Trump insiste em retomar o Canal do Panamá: "A China assumiu o controle"

Trump planeja retomar o controle do Canal do Panamá, acusando a China de dominá-lo e o governo panamenho de abusar das tarifas.

Canal de Panamá © Flickr
Canal do PanamáFoto © Flickr

Vídeos relacionados:

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a lançar uma forte ameaça nesta terça-feira sobre sua intenção de retomar o controle do Canal do Panamá, um assunto que continua gerando controvérsia.

Em uma coletiva de imprensa realizada em sua residência em Mar-a-Lago, na Flórida, Trump acusou o governo panamenho de impor tarifas excessivas aos barcos americanos que utilizam esta via de navegação crucial entre o Atlântico e o Pacífico, e afirmou que a China assumiu um papel dominante em sua administração.

Trump criticou em termos duros a decisão histórica do ex-presidente Jimmy Carter de transferir o controle daquele estreito marítimo: "O Canal do Panamá foi construído para o nosso Exército", afirmou, concluindo que a transferência da soberania para o Panamá foi um "grande erro", conforme citou a agência de notícias EFE.

Na sua opinião, essa concessão permitiu à China ganhar uma influência crescente sobre um ponto-chave do comércio internacional. "O Canal do Panamá é vital para o nosso país. É operado pela China. Nós o entregamos ao Panamá, não à China, e eles abusaram desse presente. Nunca deveria ter sido tomada essa decisão", afirmou.

O tema do Canal do Panamá foi parte central da política externa dos Estados Unidos na década de 70, quando Jimmy Carter negociou os tratados que permitiram a transferência da soberania para o Panamá, um processo que culminou em 1999.

Trump já expressou anteriormente seu descontentamento com essa medida e afirmou que essa decisão foi uma das razões pelas quais Carter perdeu a reeleição de 1980, em meio à crise dos reféns americanos no Irã.

Anteriormente, ele sugeriu que tomaria ações para retomar o controle do canal quando assumir o cargo em 20 de janeiro. No entanto, até o momento, Trump não ofereceu detalhes sobre como planeja implementar essa medida.

O governo do Panamá rejeitou firmemente qualquer tentativa de modificar a soberania sobre o canal, o que gerou preocupação sobre a viabilidade das declarações de Trump.

Diante de perguntas dos jornalistas sobre se consideraria medidas econômicas, militares ou uma renegociação dos tratados, Trump se limitou a responder: "Teremos que fazer algo".

Trump nomeou como embaixador no Panamá para sua nova administração Kevin Marino Cabrera, de origem cubana e atual comissário do condado de Miami-Dade, em meio a tensões geradas por outras declarações recentes nas quais o futuro mandatário acusou o país centro-americano de "enganar" os Estados Unidos nas tarifas do Canal do Panamá.

Perguntas frequentes sobre a crise diplomática entre os Estados Unidos e o Panamá pelo Canal do Panamá

Por que Donald Trump ameaça recuperar o Canal do Panamá?

Donald Trump ameaça recuperar o Canal do Panamá devido ao seu desacordo com as tarifas atuais para o trânsito de barcos, que considera "absurdas" e "uma fraude absoluta". Além disso, expressa preocupação com a influência da China na via e questiona a capacidade do Panamá de garantir uma operação segura do canal.

Qual tem sido a resposta do Panamá às declarações de Trump sobre o Canal?

O presidente do Panamá, José Raúl Mulino, respondeu com firmeza afirmando que o canal é do Panamá e continuará sendo. Mulino defendeu a soberania e a independência de seu país, destacando que a administração panamenha tem garantido uma operação eficiente e lucrativa do canal.

Qual é a influência da China no Canal do Panamá segundo Trump?

Donald Trump expressou preocupação com a influência da China no Canal do Panamá e sugere que esse fator poderia comprometer a segurança e o controle da via interoceânica. No entanto, não foram fornecidos detalhes específicos sobre como essa influência se manifesta.

Arquivado em:

Redação da CiberCuba

Equipe de jornalistas comprometidos em informar sobre a atualidade cubana e temas de interesse global. Na CiberCuba, trabalhamos para oferecer notícias verdadeiras e análises críticas.