Um cubano que vive na Suíça, conhecido no TikTok como @raymelnapoles, compartilhou vários vídeos reagindo às novas declarações de El Micha, que em uma recente entrevista voltou a defender sua decisão de viajar a Cuba quando quisesse.
Como era de se esperar, as palavras do reguetonero despertaram uma forte controvérsia, especialmente nas redes sociais onde vários usuários compartilharam sua opinião, como o jovem cantor cubano Rayme Nápoles, que vive no país helvético.
Em sua reflexão, compartilhada há algumas horas, o jovem cantor e compositor de música urbana começou esclarecendo que nunca esteve em Miami, mas que muitos cubanos em sua mesma situação "pensam da mesma forma" que ele. A partir dessa premissa, elaborou uma crítica contundente àquilo que considerou uma atitude incoerente por parte de El Micha.
Segundo sua análise, o reguetonero mudou radicalmente seu discurso em relação a Cuba e lembrou como no passado havia lançado canções críticas contra o governo cubano, mas atualmente, parecia estar apoiando as políticas do regime. "Praticamente se vê que é um Micha comunista, um Micha revolucionário", comentou, acrescentando que embora o cantor não declare isso abertamente, sua postura sugere um respaldo ao que está ocorrendo na ilha.
O compositor cubano radicado na Suíça também qualificou as declarações de El Micha como contraditórias e oportunistas. “Vemos uma pessoa que fala mal do lugar onde está ganhando dinheiro e quer ir para outro lugar”.
Para este emigrante cubano, El Micha vai à ilha não para cantar para seu povo, mas para inflar seu ego, algo que, em sua opinião, não poderia fazer em Miami. “Você só quer se sentir rei, porque sabe que quando você for a Cuba, para inflar, em Miami não pode fazer isso,” afirmou em sua crítica, apontando que o verdadeiro motivo do artista para voltar à ilha seria obter reconhecimento e alimentar sua vaidade.
Em sua crítica, também lembrou o percurso de El Micha na música cubana, comparando-o com sua própria experiência. “Eu sou do Caney... e lá quase sempre eram feitas as festas, e eu cheguei a cantar sem autotune, sem nada, tudo ao vivo”, comentou, sublinhando seus humildes começos. Em sua opinião, El Micha havia esquecido suas raízes e já não representava "o povo de baixo", o mesmo que o havia apoiado em seus inícios.
Finalmente, o jovem encerrou sua análise com uma acusação de dupla moral em relação ao reguetonero, lembrando que no passado havia criticado o governo cubano, mas agora parecia defendê-lo. “Você é de dupla moral, porque se você tem um conceito, por que atacou o governo cubano e agora os defende?”, questionou.
O cubano na Suíça convidou outros usuários a opinarem sobre o assunto e os incentivou a assistir às entrevistas de El Micha no YouTube para que tirassem suas próprias conclusões.
As reflexões deste jovem no TikTok não demoraram a provocar reações nos comentários que refletem as diversas posturas que o tema gera. Alguns apoiaram a ideia de manter a música e a política separadas, como comentou um usuário: "Eu apoio o Micha, ele é cantor. A música não é política. Eu gostaria de ir a Cuba e estar com meu povo e me encher da energia cubana. A política é outra coisa. Não vamos misturar", ao que Ray respondeu convidando a olhar o vídeo completo.
Outras respostas tocaram pontos mais polêmicos sobre a posição de El Micha em relação a Cuba. Um usuário expressou seu descontentamento com a atitude do reguetonero, afirmando que ele só ia a Cuba "por dinheiro" e que não se importava "com a dor cubana". De maneira similar, outro usuário acrescentou: “O que sobrou em nossa comunidade é a incoerência”, apontando a falta de consistência nas posturas de figuras públicas, tanto dentro quanto fora da ilha. Diante desse tipo de comentário, o criador do vídeo se mostrou firme em sua crítica, respondendo que “o triste é que o cubano tem sofrido por causa da política e o vergonhoso é que fazem de conta que não sabem de política”.
Em meio à discussão, também houve quem defendesse o direito de qualquer cubano de visitar a ilha, como uma usuária que manifestou: "Não há ser neste mundo que me impeça de entrar em meu país, sou cubana", ao que Ray respondeu reconhecendo esse direito, mas sublinhando que se trata de um tema "mais profundo" do que apenas o desejo de retornar.
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