O reguetonero cubano El Micha voltou a causar polêmica ao falar sobre seu retorno a Cuba após quatro anos de ausência e afirmou que na ilha "não se respira esse veneno" dos cubanos do exílio.
Em uma recente entrevista com Enrique Santos, o artista disse que viajaria a Havana para comemorar seu aniversário em um dos bares descolados de Havana, e assegurou que seu retorno era necessário para sua felicidade pessoal e profissional.
El Micha sublinhou que tinha sacrificado sua vida familiar e sua carreira devido à pressão social e às expectativas do exílio cubano.
"Quando você chega a Cuba, esse veneno não se respira, eu quero ver meus negros, eu quero ver minha mãe, as pessoas não querem entender isso", expressou.
"Esta etapa tem sido especial porque estou sendo feliz, eu precisava ir a Cuba, estava sacrificando minha família, minha fonte de renda e tudo pelo que os outros dirão. E disse que não, que eu tenho que ser eu e seguir o curso da minha carreira com tranquilidade e deixar a política para os políticos", sublinhou.
Agrega que a mentalidade do cubano está muito envenenada, mas pelas pessoas daqui, quando você chega lá não se respira esse veneno. Para mim, Cuba cura a alma, você chega em casa e a luz se apaga, mas eu sou um cubano que cura a alma indo a Cuba, comentou.
"Decidi que tenho que ser eu e deixar a política para os políticos. Eu não sou político, esse não é o meu negócio", afirmou, ao mesmo tempo em que manifestou seu desejo de uma mudança na situação em Cuba, como o fim dos apagões e uma melhor qualidade de vida para os artistas.
O reguetonero foi questionado sobre sua aparente dupla moral, ao que respondeu: "Outros têm quatro morais, que diferença faz que eu tenha duas?".
Além disso, comparou a repressão em Cuba com os costumes no Japão e sugeriu que o sistema na ilha faz parte de uma realidade enraizada que não mudará com sua opinião, o que acendeu ainda mais a polêmica.
El Micha evitou fazer um apelo explícito à liberdade para os cubanos, focando na necessidade de mais recursos básicos como alimento e eletricidade.
Ao ser questionado pelos presos políticos, disse que "ele não tem culpa disso": "Vamos ver, eu fui quem os prendeu", questionou, e reiterou que se limitava a cantar para as pessoas.
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