Maduro pede aos venezuelanos que eliminem o WhatsApp após "romper relações" com o aplicativo de mensagens.

“Você se foi, WhatsApp. Se eu te vi, não me lembro”, foi a expressão utilizada pelo mandatário.


O mandatário da Venezuela, Nicolás Maduro, atacou as redes sociais durante um ato com a juventude chavista e também em uma transmissão em cadeia nacional, na qual eliminou ao vivo o aplicativo WhatsApp, acusando-o de interferência nos assuntos do país.

“Você foi, WhatsApp. Se eu te vi, não me lembro”, foi a expressão utilizada pelo mandatário em uma espécie de tutorial para seus seguidores venezuelanos se livrarem do aplicativo.

“Por Whatsapp estão ameaçando a família militar venezuelana, toda a oficialidade, por Whatsapp estão ameaçando a família policial, por Whatsapp estão ameaçando os líderes de rua, de comunidade, por Whatsapp estão ameaçando todos aqueles que não se pronunciarem a favor do fascismo”, disse.

Em sua intervenção, Maduro instou seus seguidores a realizarem um "retirado voluntário, progressivo e radical" do aplicativo, e sugeriu o Telegram como uma alternativa para se comunicar.

“Vou romper relações com o Whatsapp, porque o Whatsapp está sendo utilizado para ameaçar a Venezuela, e então eu vou eliminar meu Whatsapp do meu telefone para sempre, pouco a pouco irei passando meus contatos para o Telegram, para o WeChat (...) é necessário fazer isso, diga não ao Whatsapp, fora Whatsapp da Venezuela”, acrescentou no tom desafiador que o tem caracterizado nos últimos meses.

É assim que o popular aplicativo de mensagens se junta à lista de proibidos e atacados por Maduro, após as denúncias de fraude eleitoral cometidas por seu governo em 28 de julho de 2024.

“Os principais instrumentos multiplicadores conscientes do ódio e do fascismo, e a tentativa de dividir entre os venezuelanos e de criar fanáticos fascistas que atacassem a Polícia, os militares ou o povo chavista em suas comunidades, são TikTok e Instagram”, sentenciou.

O governante afirmou que na Venezuela não existe "nenhum tipo de regulação nacional" sobre o uso das redes sociais. Portanto, solicitou recomendações ao Conselho de Defesa e ao de Segurança sobre este tema, após as protestas desencadeadas após o anúncio do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da vitória de Maduro nas últimas eleições, sem mostrar as atas eleitorais.

Por esses dias, Maduro perdeu sua verificação de entidade governamental na rede social X (a marca de cor cinza), propriedade do empresário Elon Musk, um fato que ocorre após uma troca acalorada entre ambos a raiz das acusações de fraude eleitoral.

A decisão de Musk de retirar a verificação de Maduro seguiu uma série de movimentos similares por parte de outras plataformas de redes sociais. A Meta, por exemplo, eliminou a placa azul das contas de Maduro no Facebook, Instagram e Threads, que indicava que se tratava de uma personalidade reconhecida.

Muitos dos seguidores de Nicolás Maduro começaram a seguir as orientações do ditador. Entre as reações transmitidas por uma cadeia televisiva, estão as de um senhor que afirmou ter eliminado o aplicativo após atender ao chamado do presidente. Apesar disso, no meio da entrevista, recebeu uma chamada pelo Whatsapp.

O que você acha?

COMENTAR

Archivado em:


Você tem algo a relatar? Escreva para a CiberCuba:

editores@cibercuba.com +1 786 3965 689