Moradores de Baracoa, em Guantánamo, protagonizaram uma protesto de rua na quinta-feira à noite, após um dia de blecautes que os deixou sem fornecimento de eletricidade por mais de 14 horas.
"Baracoa- Cabacu em ação. Pedem para ligar a eletricidade depois de 15 horas sem luz. Enquanto isso, na cidade, quase 18 horas sem eletricidade", denunciou no Facebook a usuária identificada como Yadira Durán Rodríguez.
Vídeos compartilhados nas redes sociais mostraram os moradores de Baracoa nas ruas, manifestando sua indignação com a falta abusiva de fornecimento de eletricidade e a escassez de alimentos que sofrem diariamente.
"Queremos eletricidade e comida!", foi ouvido sendo gritado por vários moradores durante os protestos, que pareciam transcorrer de maneira pacífica, sem danos ou confrontos com a polícia.
Perfis oficiais de redes sociais ecoaram o diálogo das autoridades com os moradores. "Como Fidel nos ensinou. Os líderes junto com o povo nos momentos mais difíceis. Explicando, unindo", afirmou no Facebook o membro do Buró Municipal responsável pela esfera política e ideológica em Baracoa, Lorian Milhet Fuentes.
"Isto é o que deve ser feito, p…! Aqui o que deve ser feito é isto, c…!", ouviu-se dizer de uma vizinha de Baracoa que gravou imagens da protesto com seu celular. "Queremos eletricidade!", gritaram outros enquanto marchavam pelas ruas escuras da Villa Primada.
Por sua vez, Milhet Fuentes apressou-se em publicar vídeos com declarações de simpatizantes do regime cubano que fizeram apelos para não manifestar o descontentamento nas ruas da cidade.
"Este é um chamado para os jovens e todos os outros. Eu acredito que devemos nos unir, mas não assim, e sim nos unirmos para, juntos, buscar uma alternativa para a situação que o município e o país estão enfrentando atualmente. Eu acredito que a solução não é esta manifestação", disse uma das pessoas gravadas por Milhet Fuentes.
De acordo com as suas palavras, "a solução é procurar alternativas, como podemos fornecer comida às crianças, o que o município poderia fazer para colaborar com a população. Acredito que deveríamos encontrar maneiras diferentes de nos unir, em vez do que está sendo feito hoje".
"Estaremos cada vez peor se os líderes continuarem defendendo o abuso contra o seu próprio povo. Se não conseguem resolver os problemas, não se prestem a fazer vídeos com o pretexto das malfadadas 'alternativas'. Que alternativas tem um encurralado? Que alternativas tem um aposentado que recebe 1.500 pesos, valor que não dá para dois dias; que [recebe a sua aposentadoria em um] cartão e não pode sacar porque não há dinheiro. E se conseguem apenas um pouco, não conseguem retirar porque a eletricidade acaba...", respondeu um cubano nos comentários ao vídeo oficialista.
Em outra série de vídeos curtos, outro simpatizante do regime condenou as manifestações e as atribuiu aos esforços subversivos dos Estados Unidos, país ao qual também culpou pela situação que se vive em Cuba devido ao "bloqueio". Além disso, afirmou que nunca seria possível subverter a ordem em Cuba "porque somos mais os que estamos com a revolução".
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