Governo cubano busca renegociar dívida com o Clube de Paris

O copresidente do Clube de Paris se reuniu em Havana com o vice-primeiro-ministro Ricardo Cabrisas e propôs estabelecer um novo cronograma de acordo com a capacidade de pagamento de Cuba.

Ricardo Cabrisas e Miguel Díaz-Canel (Imagem de referência)Foto © ACN

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O governo cubano tenta novamente renegociar a enorme dívida que possui com o Clube de Paris, embora assegure que mantém sua disposição de cumprir os compromissos com os países credores do grupo.

Esta semana viajaram para Havana William Roos e Fabien Bertho, copresidente e secretário da instituição, para se reunir com Ricardo Cabrisas, vice-primeiro-ministro e titular de Comércio Exterior e Investimento Estrangeiro, que insistiu em conseguir uma nova prorrogação.

Depois que a parte cubana reiterou mais uma vez seu argumento sobre a difícil situação econômica e financeira da Ilha, agravada pelo "bloqueio" americano, William Roos propôs estabelecer uma nova data para o pagamento da dívida cubana.

Segundo reporta Cubadebate, o copresidente do Clube sugeriu "estabelecer um novo calendário de acordo com a capacidade de pagamento de Cuba, e assim trabalhar em conjunto para encontrar uma solução".

Na reunião, o dirigente cubano justificou o atraso nos pagamentos pela "ilegítima inclusão" de Cuba na lista de Estados patrocinadores do terrorismo, o que obstaculiza o acesso a fontes de financiamento e investimentos estrangeiros, em um momento em que houve um aumento nos preços e o país precisa de divisas para seu desenvolvimento e para cumprir suas obrigações.

Após ter negociado a dívida duas vezes nos últimos oito anos, ao final de 2022 o regime castrista devia 4,827 bilhões de dólares, a segunda maior cifra da América Latina, apenas superada pela Venezuela, com 8,062 bilhões.

A imprensa oficialista omite esse dado. Apenas menciona que o representante do Clube afirmou que há "compreensão em relação às dificuldades que a Ilha enfrenta", e que a delegação solicitou informações sobre as perspectivas de crescimento das atividades previstas no Plano de Desenvolvimento Econômico e Social de Cuba até 2030.

Os credores de Cuba no Clube de Paris são Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, Dinamarca, Espanha, Finlândia, França, Itália, Japão, Países Baixos, Suécia, Suíça e Reino Unido.

Em junho, Cabrisas se reuniu na capital francesa com representantes dos 14 países, aos quais ratificou a intenção de Havana de saldar as dívidas contraídas.

Foi mais uma das tantas promessas de pagamento ao Clube, menos de um ano depois que o regime conseguiu modificar seu acordo de renegociação da dívida devido à sua impossibilidade de cumprir seus compromissos.

Em outubro do ano passado, Cuba chegou a um acordo para adiar até 2022 o pagamento anual da dívida que vencia em novembro.

Em junho, as duas partes modificaram seu acordo de renegociação. Graças às novas condições acordadas, a Ilha obteve um prazo suplementar para liquidar várias dívidas, mantendo seu valor, enquanto se comprometia a retomar os pagamentos em 2022 e a fazer um ajuste no cronograma de pagamentos.

Em 2021, Cuba e o Clube de Paris decidiram implementar ajustes no acordo histórico assinado em 2015, pelo qual o Clube perdoou a Havana 8,500 milhões de dólares de uma dívida total de 11,000 milhões, com o compromisso de pagar em parcelas o montante restante até 2023.

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Equipe Editorial da CiberCuba

Uma equipe de jornalistas comprometidos em informar sobre a atualidade cubana e temas de interesse global. No CiberCuba, trabalhamos para oferecer notícias verídicas e análises críticas.

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