As denúncias sobre o agravamento das condições de saúde em Cuba, que incluem a deficiente atenção médica, são repetidas nas redes sociais, como é o caso de uma mãe cubana que recorreu a esse meio para expor o caso de seu filho.
“Hoje quero fazer esta publicação, já que estou desesperada”, começa dizendo esta mãe em um post compartilhado no grupo de Facebook “Revolico Cienfuegos”.
A mulher assegura que, após seu filho sofrer uma queda no dia 6 de agosto, começaram uma série de dificuldades na atenção à saúde e, sobretudo, no Hospital Gustavo Aldereguía, onde foi encaminhado.
O golpe recebido pelo menino "provocou uma hemorragia pelo prepúcio", e os médicos disseram que ele havia danificado a uretra.
“No havia medicamentos no hospital para atendê-lo”, denuncia a mulher que acrescenta que tiveram que comprar “desde luvas, punção, as sondas”. O ácido tranexâmico teve que ser pago a 4.500 pesos cada ampola de 500ml, acrescenta.
No entanto, o sangramento da criança não parou e mesmo assim os médicos decidiram dar alta uma semana depois.
"Ele foi internado novamente porque tinha febre, parou na polivalente com uma parada cardíaca, teve uma pequena melhora e foi enviado para a sala, três dias depois lhe dão alta novamente e ele piora no dia seguinte", especifica a mãe.
Na publicação, a mulher denuncia que o estado de seu filho não está bem, devido a que continua soltando líquido por onde tem colocada a sonda.
"Os médicos dizem que é normal. Não acredito que seja normal que alguém em seu estado supure pus", reclamou a afetada.
“Preciso de ajuda urgente, pedi transferência para outro hospital e estão se recusando. Se meu filho continuar nesse hospital, ele vai morrer”, disse a mãe em um grito de desespero.
O setor de Saúde em Cuba apresenta graves afetos com os insumos e o êxodo de profissionais, questão que tem sido reconhecida pelos dirigentes cubanos.
"Ante a carência de insumos e medicamentos, a melhor resposta que podemos dar à nossa população em tempos tão difíceis é a qualidade dos serviços. Com carências, as vamos ter, vamos continuar com carência de medicamentos", afirmou o governante Miguel Díaz-Canel durante uma reunião, no início deste ano, na qual revelou que a escassez de medicamentos na Ilha continuaria durante este ano.
Diversas têm sido as denúncias sobre o péssimo estado que apresentam as instalações hospitalares em Cuba.
Imagens tiradas no Hospital Infantil Sur "Antonio María Béguez César", de Santiago de Cuba, conhecido como La Colonia, foram compartilhadas pelo jornalista independente Yosmany Mayeta Labrada.
As fotos mostram: banheiros sujos até chegar à nojeira, móveis quebrados, instalações sanitárias que não funcionam e uma comida péssima para os pacientes, formando o panorama que vivem as crianças doentes e seus pais.
O mesmo no Hospital Provincial Saturnino Lora, onde os pacientes que chegam com falta de ar não podem ser atendidos devido à falta de botijões de oxigênio, já que os que existem são reservados para casos graves.
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