder em lugares como escolas e igrejas", disse, referindo-se às áreas onde antes a atuação das forças de segurança havia sido limitada.
Uma das medidas mais controversas anunciadas por Trump é a eliminação do parole humanitário, que sob a administração Biden havia permitido a entrada temporária de mais de 1,5 milhão de migrantes de países como Venezuela, Cuba, Nicarágua e Haiti.
Este programa será substituído por uma avaliação caso a caso, o que pode dificultar ainda mais a possibilidade de que os migrantes acessem o país de maneira legal.
A decisão foi criticada por grupos de direitos humanos que alertam sobre o impacto devastador que terá sobre os milhares de migrantes que buscam refúgio nos Estados Unidos, muitos dos quais fogem de condições extremas em seus países de origem.
Esses grupos consideram que, em vez de proteger as pessoas mais vulneráveis, a política de Trump coloca em risco aqueles que buscam um refúgio seguro e legal.
Além disso, o ex-diretor interino do ICE, Tom Homan, nomeado novamente por Trump para supervisionar a segurança das fronteiras, anunciou em novembro uma série de operações de grande escala.
Durante sua visita a Eagle Pass, Texas, Homan afirmou que a administração está pronta para executar uma das maiores operações de deportação na história do país, enfatizando os migrantes com antecedentes criminais.
Esta estratégia inclui detenções em massa e uma intensificação da cooperação com as autoridades locais, especialmente no Texas, onde estão sendo implementadas iniciativas para fortalecer as políticas de deportação.
A retórica da administração, que classifica a situação na fronteira como uma "crise humanitária" e uma "invasão", gerou um forte debate.
Enquanto alguns defendem a necessidade de políticas mais rigorosas para garantir a segurança nacional, muitos críticos argumentam que essas políticas são desumanas e desproporcionais, pois afetam principalmente pessoas que fogem da violência e da pobreza extrema em seus países de origem.
Perguntas frequentes sobre as operações e deportações em massa durante a administração Trump
Quais medidas a administração Trump tomou contra os imigrantes indocumentados?
A administração de Donald Trump iniciou operações contra imigrantes indocumentados e eliminou o parole humanitário. Essas ações visam dar maior poder aos oficiais do ICE e da Patrulha Fronteiriça para capturar migrantes com antecedentes criminais e foram criticadas por grupos de direitos humanos.
O que é o parole humanitário e por que foi eliminado?
O parole humanitário era um programa que permitia a entrada temporária nos EUA de mais de 1,5 milhões de migrantes de países como Venezuela, Cuba, Nicarágua e Haiti. A administração Trump o eliminou, argumentando que era um abuso do sistema migratório. Agora, cada caso será avaliado individualmente, o que pode dificultar o acesso legal ao país.
Qual é o objetivo principal das operações de busca e deportações em massa anunciadas pela administração Trump?
O objetivo principal é deportar imigrantes com antecedentes criminais e reforçar a segurança nas fronteiras. Esta estratégia inclui detenções em massa e uma intensificação da cooperação com as autoridades locais, especialmente no Texas.
Quais desafios a administração Trump enfrenta na implementação de suas políticas migratórias?
Um dos principais desafios é a falta de infraestrutura, já que seriam necessárias pelo menos 100.000 camas diárias para abrigar os imigrantes detidos. Além disso, há críticas éticas e legais em relação à deportação de famílias com filhos nascidos nos EUA e o uso da Guarda Nacional nas operações.
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