Donald Trump convidou nesta terça-feira o povo da Groenlândia a se anexar aos EUA., e o fez em um tom que acabou gerando risadas entre os congressistas, após insinuar que conseguirá isso “de um jeito ou de outro”.
A singular convite ocorreu durante o discurso que ele ofereceu na sessão conjunta do Congresso, na qual enfatizou que Washington deseja incorporar a ilha ao seu território por motivos de segurança nacional.
“E também tenho uma mensagem esta noite para o incrível povo da Groenlândia: apoiamos firmemente o direito de vocês de determinar seu próprio futuro e, se assim decidirem, os recebemos de braços abertos nos Estados Unidos da América”, afirmou o presidente, piscando para os pouco mais de 56.000 habitantes do extenso território, em sua maioria indígenas inuit.
A ilha, a maior do mundo, é um território autônomo da Dinamarca desde 1953.
No entanto, Trump afirma que o país europeu deveria renunciar ao seu controle sobre o território para, segundo suas palavras, "proteger o mundo livre".
"Precisamos da Groenlândia por segurança nacional e até mesmo por segurança internacional. Estamos colaborando com todos os envolvidos para tentar conseguir isso”, apontou.
“Nós realmente precisamos disso para a segurança global e acredito que vamos conseguir. Vamos conseguir de uma forma ou de outra”, sublinhou com um olhar travesso e um tom que provocaram risadas no Capitolio e que antecipam muitas dores de cabeça para o governo dinamarquês.
"Nós os manteremos seguros e juntos. E os faremos ricos. Levaremos a Groenlândia a alturas que nunca antes acreditaram ser possíveis”, concluiu.
A Groenlândia tem uma importância estratégica para os EUA, pois está localizada na sua rota mais curta para a Europa. Além disso, abriga importantes reservas de minerais e petróleo.
Insiste no Canal do Panamá
Por outro lado, Trump deixou claro que sua ideia sobre o Canal do Panamá não mudou.
“Algo muito grande vai acontecer”, afirmava no mês passado de fevereiro sobre o que ocorreria se os Estados Unidos não o recuperassem.
Trump assegurou agora que seu Governo já começou a recuperar o controle sobre o Canal do Panamá, apontando que ontem mesmo a norte-americana BlackRock, uma das maiores gestoras de fundos de investimento do mundo, concordou em comprar, do grupo de Hong Kong que os controlava, os portos de Balboa e Cristóbal, nas desembocaduras do Canal.
O magnata nova-iorquino ameaçou repetidamente assumir o controle do Canal que, segundo ele, tem sido controlado pelas autoridades chinesas, apesar de ser uma obra de engenharia americana que foi cedida ao Panamá pela administração de Jimmy Carter na década de setenta.
Em seu discurso, celebrou ter o Secretário de Estado, Marco Rubio, para realizar essa tarefa de retomar o controle do Canal.
Após desejar-lhe boa sorte, em tom de brincadeira comentou que “agora sabemos a quem culpar se algo der errado”.
"Estados Unidos está de volta."
Com essa frase, Donald Trump iniciou na terça-feira seu primeiro discurso perante o Congresso desde que voltou à presidência dos Estados Unidos em 20 de janeiro.
Flanqueado por Mike Johnson, presidente da Câmara dos Representantes, e o vice-presidente J. D. Vance na qualidade de presidente do Senado, Trump aproveitou o discurso para expor as prioridades de seu mandato e revisar o que considera conquistas de seu governo nas primeiras seis semanas no poder.
"Conseguimos mais em 43 dias do que a maioria das administrações consegue em quatro ou oito anos, e não fizemos mais do que começar", proclamou o mandatário.
Durante a intervenção, destacou a cruzada do seu governo contra a imigração irregular, se gabar de ter acabado com a "teoria venenosa da raça nas escolas" e de ter estabelecido "que só existem dois gêneros".
Subrayou, além disso, que "México e Canadá têm que fazer mais" para frear a entrada de fentanilo em seu país, e prometeu tarifas "recíprocas" e cortes de impostos.
E ele o fez entre os aplausos calorosos dos republicanos presentes na sessão e diante da indiferença e da protestação dos democratas.
Perguntas frequentes sobre a intenção de Trump de anexar a Groenlândia e recuperar o Canal do Panamá
Por que Donald Trump quer anexar a Groenlândia aos Estados Unidos?
Trump manifestou que a anexação da Groenlândia é importante por razões de segurança nacional e para proteger o mundo livre. Além disso, ele destacou que a ilha possui uma importância estratégica devido à sua localização geográfica e seus potenciais recursos minerais e energéticos.
Qual tem sido a resposta da Groenlândia à proposta de anexão de Trump?
O primeiro-ministro da Groenlândia, Múte B. Egede, respondeu de forma enérgica à proposta de Trump, afirmando que Groenlândia "não está à venda" e que seu futuro será decidido pelos próprios groenlandeses. Egede enfatizou que os groenlandeses são quem deve determinar seu destino e rejeitou qualquer tentativa de incorporação aos Estados Unidos.
Quais são os planos de Trump para o Canal do Panamá?
Trump expressou sua intenção de recuperar o controle do Canal do Panamá, argumentando que a China assumiu um papel dominante em sua administração e que o canal é vital para a segurança nacional dos Estados Unidos. Ele declarou que já estão sendo tomadas medidas para alcançar esse objetivo, como a compra de portos estratégicos por empresas americanas.
Como reagiu o Panamá às declarações de Trump sobre o Canal do Panamá?
O presidente do Panamá, José Raúl Mulino, rejeitou firmemente as afirmações de Trump, afirmando que o Canal do Panamá é e continuará sendo panamenho. Mulino enfatizou que o Panamá defenderá sua soberania e que qualquer tentativa de modificar a soberania sobre o canal não foi discutida com o Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, nem com qualquer outro funcionário americano.
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