O vice-ministro cubano das Forças Armadas (FAR), Joaquín Quintas Sola, reuniu-se nesta segunda-feira com o chefe do Estado-Maior do Exército da Argélia, Said Chanegriha, no âmbito de uma visita institucional para discutir as relações de cooperação entre os dois países.
Durante o ato de boas-vindas, Chanegriha explicou que Cuba e Argélia trabalham na parceria de seus respectivos exércitos "por meio da criação de uma nova dinâmica no campo da cooperação militar", que Quinta Solas espera que seja "frutífera e benéfica", relata a agência EFE.
Além disso, o líder militar argelino destacou entre os objetivos de ambos os países a criação de um movimento global que defenda os interesses das nações em desenvolvimento. Também abordou uma cooperação baseada "na assistência mútua, na solidariedade e no apoio aos povos oprimidos e às causas justas", entre as quais mencionou a palestina e a saharaui.
O encontro ocorre após o general de corpo de exército Quintas Sola ter sido recebido neste domingo pelo ministro da Saúde argelino, Abdelhak Saihi, que também é copresidente da Comissão Intergovernamental Argélia-Cuba, conforme informou o Minrex em seu site.
Com Saihi, o viceministro cubano das FAR espera assinar um convênio sobre ginecologia-obstetrícia, oftalmologia, radiodiagnóstico e medicina preventiva. Atualmente, mais de 700 médicos cubanos estão sendo explorados na Argélia.
Como era de se esperar, Quintas Sola agradeceu a Saihi pela oposição argelina ao embargo dos Estados Unidos e pela inclusão da ditadura cubana na lista de países patrocinadores do terrorismo.
O terceiro maior produtor de petróleo da África.
A Argélia é o terceiro maior produtor de petróleo da África, ficando atrás apenas da Nigéria e de Angola. Portanto, a visita do alto comando militar cubano dias após a Ilha ter enfrentado um apagão total pode ser interpretada como um pedido de ajuda a um país que não está em posição de estender a mão a ninguém: centenas de argelinos fogem diariamente em embarcações para as costas espanholas, fugindo da pobreza.
A visita de Quintas Sola não chega em um bom momento. A Argélia acabou de celebrar eleições à maneira venezuelana. Sobre os comícios de setembro pesa a suspeita de fraude. Após as votações, as autoridades do país norte-africano divulgaram um número de participação que dobrou após a conclusão da contagem dos votos. A vitória foi para Abdelmayid Tebún, reeleito aos 78 anos.
"Estudamos os números inteiros, os números primos, mas os matemáticos agora terão que estudar os números argelinos", disse Atmán Mazús, líder da oposição argelina.
A Argélia mantém uma longa rivalidade com seu vizinho Marrocos, que defende uma proposta de autonomia para o Saara e que recentemente fez as pazes com Israel. Daí se entende que as causas palestina e saharaui tenham sido mencionadas na conversa entre os altos comandos militares cubano e argelino.
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