Manuel Marrero adverte os dirigentes: "A batalha que temos pela frente é dura."

Marrero tenta transferir a responsabilidade pelo fracasso do país para os líderes locais.


O primeiro-ministro cubano Manuel Marrero Cruz advertiu aos líderes que a situação deste ano não será nada fácil e pediu que buscassem soluções para os problemas "a partir de uma posição revolucionária".

Em reunião com os governadores e o intendente do município especial Ilha da Juventude, Marrero exigiu que os quadros trabalhassem para superar as insuficiências, mesmo que não estejam suficientemente preparados.

"A batalha que temos pela frente é dura. Precisamos enfrentá-la com novos ânimos, mas com quadros que possam carecer de algum conhecimento ou experiência, sempre que lhes sobra disposição para avançar, ouvir as pessoas e buscar soluções alternativas a partir de uma posição revolucionária", afirmou.

Segundo reporta Granma, o objetivo da reunião era garantir que as estratégias de desenvolvimento dos territórios se alinhem com as "famosas" projeções do governo para corrigir distorções e reimpulsionar a economia.

Um dos principais problemas é a desconexão que existe entre os interesses das províncias e dos municípios e as diretrizes do governo central.

"Não conseguimos que se tornem, de fato, em um instrumento de trabalho, que nos guie para onde vamos", expressou.

"Não pode ser que o trabalho diário seja caracterizado pela improvisação, que nos leva a deixar de fazer aquilo para o que fomos criados, e sabemos que isso é bastante comum", ressaltou.

Marrero, que reconheceu que o plano para corrigir as distorções e reimpulsionar a economia não alcançou os resultados esperados, busca agora transferir a responsabilidade para os dirigentes locais.

Em outubro, em um encontro com dirigentes que estavam em uma formação, ele os exortou sobre a "responsabilidade dos quadros" na implementação das projeções do governo e insistiu na necessidade de fortalecer sua gestão.

Dias antes, durante a reunião do Conselho de Ministros, les reclamou mais "concentração" aos dirigentes e fez ênfase na "responsabilidade" dos funcionários locais no processo.

"Temos que nos concentrar, diante de tantas dificuldades objetivas, em enfrentar os problemas subjetivos", e acrescentou que "há muita falta de cuidado e há muitos temas que, de fato, dependem de nós, e que não estamos enfrentando por falta de exigência".

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