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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que esta quarta-feira fará um discurso à nação em horário nobre e antecipou que, embora tenha sido um grande ano para os Estados Unidos, "o melhor ainda está por vir".
A alocução, que será transmitida ao vivo da Casa Branca às 21h00 (horário do leste), gera expectativas tanto pelo seu conteúdo quanto pelo momento político escolhido para pronunciá-la.
“Compatriotas: darei um DISCURSO À NAÇÃO amanhã à noite, AO VIVO DA CASA BRANCA, às 21h EST. Espero vê-los então. Foi um grande ano para nosso país, e O MELHOR AINDA ESTÁ POR VIR!”, escreveu o presidente esta terça-feira em sua plataforma Truth Social.
Um balanço de gestão com um tom triunfalista
A poucos dias de completar seu primeiro ano de retorno ao poder, o mandatário optou por se dirigir ao país com uma intervenção na qual, segundo anunciou seu porta-voz Karoline Leavitt, fará um resumo de “seus feitos históricos deste ano” e dará pistas sobre as decisões que tomará em 2026.
“Falará extensivamente sobre as conquistas dos últimos 11 meses, tudo o que fez para devolver a grandeza ao nosso país e o que planeja fazer para continuar atendendo o povo americano durante os próximos três anos”, assegurou Leavitt à Fox News.
Temas esperados: Economia, imigração e agenda interna
Segundo fontes da Casa Branca, Trump abordará principalmente dois temas centrais: a economia e a imigração.
Ambos têm sido eixos de sua gestão, mas também alvos de críticas crescentes.
No plano econômico, espera-se que o presidente defenda sua política tarifária -um dos pilares de sua estratégia- e responda às preocupações sobre o custo de vida.
A inflação, situada em persistentes 3%, afetou especialmente os lares de rendas médias e baixas nos EUA. Esse descontentamento se refletiu na derrota republicana em vários estados no último dia 5 de novembro.
Recientes dados do Departamento de Trabalho mostraram um aumento na taxa de desemprego, que atingiu 4,6%, o nível mais alto em quatro anos, alimentando as questões sobre sua gestão.
Diante disso, Trump esboçou propostas como utilizar a receita dos impostos de importação para realizar transferências diretas para os cidadãos.
"Centenas de milhões de dólares em receitas de tarifas" poderiam -segundo suas declarações anteriores- transformar-se em dividendos a partir de meados de 2026, beneficiando especialmente os lares mais afetados.
Em matéria migratória, prevê-se que o discurso reforce sua linha dura.
Durante este ano, Trump intensificou as deportações e limitou as vias legais de entrada no país.
Em sua narrativa, o controle das fronteiras continua sendo uma prioridade, alinhado às suas promessas de campanha de “recuperar a soberania nacional”.
Tensões internas e chamado à base republicana
Apesar de seu tom otimista, Trump chega a este discurso em um contexto de crescente ceticismo dentro de seu próprio partido.
Alguns setores conservadores o instaram a focar mais nos assuntos internos, criticando sua ênfase na política externa e nos conflitos internacionais.
O vice-presidente JD Vance recentemente saiu em defesa do mandatário, responsabilizando o ex-presidente Joe Biden pelos problemas atuais.
“Os eleitores sabem que Roma não foi feita em um dia. Sabem que o que Joe Biden quebrou não será consertado em uma semana”, declarou Vance na Pensilvânia.
Além disso, Trump está em plena campanha de mobilização: após liderar um comício na semana passada naquele mesmo estado, ele tem previsto outro ato político na Carolina do Norte nesta sexta-feira, reforçando sua estratégia eleitoral para as eleições legislativas de meio de mandato no próximo ano.
Um momento chave para sua narrativa
Embora não tenha sido especificado se Trump usará o discurso desta noite para anunciar medidas concretas, a escolha do formato televisionado e o horário de maior audiência indicam uma clara intenção de consolidar sua mensagem perante o país.
Mais além do balanço da gestão, espera-se que o mandatário projete uma liderança forte e renovada, na busca de coesionar sua base e reconquistar os setores desencantados.
Também será uma oportunidade para medir o pulso político de um presidente que, apesar das turbulências econômicas e das críticas internas, insiste em uma mensagem de confiança.
“Espero vê-los então”, escreveu no Truth Social ao anunciar seu discurso, apostando em uma narrativa na qual o futuro de sua administração ainda tem “o melhor por vir”.
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