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O governo de Cuba reiterou sua promessa de pagar ao Clube de Paris suas obrigações financeiras, menos de um ano depois que o regime conseguiu modificar seu acordo de renegociação da dívida devido à sua impossibilidade de pagamento.
Ricardo Cabrisas, vice-primeiro ministro de Cuba, se reuniu na capital francesa com representantes dos 14 países credores membros do grupo, aos quais ratificou a intenção de Havana de quitar as dívidas contraídas.
Em seu papel de negociador da dívida externa cubana, Cabrisas presidiu a delegação na reunião em que se avalia sistematicamente como está o reordenamento dos pagamentos da dívida de médio e longo prazos.
O dirigente também se reuniu com Emmanuel Moulin, presidente do Clube de Paris e diretor geral do Tesouro da França, em um encontro no qual abordaram a relação bilateral entre os dois países, segundo Prensa Latina.
Em outubro passado, Cuba chegou a um acordo com o Clube para adiar até este ano o pagamento anual da dívida que vencia em novembro, e que não podia assumir devido à sua grave crise cambial.
Em junho, ambas as partes modificaram seu acordo de renegociação da dívida cubana. Graças às novas condições pactuadas, a Ilha obteve um prazo adicional para quitar várias dívidas, mantendo seu valor, enquanto se comprometia a retomar os pagamentos em 2022 e a fazer um ajuste no cronograma de pagamentos.
Em 2021, Cuba e o Clube de Paris decidiram introduzir adequações ao histórico acordo assinado em 2015, pelo qual o Clube perdoou a Havana 8,5 bilhões de dólares de uma dívida total de 11 bilhões, com o compromisso de pagar em parcelas o montante restante até 2023.
Naquela época, o vice-primeiro-ministro Cabrisas atribuiu os não pagamentos ao "agravamento sem precedentes do bloqueio econômico, comercial e financeiro dos Estados Unidos e ao impacto de fenômenos associados às mudanças climáticas e à pandemia da COVID-19".
Vários diplomatas europeus revelaram que Cuba está com um atraso de cerca de 200 milhões de dólares em pagamentos, incluindo em 2021.
A Habana descumpriu parcialmente suas obrigações em 2019, e em 2020 declarou-se incapaz de satisfazer o pagamento correspondente, alegando a crise causada pela pandemia.
Por isso, solicitou uma moratória de dois anos para um total de cerca de 200 milhões em pagamentos atrasados ao Clube de Paris, que aceitou apenas um ano com a possibilidade de renegociação.
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