Detêm em Santiago de Cuba um homem por transportar 30 sacos de café ilegal em um trator

A escassez de café em Cuba e a baixa qualidade do produto estatal impulsionam o mercado negro, onde o café puro se transforma em um luxo.

Trator usado para transportar caféFoto © Facebook / Héroes del Moncada

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Em uma operação realizada na localidade de Arroyo Rico, no município de II Frente, forças da Polícia Nacional Revolucionária (PNR) detiveram um homem que transportava mais de 30 sacos de café semi limpo em um trator.

O perfil porta-voz do regime “Heróis do Moncada” em Facebook destacou que o café estava destinado ao mercado informal, uma prática que, longe de diminuir, se intensificou nos últimos anos.

Captura Facebook / Heróis do Moncada

Além disso, a publicação destacou que o transporte dos sacos de café foi realizado sem documentação que comprovasse a legalidade do produto.

A proliferação do comércio ilícito de café em Cuba não é um fenômeno isolado, mas sim uma consequência direta da crise que o país enfrenta.

Enquanto o café “Hola”, vendido pela libretas de racionamento, é uma mistura de café e ervilhas que poucos consideram potável, o pó puro se tornou um luxo inacessível para a maioria.

Este contexto impulsou um mercado negro onde o café de maior qualidade é vendido a preços exorbitantes, alimentando uma economia paralela que as autoridades tentam controlar com escasso sucesso.

O enfrentamento à comercialização ilícita de café é apresentado pelo regime como uma medida para proteger os recursos nacionais, mas para muitos cubanos, essas operações apenas refletem um sistema incapaz de satisfazer as necessidades básicas de sua população.

Em um país historicamente produtor de café, a escassez deste produto é um símbolo do deterioro econômico e da incapacidade do governo para gerir recursos essenciais.

Enquanto o Estado continua com operações como esta, o problema de fundo, enraizado na escassez e na falta de alternativas, permanece sem solução.

Em meio à escassez de alimentos e produtos básicos em Santiago de Cuba, um sacerdote católico compartilhou uma alternativa tradicional de café, conhecido como o “café dos pobres”, elaborado com sementes de platanillo.

O pároco Leandro Naun Hung, que trabalha para empoderar as comunidades rurais de Santiago de Cuba diante da atual crise econômica, compartilhou no Facebook uma tradição pouco conhecida para muitos, mas comum na região devido à escassez de café convencional.

Perguntas frequentes sobre o confisco de café e a situação do mercado informal em Cuba

Por que um homem foi detido em Santiago de Cuba por transportar café?

O homem foi detido por transportar mais de 30 sacos de café semi limpo sem a documentação necessária que comprovasse a legalidade de sua carga, o que indica que estava destinado ao mercado informal, uma prática cada vez mais comum devido à crise econômica em Cuba.

Como evoluiu o mercado informal de café em Cuba?

O mercado informal de café em Cuba cresceu significativamente devido à escassez de produtos básicos e à baixa qualidade do café distribuído oficialmente. O café puro se tornou um luxo e é altamente demandado no mercado negro, onde é vendido a preços exorbitantes.

Quais são as alternativas que os cubanos têm diante da escassez de café?

Ante a escassez de café, alguns cubanos recorreram a alternativas como o "café dos pobres", elaborado com sementes de platanillo. Este substituto é uma demonstração da criatividade e resistência das comunidades diante da crise, embora não substitua o sabor nem a qualidade do café autêntico.

Que medidas está tomando o regime cubano contra o mercado negro de café?

O regime cubano intensificou as operações para confiscar café e outros produtos no mercado negro, como parte de uma cruzada contra as ilegalidades. No entanto, essas medidas não abordam as causas subjacentes da escassez, como a falta de produção e distribuição adequada.

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