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Denunciam agressão a preso político do 11J por oficiais penitenciários em Havana.

O preso político Yoanky Báez Albornoz foi vítima da repressão no centro penitenciário Combinado del Este, em 14 de maio passado.

Yoanky Báez Albornoz © Redes sociales
Yoanky Báez AlbornozFoto © Redes sociais

O preso político cubano Yoanky Báez Albornoz, condenado a 14 anos de privação de liberdade após sua participação nas manifestações de 11 de julho de 2021, foi espancado na última terça-feira por oficiais da prisão Combinado del Este, denunciou um de seus companheiros na prisão.

Num áudio publicado na rede social Facebook pelo ativista de direitos humanos Ángel Moya Acosta, o preso Ángel Castro Cabrera relatou que, por volta das 7:20 da manhã do dia 14 de maio passado, Báez foi vítima da repressão dos guardas identificados como Bryan e Jancarlos, na prisão localizada em Havana.

O prisioneiro -pertencente à companhia 1301- expôs a situação de Báez e qualificou os membros do Ministério do Interior como "abusadores e torturadores", um dos órgãos repressivos da ditadura castrista. Diante dessa situação, Daimy Albornoz Rodríguez, mãe do condenado, explicou à Martí Noticias que a agressão ocorreu no dia em que era a vez da companhia de seu filho sair ao pátio para tomar sol e que, inclusive, um dos guardas prisionais poderia ser julgado em um Tribunal Militar.

"Correspodia à empresa dele a área do pátio e, quando abriram o portão e lhe disseram 'Empresa, pátio', meu filho saiu para o pátio e o guarda, quando chegou a vez dele sair, disse 'você não, você não vai para o pátio, fique aqui, fique por aqui', e meu filho lhe disse que não, que ele não ia parar em nenhum lugar", explicou Albornoz.

Asimismo, indicou que a recusa do jovem resultou em um aviso do oficial, que o ameaçou de levá-lo à delegacia, ao que Báez respondeu: “Bom, você me leva para onde você quiser porque eu não tenho medo e não cometi nenhum crime”.

Quando meu filho começou a andar, (o oficial) o seguiu e um prisioneiro disse (para meu filho) '¡Yoanky, cuidado!', e quando meu filho se virou, o guarda deu-lhe um tapa. O primeiro tapa não pegou e, no segundo, os prisioneiros se intrometeram e, por cima dos prisioneiros, o guarda deu um tapa no rosto do meu filho e foi aí que os prisioneiros começaram a gritar 'Liberdade, liberdade!, Pátria e Vida, Pátria e Vida!' e aí todo o prédio se juntou no coro quando ouviram os gritos do terceiro andar", disse a mãe ao veículo de imprensa.

Báez foi preso depois de participar dos protestos pacíficos do verão de 2021 na Esquina de Toyo, no município da capital de Dez de Outubro.

Há menos de uma semana - no domingo passado -, um grupo de mães de presos políticos do 11J publicou uma carta aberta na qual pediram a libertação de seus filhos e advertiram as autoridades do regime que não deixarão de denunciar a injustiça que amarga suas vidas.

Através deste apelo deixamos claro que nenhuma ameaça ou pressão poderá calar nosso sentimento nem nos dissuadir da missão que, como mães, nos cabe. Levamos como bandeira nossa voz, o amor por nossos filhos e a convicção de que são inocentes”, indicaram na carta.

As conhecidas como "Mães do 11 de julho" pediram solidariedade de seus compatriotas e da comunidade internacional, e defenderam a inocência dos mais de 1.000 manifestantes pacíficos que foram julgados e presos por sair às ruas para protestar contra o regime e exigir seus direitos e liberdades.

"Eles são homens e mulheres de bem, cubanos inocentes e dignos, cujo único crime foi exercer seu direito de se expressar livremente sobre o que consideravam e consideram ser uma reivindicação justa: uma Cuba melhor, com liberdade e direitos humanos para todos. No entanto, suas vozes foram silenciadas da pior forma, por meio de ordens militares extremas que transformaram uma manifestação pacífica em um confronto violento", disseram na carta.

À beira de completar o terceiro ano das históricas manifestações, milhares de famílias cubanas carregam a dor causada pela repressão de um regime totalitário contra pessoas que se manifestaram pacificamente.

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