Quem são os quatro cubano-americanos que vão trabalhar na nova administração de Trump?

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a nomeação de quatro destacados cubano-americanos para ocupar cargos-chave em sua nova administração, a partir de 20 de janeiro de 2025.

Essas nomeações refletem a importância da comunidade cubano-americana na política externa e na estratégia do presidente eleito em relação à América Latina, especialmente em questões relacionadas a Cuba, Venezuela e outros países da região.

1. Marco Rubio – Secretário de Estado

O senador Marco Rubio, um dos principais aliados de Trump no Congresso e um defensor fervoroso das políticas em relação a Cuba e Venezuela, foi confirmado como Secretário de Estado na nova administração.

Rubio, que é uma figura proeminente na política externa dos Estados Unidos, especialmente em questões relacionadas à América Latina, será responsável por conduzir a diplomacia americana em uma região chave para os interesses dos Estados Unidos. Este é o cargo mais alto que um cubano já ocupou em uma administração americana.

Marco Rubio nasceu em 1971 em Miami, Flórida, como filho de dois imigrantes cubanos que buscavam o Sonho Americano. Seu pai trabalhou como garçom de banquetes, enquanto sua mãe se dedicou ao lar e foi empregada de hotel.

Rubio se sentiu atraído pelo serviço público em grande parte por conta das conversas com seu avô, que viu sua casa na ilha ser destruída pelo comunismo. Após conhecer sua esposa Jeanette — e obter diplomas da Universidade da Flórida e da Faculdade de Direito da Universidade de Miami —, Rubio atuou como comissário da cidade de West Miami e Presidente da Câmara dos Representantes da Flórida. Em 2010, ele conquistou uma vaga no Senado dos EUA.

2. Mauricio Claver-Carone – Responsável pelos Assuntos Latino-Americanos no Departamento de Estado

Mauricio Claver-Carone, ex-presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e figura chave na política externa de Trump, foi designado para liderar os assuntos latino-americanos no Departamento de Estado.

Claver-Carone, nascido em Miami, é conhecido por sua postura rigorosa em relação aos regimes de Cuba e Venezuela, além de sua defesa dos interesses americanos na região.

Trump destacou seu profundo conhecimento sobre os desafios que a América Latina enfrenta, como a migração ilegal e o tráfico de fentanilo. Com sua experiência na Casa Branca e seu trabalho no BID, Claver-Carone será uma peça chave na estratégia diplomática da administração Trump em relação à América Latina.

O jornalista cubano radicado nos Estados Unidos, Daniel Benítez Claver-Carone, foi o arquiteto de estratégias voltadas para cortar o acesso da ditadura cubana a fundos internacionais, perseguir navios petroleiros que burlavam o embargo e fortalecer as sanções econômicas contra Havana. Nas palavras do jornalista, “sua nomeação não é uma boa notícia para o regime de Havana, nem para o de Caracas, nem para o de Managua”.

Em agosto de 2020, a imprensa oficialista cubana qualificou Claver-Carone de "filibusteiro" e "inimigo da América" após sua nomeação como assessor de Trump. Esses qualificativos refletiam a preocupação do regime cubano diante da possibilidade de um endurecimento das políticas americanas sob sua gestão, o que realmente ocorreu.

3. Peter Lamelas – Embaixador na Argentina

Peter Lamelas, um proeminente empresário e político cubano-americano, foi nomeado embaixador dos Estados Unidos na Argentina. Lamelas, que é exilado do regime cubano, possui uma vasta experiência em relações internacionais e comércio, sendo reconhecido por sua abordagem pragmática nas questões latino-americanas.

Em sua nova função, Lamelas será responsável por fortalecer as relações entre os Estados Unidos e a Argentina, especialmente nas áreas de comércio e investimento. Sua nomeação ressalta a importância da comunidade cubano-americana na estratégia de Trump em relação à América Latina, particularmente nos países-chave do Cone Sul.

"Peter é um médico, filantropo e um incrível empresário, melhor conhecido por fundar a maior empresa de atendimento médico de urgência da Flórida. Quando era criança, Peter e sua família fugiram da Cuba comunista e emigraram LEGALMENTE para os EUA, começando do zero e realizando o sonho americano", escreveu Trump ao apresentá-lo para o cargo.

Recordou, além disso, as conquistas do escolhido em cargos anteriores, como sua participação na Junta de Revisão da Medalha ao Valor do Departamento de Justiça e seu papel na Junta de Medicina da Flórida.

4. Kevin Marino Cabrera – Embaixador no Panamá

Kevin Marino Cabrera era o comissário do condado de Miami-Dade e foi designado na última semana como embaixador dos Estados Unidos no Panamá. Trump elogiou Cabrera como "um feroz lutador" pelos princípios de "Estados Unidos em primeiro lugar" e destacou seu profundo conhecimento da política latino-americana.

A nomeação ocorre em meio às tensões com o Panamá sobre o Canal do Panamá, um assunto que Trump mencionou em sua campanha e em suas declarações. Cabrera, filho de pais cubanos, expressou sua gratidão pela designação por meio das redes sociais, afirmando que está pronto para começar a trabalhar na representação dos interesses americanos no país centro-americano.

As nomeações de Kevin Marino Cabrera, Mauricio Claver-Carone, Marco Rubio e Peter Lamelas refletem a crescente influência da comunidade cubano-americana na política dos Estados Unidos.

Esses líderes não apenas têm uma profunda compreensão da região, como também compartilham um compromisso com os valores e princípios da política externa de "América em Primeiro Lugar" promovida por Trump.

Perguntas frequentes sobre a nomeação de cubano-americanos na administração Trump