Em uma tentativa de apaziguar uma grande manifestação nesta sexta-feira em Río Cauto, a primeira secretária do Partido Comunista de Cuba (PCC) em Granma, Yudelkis Ortiz Barceló, disse aos manifestantes que a revolução não lhes tiraria nada do que lhes foi dado, e entre esses benefícios citou "a eletricidade".
A protesta, originada pela detenção de uma mãe cubana que denunciou publicamente a escassez e a fome no território, terminou com centenas de pessoas nas ruas reivindicando a liberdade da mulher e melhores condições de vida.
A manifestação surpreendeu o regime e o obrigou a mobilizar seus funcionários e corpos policiais para a área.
Nesse contexto, a secretária do PCC, máxima autoridade na província, tentou apaziguar a população alegando que "a revolução não vai tirar de ninguém o que lhe deu", referindo-se aos "conquistas" alcançadas sob o processo revolucionário.
E em seguida, sem lembrar os intermináveis apagões que atingem a população por até 23 horas por dia, disse que "a Revolução foi quem trouxe a eletricidade" a Río Cauto.
"O que era Río Cauto antes do triunfo da Revolução? Quase não havia nada. Tudo o que foi construído é graças à Revolução", reiterou Ortiz Barceló.
A emissora publicou depois uma nota na qual as autoridades reconhecem "insatisfações e reivindicações por situações reais que afetam o dia a dia"; mas não mencionou a detenção da mãe cubana, nem que na quinta-feira em uma informação publicada pelo governo local tentando desacreditá-la.

"Até o local chegaram as principais dirigentes do Partido e do Governo na província e estabeleceram diálogo com os presentes. Trocaram ideias sobre os atrasos na entrega da cesta básica, a falta de pagamento de salários, o abastecimento de água, a venda do leite, o transporte e a situação do déficit na geração de energia elétrica", destaca a nota oficial.
Nesta sexta-feira, o que começou como uma protesto de vizinhos se transformou em uma manifestação maciça em Río Cauto, onde centenas de pessoas tomaram as ruas para exigir a libertação de Mayelín Carrasco Álvarez, a mãe de três filhos detida esta semana por se manifestar sozinha em via pública.
Os manifestantes, na sua maioria residentes locais, gritaram slogans como “Liberdade para Mayelín” e mostraram cartazes em seu apoio, enquanto outros residentes faziam barulho com seus caldeirões até a chegada das autoridades.
Perguntas frequentes sobre o protesto em Río Cauto e a situação em Cuba
Por que se originou a protesto em Río Cauto?
A protesto em Río Cauto teve origem na detenção de Mayelín Carrasco Álvarez, uma mãe que denunciou publicamente a escassez de alimentos e a fome em sua comunidade. A manifestação reuniu centenas de pessoas que exigiram sua libertação e melhores condições de vida na região.
O que disse a primeira-secretária do PCC em Granma para acalmar a protesto?
Yudelkis Ortiz Barceló, a primeira secretária do PCC em Granma, afirmou que "a revolução não vai tirar de ninguém o que deu", referindo-se a conquistas como a eletricidade. No entanto, essa afirmação foi criticada devido aos frequentes apagões que afetam a população.
Quais são as principais queixas dos manifestantes em Río Cauto?
Os manifestantes em Río Cauto queixam-se principalmente da escassez de alimentos, dos salários não pagos, do déficit na geração de energia elétrica e de problemas com o abastecimento de água e transporte. Essas condições geraram um profundo descontentamento na região.
Quais ações o governo local tomou após a manifestação?
O governo local de Río Cauto tentou desacreditar Mayelín Carrasco, afirmando que lhe foram oferecidas soluções como uma moradia temporária e oportunidades de trabalho que ela recusou. No entanto, essa versão foi questionada devido à falta de condições adequadas nas propostas apresentadas.
Arquivado em: