O ex-espião cubano Gerardo Hernández Nordelo saiu nesta quinta-feira em defesa do reguetonero El Micha, que tem sido questionado por grupos de emigrantes por suas recentes declarações que parecem apoiar o regime de Havana.
"Em Miami há inquisidores que dizem ter ido 'em busca de liberdade', e agora não só têm medo de sair da fila, mas querem incinerar quem se sair", disse o também coordenador nacional dos Comitês de Defesa da Revolução (CDR) ao se referir em uma publicação no X às críticas contra o cantor.
O regime tenta instrumentalizar a polêmica em seu benefício e fazer acreditar que os artistas do exílio desejam viajar para a ilha, mas se autorreprimem: "Alguns têm medo de viajar e outros viajam às escondidas", afirmou Hernández Nordelo.
Na última terça-feira, El Micha voltou a causar polêmica ao falar sobre seu retorno a Cuba após quatro anos de ausência, e afirmou que na ilha "não se respira esse veneno" dos cubanos do exílio.
Em uma entrevista com Enrique Santos, o artista disse que viajaria para Havana para celebrar seu aniversário em um dos bares da moda em Havana, e garantiu que seu retorno era necessário para sua felicidade pessoal e profissional.
O reguetonero foi questionado sobre sua aparente dupla moral, ao que respondeu: "Outros têm quatro morais, que diferença faz eu ter duas?".
Além disso, comparou a repressão em Cuba com os costumes no Japão e sugeriu que o sistema na ilha é parte de uma realidade enraizada que não mudará com sua opinião, o que acendeu ainda mais a polêmica.
El Micha também evitou fazer um apelo explícito pela liberdade para os cubanos e, ao ser questionado sobre os prisioneiros políticos, disse que "ele não tem culpa disso": "Vamos ver, eu fui o que os prendeu", perguntou, e reiterou que sua tarefa era cantar para as pessoas.
O que você acha?
COMENTARArquivado em: