Padre cubano sobre aumento da droga nas ruas: "Há bairros onde há um vendedor em cada quarteirão, até mesmo dois"

"Os chefes de setor conhecem cada opositor, sabem onde mora cada criminoso em potencial, cada sancionado. Então, por que não conhecem onde mora cada traficante, cada distribuidor, cada vendedor, cada produtor, cada consumidor?"

Manuel Viera  © Manuel Viera Porelcambio / Facebook
Manuel VieraFoto © Manuel Viera Porelcambio / Facebook

O advogado Manuel Viera, muito popular no Facebook por seus comentários sobre a realidade cubana e suas críticas ao governo, manifestou sua preocupação com o aumento das drogas no país.

Viera compartilhou uma notícia de CiberCuba do ativista Alberto Turís Betancourt Pérez, que na quarta-feira saiu às ruas para protestar contra a venda de drogas em seu bairro Jesús María, em Havana Velha.

Em sua mensagem, destaca que o aumento das drogas no país é uma realidade que ninguém pode negar, um segredo em voz alta que todo mundo conhece.

"Cuba hoje está cheia de drogas e um químico custa menos que um refrigente. Há bairros onde há um vendedor em cada quadra, até dois. Aqueles que temos filhos adolescentes não dormimos de preocupação toda vez que saem para a rua. A droga não apenas os vicia, os idiotiza, até os mata, mas também promove a violência", disse.

Captura de Facebook / Manuel Viera Porelcambio

Viera relatou que há 15 dias uma amiga comprou uma casa no bairro Buena Vista, município Playa, e já a está vendendo porque descobriu que o bairro está cheio de drogas.

"Os chefes de setor conhecem cada opositor em seu setor, cada confuso, sabem onde mora cada delinquente potencial, cada sancionado. Então, por que não conhecem onde vive cada traficante, cada distribuidor, cada vendedor, cada produtor, cada consumidor? A pergunta diante do ímpeto impetuoso do mal seria... o que se faz para erradicá-lo?", questionou.

Na quarta-feira passada, o ativista Betancourt Pérez saiu para a rua com um cartaz em cada mão e gritando que na sua quadra: Gloria, entre Carmen e Rastro, estão sendo vendidas drogas como químico, crack e heroína.

"A cumplicidade do regime é evidente; a Polícia não age, as mães estão cansadas de que lhes roubem as coisas, o povo está morrendo e a ninguém interessa", expressou.

"Impuneiramente estão acabando com a juventude em Cuba. Um 'químico' vale menos que um refrigerante". Eles usam drogas todos os dias, vivem para isso, já chega", sublinhou.

O manifestante destacou que sua vida pode estar em perigo porque já não está falando apenas contra o regime, mas contra toda a criminalidade que vende drogas sem nenhum tipo de punição.

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