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A Empresa de Telecomunicações de Cuba (ETECSA) lançou nesta segunda-feira uma nova modalidade de pagamento para o serviço Nauta Hogar, que permitirá aos clientes navegar primeiro e pagar depois.
A medida chega após anos de queixas por parte de usuários que pagam por horas de conexão que não conseguem usufruir devido aos constantes apagões que afetam todo o país.
Según publicou o meio oficialista Cubadebate, a vice-presidente comercial da ETECSA, Lidia Esther Hidalgo Rodríguez, reconheceu que a modalidade pós-pago busca “flexibilizar” o uso do serviço, embora na prática seja uma resposta às críticas acumuladas pelo mau funcionamento do sistema pré-pago e às limitações decorrentes da crise energética.
Com esta opção, os usuários poderão escolher entre manter o esquema tradicional de pré-pago —pagar antes e depois navegar— ou mudar para o pós-pago, que permite consumir as horas de conexão e pagar a fatura no final do mês.
No entanto, a empresa detalhou que os clientes poderão acumular apenas até 1.080 horas não utilizadas, uma possibilidade que até agora não existia, mas que, como é costume, a estatal sempre busca restringir aos clientes.
Além disso, a ativação da nova modalidade não pode ser feita online: os usuários deverão comparecer pessoalmente às agências comerciais da ETECSA, um processo que mantém a burocracia e os inconvenientes habituais do monopólio estatal.
Durante a apresentação, a diretoria admitiu que 35% dos clientes não consomem o total de horas contratadas a cada mês, principalmente devido a cortes de energia, viagens ou dificuldades técnicas, fatores que a empresa não conseguiu resolver apesar das reiteradas promessas de melhora.
Essa cifra pode se agravar, por exemplo, quando uma província é atingida por um furacão, com as consequências que deixa por onde passa, entre elas, as rupturas nas linhas de comunicação.
ETECSA informou que a fatura mensal poderá ser consultada a partir do dia 10 de cada mês e paga pelo Transfermóvil, Serviços Online ou diretamente em suas agências.
El Nauta Hogar, lançado em 2016, conta atualmente com cerca de 305 mil usuários em todo o país, enquanto mais de 90 mil solicitações – um número bastante grande – permanecem aguardando, admitiram os funcionários.
A companhia reconheceu que a infraestrutura que sustenta sua rede fixa está obsoleta e que não possui a capacidade técnica nem financeira para expandir o serviço na velocidade exigida pela demanda.
Em junho, no meio da controvérsia gerada pelo aumento das tarifas dos serviços móveis da ETECSA, o monopólio das telecomunicações de Cuba anunciou que implementaria uma nova modalidade no serviço de acesso à Internet a partir das residências, embora sem oferecer detalhes concretos sobre seu funcionamento nem suas tarifas.
A vice-presidente comercial da companhia estatal, Lidia Esther Hidalgo, disse na ocasião que “durante o verão anunciaremos uma nova modalidade, que será opcional”, em referência ao serviço Nauta Hogar, um dos mais questionados pelos usuários devido aos seus preços e limitações técnicas.
Segundo Hidalgo, a nova oferta tentaria se adaptar aos diferentes perfis de consumo dos clientes, uma afirmação que, considerando o quão impopulares foram as mudanças naquele momento, gerou ceticismo e pouca confiança entre os usuários.
“Alguns esgotam as horas disponíveis, outros não. Vamos fazer uma oferta que nos parece bastante interessante”, disse.
Apesar do discurso oficial, o lançamento do pós-pago parece mais uma manobra para conter o descontentamento do que uma melhora real do serviço.
Em meio a apagões diários, preços altos e uma rede envelhecida, os cubanos continuam pagando caro por uma conexão lenta e pouco confiável.
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