Papa Francisco pede diálogo após fraude eleitoral na Venezuela

Este é considerado o primeiro comentário sobre a crise pós-eleitoral na Venezuela que Francisco faz de maneira pública.


O Papa Francisco disse estar "preocupado" com a Venezuela, durante o ângelus que rezou junto a milhares de fiéis na Praça de São Pedro neste domingo.

Após comentar o evangelho do dia, o pontífice fez referência a eventos atuais, mencionando a situação na Venezuela.

"Faço um apelo sincero a todas as partes para que busquem a verdade, ajam com moderação, evitem qualquer tipo de violência, resolvam as controvérsias por meio do diálogo, e que tenham em mente o verdadeiro bem do povo e não os interesses partidários", destacou Francisco.

A mensagem do pontífice de 87 anos foi replicada em um pequeno tweet na rede social X.

Em sua mensagem, o Papa também pediu a intercessão de Nossa Senhora de Coromoto e do Beato José Gregório Hernández, figuras veneradas pelos venezuelanos, para ajudar a buscar soluções pacíficas.

Este é considerado o primeiro comentário sobre a crise pós-eleitoral na Venezuela que Francisco faz de maneira pública.

Apesar das denúncias de fraude por parte da oposição, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela ratificou a vitória de Nicolás Maduro nas eleições do último domingo com 96,87% das atas apuradas.

O presidente do CNE, Elvis Amoroso, informou que a participação foi de 12.386.669 eleitores (59,97%), com um total de 12.335.884 votos válidos. Desses, Maduro obteve 6.408.844 votos (51,95%) e Edmundo González obteve 5.326.104 votos (43,18%).

A oposição manifestou seu descontentamento e disse que continuará com a mobilização global em denúncia do fraude eleitoral até o restabelecimento da democracia na Venezuela.

O governo respondeu às manifestações com medidas que incluem a detenção de vários manifestantes. Reporta-se pelo menos 17 falecidos e mais de 2.000 detidos no contexto dessas protestas.

O Presidente Maduro afirmou em um discurso que aqueles detidos enfrentarão as consequências legais correspondentes e que se fará justiça conforme à lei.

“Temos 2.000 presos capturados e de lá vão para (as prisões) Tocorón e Tocuyito, o castigo máximo, justiça. Desta vez não vai haver perdão, desta vez não vai haver perdão, desta vez o que vai haver é Tocorón”, disse o mandatário diante de simpatizantes que marcharam no sábado em Caracas.

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