Las Tunas reporta números alarmantes de agressões sexuais, com maior incidência em áreas rurais

Em Las Tunas, a Promotoria Provincial registrou 13 abusos e 18 agressões sexuais em 2023, enquanto que até agora em 2024 já somam 11 abusos e 27 agressões, com maior incidência em áreas rurais.

Niño cubano (imagen de referencia) © CiberCuba
Menino cubano (imagem de referência)Foto © CiberCuba

A Procuradoria Provincial de Las Tunas registrou um aumento preocupante de agressões sexuais na região, destacando uma maior prevalência em áreas rurais.

Lisbet Pavón Marchán, chefe da Fiscalia do Departamento de Processos Penais, informou ao periódico oficialista Periódico 26 que este fenômeno, embora também presente em áreas urbanas, tem uma incidência notavelmente superior em zonas rurais, especialmente nas localidades de Jobabo, Las Tunas e Puerto Padre.

Durante o ano de 2023, os registros oficiais documentaram 13 casos de abuso sexual e 18 de agressão sexual. No que diz respeito a 2024, já foram reportados 11 abusos e 27 agressões.

No entanto, embora esses números possam parecer baixos, Pavón explicou que "a realidade sempre supera as estatísticas", uma vez que muitos casos permanecem em silêncio devido à vergonha e à recusa das vítimas em denunciar.

O contexto rural agrava a situação, uma vez que o abuso frequentemente se baseia na confiança excessiva dos pais em pessoas próximas à família, como tios, padrastos ou vizinhos.

Para compreender as diferenças legais entre agressão sexual e abuso, a promotora esclareceu que a agressão implica penetração, enquanto o abuso se refere a toques indevidos. Em ambos os casos, as vítimas mais comuns são menores de idade.

Pavón destacou que esse tipo de crime geralmente passa despercebido no momento, pois as vítimas, especialmente os menores de idade, preferem manter silêncio.

A esse respeito, alertou que um padrão recorrente nos casos atendidos pela Fiscalia é a rejeição dos menores em relação àqueles que cometem os abusos, pois frequentemente evitam ficar a sós com essas pessoas, mas não denunciam imediatamente por medo de represálias, punições ou da possibilidade de que não acreditem neles.

Pavón destaca que os agressores sexuais costumam manter uma aparência socialmente aceitável, o que dificulta sua identificação, e mencionou que, em muitas situações, esses indivíduos são familiares próximos, como padrastos, tios, avôs ou primos.

As vítimas geralmente compartilham suas experiências traumáticas com avós ou primos, em vez de com seus próprios pais.

A promotora argumentou que, em casos recentes, algumas crianças só relatam o que aconteceu depois que suas mães se divorciam do agressor, como em situações onde o abusador é o padrastro.

Pavón também observou que muitas mães desconsideram as denúncias de seus filhos, argumentando que são invenções ou mentiras.

O novo Código Penal estabelece definições mais claras e precisas para abordar delitos relacionados à liberdade e à indemnidade sexual, conferindo maior proteção às vítimas, independentemente de seu sexo ou idade.

Segundo Norge Nosley Sastre García, chefe do Departamento de Organização e Planejamento e citado pelo Periódico 26, este marco legal busca eliminar critérios discriminatórios e unificar conceitos legais que antes estavam dispersos em várias tipificações.

Uma das principais inovações é o crime de agressão sexual, que agora abrange elementos anteriormente considerados sob as figuras de violação, pedofilia com violência e certos casos de abuso lascivo.

Por outro lado, o termo "abuso sexual" é reservado para atos que envolvem toques inadequados, sem chegar à penetração.

O Código Penal em vigor regula o abuso sexual no Artigo 396.1, estabelecendo sanções que incluem privação de liberdade de seis meses a dois anos, multas entre 200,00 e 500,00 quotas, ou ambas.

Em circunstâncias agravantes, as penas podem chegar até cinco anos de prisão e multas mais elevadas.

Este novo corpo legal, segundo Sastre, busca abordar as ofensas graves de maneira integral, assegurando a proteção de menores e garantindo um tratamento mais equitativo e abrangente em casos de delitos sexuais.

Em outubro passado, um total de 19 pessoas foram condenadas em Cuba por sua implicação em crimes de tráfico de menores entre os anos de 2022 e 2024, segundo um relatório publicado pelo diário oficial Granma.

No período indicado, foram julgados 14 casos associados a este ato ilegal, após a identificação do mesmo número de vítimas, todas meninas menores de idade. As condenações impostas aos acusados, que incluem 13 homens e seis mulheres, variam de três a 20 anos de prisão.

No mês de junho, um oficial do Ministério do Interior que abusou sexualmente de uma menina de quatro anos no município de Buey Arriba foi condenado, em segunda instância, a três anos de prisão pelo Tribunal Provincial de Granma.

Maikel Solano Arévalo foi condenado por este órgão judicial três meses após o Tribunal Municipal de Buey Arriba o ter sentenciado, em primeira instância, a apenas três anos de trabalho corretivo sem internamento, o que significava que ele não iria para a prisão.

Nesse mês, após mais de dois dias de intensa busca que manteve as autoridades e a população de Cienfuegos em suspense, o homem acusado de múltiplos abusos sexuais foi finalmente capturado.

Dunién Hernández, residente da rua Reina, foi preso na madrugada de sexta-feira pela Brigada Especial, conforme informou o usuário Saúl Manuel no Facebook.

Perguntas frequentes sobre agressões sexuais em Las Tunas

Quais são as diferenças entre agressão sexual e abuso sexual de acordo com a lei cubana?

A agressão sexual implica penetração, enquanto o abuso sexual refere-se a toques indevidos. Ambos os atos são crimes graves, e as vítimas mais comuns são menores de idade.

Quais são os números recentes de agressões e abusos sexuais em Las Tunas?

Durante 2023, foram documentados 13 casos de abuso sexual e 18 de agressão sexual em Las Tunas. Até agora em 2024, já foram reportados 11 abusos e 27 agressões. Os números oficiais podem não refletir a realidade completa devido à vergonha e ao medo de denunciar por parte das vítimas.

Quais fatores agravam as agressões sexuais nas áreas rurais de Las Tunas?

Nas áreas rurais, o abuso frequentemente se sustenta na confiança excessiva dos pais em pessoas próximas à família, como tios, padrastos ou vizinhos. A falta de denúncia deve-se ao medo das vítimas de represálias ou de não serem acreditadas, o que facilita que os agressores, que muitas vezes são familiares próximos, mantenham uma aparência socialmente aceitável.

Como o novo Código Penal cubano aborda os crimes de agressão e abuso sexual?

O novo Código Penal cubano estabelece definições mais claras para os delitos relacionados à liberdade e à indenização sexual, conferindo maior proteção às vítimas. As sanções para abuso sexual podem incluir pena de prisão de seis meses a cinco anos, dependendo das circunstâncias agravantes.

Quais ações estão sendo tomadas para proteger as vítimas de violência sexual em Cuba?

Busca-se estabelecer um marco legal que elimine critérios discriminatórios e unifique conceitos jurídicos anteriormente dispersos. O novo corpo legal pretende abordar as ofensas graves de maneira integral, garantindo um tratamento mais equitativo e abrangente nos casos de delitos sexuais.

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