Miguel Díaz-Canel recebeu na noite desta segunda-feira a última parte da delegação cubana que participou nas Olimpíadas de Paris.
O governante caminhou até as escadinhas do avião da Air France que trouxe a delegação segurando a mão de Leonor, a mãe de Mijaín López, que conquistou sua quinta medalha de ouro nos Jogos Olímpicos.
"Se chama Leonor, como a mãe de Martí. E me senti orgulhoso e feliz levando-a pelo braço até a escadinha do avião para que abraçasse seu filho, #Mijaín, o pentacampeão cubano coroado em #Paris2024", escreveu o governante no X na manhã desta terça-feira, junto a imagens do que ocorreu.
Como era de esperar, Díaz-Canel não perdeu a oportunidade de relacionar a recepção com o 98º aniversário do nascimento de Fidel Castro, que se completa em 13 de agosto.
"Elas e eles, com as medalhas da dignidade em seus peitos, são a melhor homenagem aos 98 de #Fidel e a maior alegria para um povo, bloqueado e sem recursos, cuja paixão pelo esporte acaba de inscrever outra lenda nos pódios olímpicos de #Paris2024", acrescentou o governante em outra publicação onde posou ao lado dos atletas que retornaram.
Mijaín López e o boxeador Erislandy Álvarez, ambos ganhadores das duas únicas medalhas de ouro que a ilha obteve na capital francesa, foram os responsáveis por descer do avião portando a bandeira cubana.
Além de Díaz-Canel, estavam no aeroporto outros altos funcionários como Esteban Lazo Hernández e Roberto Morales Ojeda, assim como o Coordenador Nacional dos CDR, Gerardo Hernández.
Em nome dos atletas, falou Erislandy Álvarez, que expressou sua gratidão pelas demonstrações de apoio recebidas de Cuba durante sua participação nos Jogos.
Afirmou que, embora os resultados obtidos não tenham sido tudo o que esperavam, sempre competiram com coragem e com o desejo de fazer o povo cubano se sentir orgulhoso.
Pela parte governamental, as palavras de boas-vindas à delegação ficaram a cargo do vice-primeiro-ministro Jorge Luis Perdomo Di Lella, que elogiou a atuação dos atletas em Paris, destacando especialmente a conquista de Mijaín López.
Perdomo Di Lella destacou a necessidade de realizar uma análise crítica do desempenho esportivo cubano, com o objetivo de fortalecer o sistema de formação de atletas no país.
Finalmente, a delegação foi recebida com um passeio pelas ruas de Havana, culminando na área de La Piragua.
Em Paris, a atuação geral da delegação cubana refletiu as profundas dificuldades que o esporte enfrenta na ilha, marcadas principalmente pela fuga de talentos e pela falta de recursos.
Lugar 32 na tabela de medalhas
Com a delegação mais reduzida desde Tóquio 1964, Cuba terminou na 32ª posição do quadro de medalhas destes Jogos Olímpicos, com um total de nove medalhas: dois ouros, uma prata e seis bronzes, o que representa a pior atuação olímpica da ilha desde o México 1968.
O resultado ficou bem abaixo das previsões do INDER - que esperava cinco ouros e ficar entre os primeiros 20 do quadro de medalhas - e esteve longe do que foi alcançado também em Tóquio 2020, quando Cuba conseguiu a 14ª colocação graças a sete coroas, três medalhas de prata e cinco de bronze.
Apesar de não serem alcançados os objetivos coletivos, Miguel Díaz-Canel havia dedicado uma publicação conformista no X: “Parabéns, queridos medalhistas de Paris 2024. Por trás de seus triunfos não há grandes recursos, mas sim o enorme sacrifício de um povo de atletas que não deixou de sonhar com a glória olímpica. Como Mijaín, que pôde tocá-la 5 vezes. Sua coragem inspira”.
No entanto, desta vez o regime pode realmente se orgulhar de que apenas uma atleta abandonou a comitiva: a remadora Yariulvis Cobas, embora dias antes tenham partido o lutador Ángel Pacheco e a judoca Dayle Ojeda, que ajudavam nos treinos do citado campeão López e de Idalys Ortiz.
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