Armando Labrador responde após ser incluído na "Lista de Terroristas" do regime cubano

Em uma entrevista ao Martí Noticias, acusa o governo cubano de criminalizar a protesto pacífico e reafirma seu compromisso com a luta pela liberdade de Cuba, apesar das tentativas de intimidação.

Armando LabradorFoto © Captura de Vídeo/Facebook/Martí Notícias

Armando Labrador, a Cuban businessman based in Miami and leader of the opposing movement Cuba Primero, respondeu com firmeza à sua inclusão na nova lista de supostos terroristas publicada esta semana pelo regime cubano e entregue à ONU.

“Se lutar pela liberdade de Cuba é terrorismo, que me coloquem na lista”, disse em uma entrevista ao jornalista Mario J. Pentón do Martí Noticias.

O governo de Havana atualizou sua Lista Nacional de Pessoas e Entidades Ligadas ao Terrorismo, incluindo 62 pessoas e 20 organizações, entre elas Cuba Primero, acusadas de incentivar atos contra a segurança do Estado.

Labrador, visivelmente indignado mas sereno, rejeitou categoricamente a acusação: “Não sou um terrorista. O que fazemos é lançar proclamações, reunir-nos, levantar a voz. Não colocamos bombas nem matamos ninguém. Apenas pedimos liberdade para o nosso povo”.

Durante a entrevista, Labrador revelou que recebeu ameaças diretas, inclusive contra seus entes queridos. “Me ligaram, me escreveram, me disseram que sabem onde estão meus filhos, meus irmãos... Nunca havia tornado isso público, mas levo a sério”, confessou. Apesar disso, afirma que não pensa em ceder nem parar seu ativismo. “Aqui estou. Que façam o que quiserem”, sentenciou.

O movimento Cuba Primero, fundado para articular a resistência cívica dentro e fora da ilha, tem sofrido uma intensa repressão. Labrador denunciou que vários de seus membros estão presos por atividades pacíficas. “Estão pedindo até oito anos por se reunir em uma casa ou por protestar. Há jovens de 22 anos cumprindo penas de mais de uma década. Quem são os verdadeiros terroristas?”, questionou.

Labrador não chegou a esta luta por acaso. Carrega uma história familiar que moldou seu compromisso. “Meu avô foi fuzilado, meu pai é preso político. Desde criança cresci com essas histórias. Minha família muitas vezes quis que eu me afastasse dessa história e esquecesse Cuba, mas não posso”, disse.

"Eu gostaria que todos os cubanos levantassem suas vozes. Acho que todos os cubanos deveriam fazê-lo por moral, por ética, porque não é fácil ver sua Cuba na situação em que está, que todos os cubanos a vemos. Todos os que viajam para Cuba voltam de lá surpresos com a situação em que vivem. Mas sem uma reação, continuam lá olhando e não se juntam a esta causa na qual deveríamos nos unir todos, os de dentro e os de fora", comentou.

Para ele, 11 de julho de 2021 marcou um antes e um depois. “Ver aquele povo na rua me comoveu. Senti que também precisava fazer mais, levantar mais a minha voz. E desde então não parei”.

A inclusão nesta lista, publicada oficialmente pelo Ministério do Interior no Diário Oficial e entregue a organismos internacionais, foi interpretada por muitos como uma estratégia de intimidação à véspera do quarto aniversário do 11J, completado nesta sexta-feira.

“Querem nos calar com listas, ameaças e prisão. Mas nós continuamos”, disse Labrador, destacando a coragem dos prisioneiros políticos que continuam resistindo desde as prisões do regime.

“Temos homens e mulheres corajosos. Alguns cederam sob tortura, e é compreensível. Mas eu fico com os que se mantêm firmes, que me dizem da prisão: ‘Viva Cuba Primeiro’. A admiração é para eles, não para mim”, afirmou.

Labrador criticou a dupla moral do regime, lembrando que chegou ao poder por meio da violência e impôs o medo por mais de seis décadas. “Fidel Castro assaltou quartéis, colocou bombas. Cumpriu três anos de pena em condições privilegiadas. E hoje nos acusam de terrorismo por lançar uma proclama ou fazer uma reunião em casa”.

O empresário, dono da famosa clínica estética My Cosmetic Surgery, afirmou que a repressão se intensificará, mas que a luta continua. “Isto não para. Cuba merece voltar a ser um país próspero, como foi antes de 59. Um país sem ódio, onde se possa viver em paz.”

Perguntas frequentes sobre a inclusão de Armando Labrador na lista de terroristas do regime cubano

Por que Armando Labrador foi incluído na lista de terroristas do regime cubano?

Armando Labrador foi incluído na lista de terroristas do regime cubano por sua liderança no movimento opositor Cuba Primeiro e seu ativismo político em favor da liberdade e da democracia em Cuba. O regime o acusa de fomentar atos contra a segurança do Estado, embora Labrador negue essas acusações e defenda sua luta pacífica pelos direitos do povo cubano.

O que implica estar na lista de terroristas do regime cubano?

Estar na lista de terroristas do regime cubano implica ser apontado como responsável por atos contra o Estado, mas não tem repercussão legal fora de Cuba. Muitos dos incluídos podem continuar viajando livremente pela Europa e América Latina, uma vez que outros países não reconhecem esta lista como válida para ações legais.

Qual é o objetivo do regime cubano ao publicar esta lista de terroristas?

O regime cubano utiliza a lista de terroristas como uma ferramenta para intimidar e silenciar a dissidência política, tanto dentro quanto fora da ilha. A inclusão na lista busca descredibilizar opositores e exilados, tentando frear seu ativismo e isolando-os internacionalmente. Esse tipo de ação se insere em uma estratégia mais ampla de repressão política.

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