Representante do Chile responde contundentemente a Cuba após justificar as violações dos DD.HH. na Venezuela.

O debate ocorreu durante o 57º período de sessões do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), que terminou na última sexta-feira, 11 de outubro, em Genebra, Suíça.


“Nenhuma sanção poderá justificar o ambiente de medo, repressão e perseguição em que vive hoje o povo venezuelano”, foi o início de uma contundente resposta que a embaixadora do Chile perante as Nações Unidas deu ao representante cubano nesse organismo quando este tentou justificar as violações aos Direitos Humanos que ocorrem na Venezuela.

“Nenhuma sanção é um fundamento habilitante para deter injustificadamente opositores. As sanções nada têm a ver com as mortes no contexto das protestas”, sentenciou Claudia Fuentes Julio, representante do Governo chileno durante o 57º período de sessões do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), que concluiu na última sexta-feira, 11 de outubro, em Genebra, Suíça.

Naquela reunião, os participantes aprovaram prorrogar por mais dois anos o trabalho da missão de determinação dos fatos na Venezuela e foi aprovada uma resolução que exorta Nicolás Maduro e as forças chavistas a poner fim à repressão, motivo pelo qual o embaixador cubano Juan Antonio Quintanilla tentou justificar a crise de direitos humanos na Venezuela com as “sanções”.

O representante do regime cubano assegurou que a missão de investigação era um mecanismo “falacioso, parcial e inoperante que é a antítese dos valores que nos comprometemos a defender quando foi criado o Conselho de Direitos Humanos”.

No entanto, a resposta chilena foi contundente e de acordo com a postura assumida pelo presidente Gabriel Boric em relação à fraude eleitoral na Venezuela e à crise política em que está mergulhada essa nação.

“As sanções setoriais têm sido usadas pelo governo de Maduro e seus aliados para desviar a atenção e se isentar de responsabilidades sobre a emergência humanitária complexa que vive a Venezuela”, detalhou Fuentes Julio.

Esta atitude do governo cubano não é a primeira vez que a assumem em apoio a governos violadores dos direitos humanos, não apenas da América Latina, mas de outras partes do mundo.

No ano passado, o próprio embaixador Quintanilla saiu em defesa da Nicarágua após a condenação na ONU ao regime de Daniel Ortega e Rosario Murillo por crimes contra a humanidade.

Nessa ocasião, um relatório do Grupo de Especialistas em Direitos Humanos sobre Nicarágua pediu à comunidade internacional que impusesse sanções às instituições ou pessoas envolvidas em vários atos que constituíram violações aos DH, como o despojo de 222 pessoas de diversos perfis de sua nacionalidade e a posterior expulsão do país, após acusá-las de serem "traidores da pátria" em fevereiro de 2023.

O regime cubano foi reeleito no ano passado membro do Conselho de Direitos Humanos da ONU e ocupa, junto com o Brasil e a República Dominicana, os três assentos destinados a países da América do Sul e do Caribe.

Com essa reeleição, a diplomacia do regime cubano conseguiu ficar 19 anos como membro deste organismo, fundado em 15 de março de 2006 pela Assembleia Geral das Nações Unidas por meio da Resolução 60/251, apesar das constantes denúncias de violações dos direitos humanos na ilha.

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